A autossabotagem é uma daquelas palavras tão frequentes quando se trata da nossa saúde mental, mas que, por diversas vezes, não sabemos exatamente o que significa e o que acontece conosco quando nos auto sabotamos.
Você sente que, a cada passo que dá para frente, parece que dá dez para trás? Dá o passo para o objetivo, mas parece que a realização se afasta? Se sente infeliz, parecendo que somente você não consegue encontrar a felicidade e a realização pessoal?
Se você está passando por isso, pare e repense suas atitudes. Talvez você esteja se auto sabotando e não está se dando conta.
A autossabotagem é mais comum do que você pensa. É uma tendência que a pessoa tem de se colocar limites e travas em si mesma, fazendo com que as coisas pareçam mais complicadas do que realmente são.
Uma parte de nós forja atitudes para confirmar que não somos merecedores de sucesso. Ou, então, subestimamos a capacidade de lidarmos com as realizações e com o sucesso.
E é por isso que a autossabotagem representa um inimigo dentro de nós. O primeiro passo para que saibamos identificar e lidar com esse comportamento negativo é através do autoconhecimento.
Portanto, devemos trazê-lo do campo abstrato e automático para a nossa consciência.
E é isso o que vamos fazer aqui: esse texto será um guia que falará tudo sobre esse assunto.
Até o fim dele, você entenderá o que é a autossabotagem e como ela nos prejudica, além de aprender dicas de como a prática da autossabotagem pode ter um fim na sua vida.
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ToggleO que é autossabotagem?
A autossabotagem é a prática, consciente ou inconsciente, de colocarmos dificuldades e obstáculos nas tarefas que temos para realizar, ou até na forma como nos enxergamos e nos colocamos diante do mundo.
São pensamentos e sentimentos negativos que vêm acompanhados de decisões e comportamentos autodestrutivos.
Quando nos autos sabotamos, enxergamos a nós mesmos de uma forma disfuncional, o que nos leva a agirmos de forma punitiva ou, por exemplo, acreditar que não somos merecedores de determinada conquista ou afeto.
E de que forma nos colocamos contra nós mesmos? Fazendo autocríticas, desmotivando-nos, não acreditando em nosso potencial e evitando, por medo, oportunidades que poderiam contribuir positivamente para a nossa vida.
Infelizmente, a autossabotagem é um hábito bastante recorrente. Em contrapartida, também é frequentemente despercebido por quem se autossabota.
É por isso que, agora, iremos para a segunda parte desse artigo, que identificamos os sinais da autossabotagem.
Como identificar a autossabotagem?
Agora que já entendemos o significado de autossabotagem, podemos partir para a questão dos sinais dela. Como uma pessoa que se autossabota é? Quais comportamentos e hábitos ela tem? Como identificar esses sinais na rotina?
Trouxemos alguns dos “sintomas” mais comuns que as pessoas que se autossabotam costumam manifestar. Entenda cada um deles:
Procrastinação de tarefas
Uma das formas de se autossabotar é não acreditar que não é capaz de resolver um problema ou de finalizar uma tarefa.
Assim, a pessoa pratica a procrastinação, que é o ato de deixar as atividades e responsabilidades para depois.
Várias desculpas são inventadas pela pessoa apenas para postergar constantemente essas pendências e não precisar lidar com elas.
Porém, se nunca tentarmos, nunca saberemos nos sair nessa atividade, e isso poderá aumentar a sensação de fracasso.
Autocrítica constante
A autocrítica é o ato de cultivar pensamentos como, por exemplo:
“não vou conseguir fazer isso”
“não acho que mereço essa promoção”
Entre outros juízos que surgem o tempo todo na mente da pessoa que se sabota.
Essas ideias são tão automáticas, repetitivas e inconscientes que a pessoa normalmente as vê como verdades absolutas.
A autocrítica constante é prejudicial para a saúde mental, pois pode atrapalhar o desenvolvimento de qualquer atividade – tanto nos estudos, quanto no trabalho, até mesmo nas relações pessoais.
Isso ocorre porque, quando não acreditamos em nós mesmos, ficamos estagnados sempre no mesmo lugar e não nos sentimos capazes de realizar grandes coisas. Ter autoconfiança pode transpor essa barreira.
Se comparar demais com os outros
A pessoa que pratica a autossabotagem está, a todo tempo, se comparando com as outras pessoas, e acaba sentindo-se incompetente, incapaz e infeliz.
Essa prática pode acentuar-se principalmente com o uso frequente das redes sociais, que têm a tendência de mostrar apenas as qualidades e positividades das pessoas.
No entanto, quando nos comparamos a alguém, a nossa mente acaba criando uma inferioridade que não existe. Logo, tudo o que fizermos parecerá insuficiente.
Por isso, precisamos entender que a grama do vizinho nunca é mais verde que a nossa, e que temos essa impressão apenas porque não convivemos diariamente com os seus problemas pessoais, os medos e dificuldades, mas sim, vemos somente o que é bom. Assim como outras pessoas podem ficar se comparando com você.
Deixar de suprir as próprias necessidades
Quando acreditamos que não merecemos algo, deixamos de aceitá-lo ou buscá-lo. As relações amorosas são um exemplo disso — às vezes, não acreditamos que somos merecedores de amor, respeito e afeto.
Por consequência, permanecemos anos em relações tóxicas e que nos fazem mal. Por isso, acabamos sabotando a nós mesmos, já que vivemos em função de colocarmos sempre as outras pessoas em primeiro lugar nas nossas vidas.
Quais os tipos de autossabotagem?
Como já vimos, existem comportamentos comuns que as pessoas que se autossabotam costumam ter. E esses sinais podem ser divididos em tipos, como:
- Vitimização
- Culpabilidade
- Medo
- Estresse e frustração
- Desmotivação
- Sentimentos de vingança.
Vamos explicar cada um desses tipos e quais pensamentos costumam passar pela mente das pessoas que se autossabotam:
Exemplos de auto sabotagem
Vitimização
“Eu não consigo fazer isso”
“Eu nunca mais vou encontrar a pessoa certa”
“Eu nunca mais serei feliz”
“A minha vida nunca mais vai sair deste buraco”
Essas são afirmações comuns de vitimização e martirização que os autossabotadores alimentam na mente.
O que é certo é que, muitos de nós, nos momentos de contrariedade e dificuldade da nossa vida, generalizamos essa afirmação para grande parte das coisas, e até mesmo para a própria vida.
O que você pensa acerca de si mesmo é realmente poderoso. Se você acha que não pode, que não consegue ou que nada de bom lhe irá acontecer, então provavelmente nesse estado de incapacidade nunca irá encontrar motivação e uma solução para fazer algo que permita reverter esses pensamentos negativos.
Henry Ford disse: “Se você acha que pode, ou você acha que não pode, você está certo.”
Autocrítica
“Eu acabo sempre fazendo asneiras”
“Eu faço tudo errado”
Se no presente momento você está insatisfeita com a sua vida, existe uma forte possibilidade de você ter construído ao longo desse tempo uma afirmação negativa na sua mente.
Claro que este pensamento te enfraquece e tira a credibilidade em si mesma.
Se esses pensamentos não são úteis, por que razão eles ecoam na sua cabeça? Isso acontece porque o nosso cérebro é forçado a encontrar respostas.
E, em última instância, dirigimos a atenção para nós mesmos e nos culpamos. Você até pode ser responsável pelo estado em que se encontra.
Mas, construir uma ideia negativa acerca de si mesmo, e “confortavelmente” conviver com isso, não é uma estratégia benéfica. Mas então o que fazer?
- Perceba onde, como e por que você errou.
- O que fazer para não voltar a acontecer?
- O que aprendeu com isso?
- O que o ocorrido lhe diz acerca da forma como você pensa?
- O que precisa mudar no seu pensamento e na forma de olhar para si para que isso não se repita?
- Se você conseguir responder a estas questões, tudo ficará mais esclarecido. Com esse esclarecimento em mente, você pode começar a abandonar a ideia depreciativa que tem de si mesmo.
Essa ideia que de certa forma traz conforto, também tem o reverso da moeda. Quando você percebe que pode mudar algumas coisas para ser bem sucedida, mas que é necessário trabalhar, investir em si e esforçar-se, fica mais fácil verbalizar algo que justifica muita coisa menos boa que lhe acontece.
Não se confunda e nem se funda a elas. Você não é o resultado dos seus erros. Você é aquela que percebe as asneiras que fez, e que tem a possibilidade de arranjar uma forma de evitar que isso volte a acontecer.
Não use mais uma afirmação que se encaixa no seu pior momento “menos bom”, e que paralise a sua mente na hora de procurar soluções. Se essa afirmação não é útil, não lhe serve, então, deixe simplesmente de verbalizá-la.
Medo, estresse e frustração
“Nada acontece do jeito que eu quero”
“Nunca serei capaz de passar o exame de matemática”
“Nunca ganharei o suficiente para ter aquilo que gostaria”
“Eu não consigo enfrentar o meu patrão”
Essas são afirmações que você deve abandonar imediatamente. Não há problema em sentir pena de si mesma no começo de um processo de procura de entendimento e justificação para algumas situações.
Você pode e deve chorar a sua perda, indignação ou frustração. Mas, de modo bastante breve. Depois, você precisa levantar-se, sacudir a mágoa do passado e seguir em frente.
A vida não está contra si. Acreditar que sim, só irá fazer com que se afunde ainda mais no seu desespero (do qual você não irá escapar se ficar nesse estado por muito tempo).
As coisas podem ter sido difíceis e o resultado não foi o esperado. Mas temos que encarar o lado oculto da felicidade. Inevitavelmente, as adversidades surgem no nosso caminho, experimentamos o sabor do outro lado da conquista, do desafio, do êxtase, da alegria e satisfação.
O lado mais sombrio da felicidade enraiza-se no sofrimento, no fracasso, na perda, na dificuldade, na injustiça, na tristeza e angústia de tudo o que nos impele ao sofrimento e consecutivamente a mudar as crenças limitantes.
Desmotivação
“Não vale a pena seguir os meus sonhos”
Todos nós merecemos a oportunidade de buscar a satisfação na nossa vida. Mas, às vezes, por causa da interpretação dos acontecimentos negativos do nosso passado, surge uma desmotivação e pensamentos de derrota.
A descrença instalada nos dá a percepção de que não vale a pena seguir os nossos sonhos e desejos. Esta ideia é suportada por um mecanismo de defesa: não seguimos nossos sonhos para evitar a dor e o sofrimento que achamos que sentiremos no futuro.
Parece ser um pensamento lógico. De certa forma é, funciona como uma proteção à possível desilusão, derrota e fracasso. Mas é também uma crença tóxica, desadequada e destruidora.
Mas a forma de restabelecer a motivação, força e energia para acreditar que vale a pena seguir os sonhos, é orientando-se por aquilo que quer e não por aquilo que sente.
Foque-se naquilo que quer alcançar e no que sentiria quando isso, de fato, se tornar realidade. Depois, faça coisas que o aproximem dos seus sonhos.
Necessidade de vingança
“Eu tenho de castigar quem me prejudicou”
Às vezes, quando uma pessoa tem que começar de novo, sente a necessidade de vingança em relação a parte (ou partes) que podem ter contribuído para a sua situação atual. Isto é completamente inútil.
Na verdade, é inteiramente prejudicial e um desperdício total de tempo focar a sua atenção e energia em algo que vai alimentar ainda mais o seu estado de negatividade, e eventualmente criar mais problemas.
Então, supere isso. Deixe partir. Limpe a sua mente de todo esse absurdo. Alimentar a fúria só irá fazer aumentar a sua ansiedade, contribuindo para o seu mal estar.
Esta é uma ação que em nada contribui para a solução e realinhamento de vida. Foque-se em si, gaste a sua energia consigo.
Por que as pessoas se auto sabotam?
Esse hábito tóxico está ligado à baixa ou fraca autoestima. Ou seja: ao saber disso, você já tem uma pista sobre por onde deve começar a tratar desse problema:
Essa autoestima baixa ou fraca, porém, vem de onde?
Como me convencer de que não sou essa imagem negativa que criei em minha cabeça?
Muitos podem ser os motivos que nos obrigam a tentar de novo algo que na primeira tentativa não fomos bem sucedidos, ou até mesmo comprovarmos que o caminho que tomamos não nos conduziu ao lugar desejado. Mas sempre podemos tentar de novo.
10 dicas para quebrar o ciclo da autossabotagem
Você já sabe o que é autossabotagem. Por isso, perguntamos: os hábitos citados são constantes na sua rotina?
Se sim, para ajudar você, separamos dez dicas para que você inicie esse processo de deixar a prática da autossabotagem ir embora da sua vida.
Com pequenas atitudes diárias, você irá desenvolver o autoconhecimento, o autocuidado e a autoestima. Confira as dicas:
1. Procure sempre definir objetivos de vida
Quando temos o costume de definir objetivos para a vida, temos mais senso de direção e de qual caminho devemos percorrer.
Quando fores planejar essas metas, pense também sobre os possíveis obstáculos que você poderá eventualmente enfrentar e prepare-se, elaborando estratégias de enfrentamento.
Dessa forma, você ficará pronta para o máximo de empecilhos e terá menos chances de errar, além de ficar mais confiante.
2. Sempre desafie os seus pensamentos
Não devemos tomar os nossos pensamentos sempre como verdadeiros, eles podem ser disfuncionais, limitantes por causa das nossas crenças.
Uma situação pode ter diferentes pontos de vista: encontre mais de uma maneira de lidar com a mesma situação, assim você vai poder avaliar melhor seus pensamentos e atos;
Por isso, sempre pense a respeito das decisões que você irá tomar, mesmo que este caminho seja incerto. Suas decisões trarão resultados e responsabilidades sobre seus atos, por isso que elas devem ser levadas a sério.
3. Analise quem você é
O autoconhecimento é a chave do sucesso. Reconhecer seus valores, suas capacidades e seus limites é essencial para saber o que fazer quando estiver de frente para um desafio ou uma grande oportunidade.
Analise a sua capacidade, as suas habilidades e as suas dificuldades, isto é, o que pensa sobre si mesmo. Procure sempre enfatizar suas qualidades, lembrar do que você tem de bom e pensar sobre as coisas que deram certo em sua vida, isso fará com que você sinta-se motivada.
4. Leve sempre a sério as decisões que tomar
Não desista frente à primeira dificuldade: encare as dificuldades como oportunidades de crescimento e de fazer diferente.
Além disso, compartilhe seus planos: fale sobre seus objetivos com quem quer o seu melhor, pedindo ajuda e compreensão com o momento que está passando, assim fica mais fácil seguir o seu objetivo.
5. Sinta-se mais seguro e não tenha medo
A insegurança e o medo geram estagnação e falta de atitude frente às decisões. Não tenha medo das coisas incertas, mesmo que haja a possibilidade de você fracassar no final do processo. O máximo que irá acontecer é você aprender com o ocorrido e na próxima vez traçará um caminho diferente. Portanto, arrisque diante de oportunidades e vá com medo mesmo!
6. Diminua a autocobrança
Se cobrar o tempo todo traz um grande desgaste emocional, pode contribuir também para o estresse e a ansiedade. Você precisa lembrar que ninguém é perfeito e que errar é humano.
Portanto, diminua a autocobrança sobre suas atitudes e procure dar sempre o melhor de si. Assim, você saberá onde quer chegar e terá a maior clareza possível sobre o que você quer para sua vida, sem precisar ficar exigindo o melhor de si mesma o tempo todo.
7. Não viva para agradar os outros
Quando vivemos para agradar os outros, ficamos presos a uma personalidade que não é nossa e a autocobrança aumenta, já que é impossível agradar a todo mundo.
Mas, se começarmos a olhar para nós mesmos e reconhecermos nosso real valor, teremos muito mais chances de agradar a quem realmente merece e nos sentiremos mais felizes por ser quem somos de verdade.
Portanto, não vamos agradar às pessoas o tempo todo. Não desvie o foco das suas necessidades e dos seus objetivos. Coloque-se em primeiro lugar sempre!
8. Aprenda a reconhecer suas vitórias
Valorizar as vitórias diárias é essencial para manter a motivação e para você se fortalecer. Além disso, recompense-se: crie o hábito de, ao reconhecer suas vitórias e sua capacidade, recompensar-se quando acontecer de ser bem sucedida nelas.
9. Tenha pensamentos positivos
A forma mais capacitadora de ver os resultados é tendo uma atitude positiva, e implementar o pensamento positivo na sua vida, acabando com a autossabotagem, ajudando você a viver intensamente a vida.
Essas sabotagens, como podemos verificar, estão mascaradas e enraizadas por um conjunto de desculpas sem sentido, que criam uma imagem negativa de si mesmo.
O seu cérebro tende a acreditar em tudo o que ouve, ou que você verbaliza para si mesmo.
Se você pode abolir o diálogo auto crítico da sua mente e substitui-lo por mensagens de incentivo, reconfortantes e que puxem por si, então você estará construindo um caminho para derrotar essas sabotagens e criar uma nova forma de olhar a vida.
10. Busque ajuda psicológica
Todas essas práticas são encontradas quando fazemos terapia. Com ajuda de psicólogos, exploramos as raízes de nossas inseguranças, ressignificamos os eventos do presente e do passado, aprendemos a reconhecer nossas potencialidades, a nos enxergarmos e a nos tratarmos de forma mais gentil e justa.
Se você se deu conta de que pratica a autossabotagem, é essencial que você busque o amparo psicológico. Pense o quanto já “patinou no mesmo lugar” e o quanto ainda está disposta a sofrer, ou se chegou a hora de virar o jogo em seu próprio favor.
A terapia é um ato de escolha deliberado, mas exige disponibilidade. Você precisa estar determinada a enfrentar o que precisa ser enfrentado em busca de uma vida mais plena.
Com a psicoterapia, você poderá ter uma visão mais abrangente dos seus problemas e um vislumbre do caminho que você deve percorrer para construir uma vida mais plena, leve e feliz. Se preferir pode optar pela psicoterapia online e realizar o atendimento em qualquer lugar.
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