Quando falamos em ansiedade, você já consegue ter uma ideia dos sintomas, da manifestação deles e das melhores dicas para aliviá-los, certo? Mas você conhece todos os tipos de ansiedade?
Muitas pessoas veem a ansiedade como uma coisa só, que se apresenta da mesma forma para todos e nas mesmas situações. No entanto, os transtornos de ansiedade têm a própria categoria no DSM-5, subdividida em 10 tipos.
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ToggleO que são os transtornos de ansiedade?
Antes de mais nada, é preciso conhecer a definição dos transtornos de ansiedade, segundo o DSM-5: “compartilham características de medo e ansiedade excessivos […] e se diferenciam do medo ou da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou persistirem além de períodos apropriados ao nível de desenvolvimento”.
Ou seja, o que diferencia a ansiedade normal (a que você sente antes de um evento importante, por exemplo) do transtorno de ansiedade são os sintomas mais intensos, recorrentes e disfuncionais. Em outras palavras, o transtorno é caracterizado por sintomas que atrapalham a rotina e o desenvolvimento.
Quando estamos nervosos ou com medo, por exemplo, o corpo se prepara para enfrentar uma situação perigosa ou difícil – isso pode significar tanto uma “ativação” quanto um “congelamento”. Na ansiedade, essa reação é desencadeada por motivos pequenos – e às vezes até sem motivo -, como falar em público, ir ao mercado ou atender uma ligação.
Os tipos de ansiedade
É importante saber diferenciar os tipos de ansiedade, pois cada um apresenta sintomas diversos, que se manifestam em situações diferentes. Dessa forma, é possível encontrar a melhor forma de tratamento e trazer mais qualidade de vida e equilíbrio ao paciente.
Transtorno de ansiedade generalizada
Também conhecido como TAG, esse é o mais comum dos tipos de ansiedade. Em suma, é caracterizado por preocupação frequente que causa prejuízos em diversas áreas da vida por pelo menos seis meses.
Principais sintomas da ansiedade generalizada:
- Inquietação
- Dificuldade de concentração
- Irritabilidade
- Tensão muscular
- Insônia
- Cansaço
Mutismo seletivo
Pessoas com esse transtorno não conseguem iniciar conversas e interagir socialmente, bem como responder quando falam com elas. É mais comum em crianças, mas pode ocorrer em adultos. Esse é um dos tipos de ansiedade menos comuns.
Principais sintomas do mutismo seletivo:
- Dificuldade de falar em certas situações sociais;
- Essa dificuldade interfere no desempenho escolar, na realização de atividades e na socialização;
- Não conseguir manter conversas, responder perguntas e interagir com outras pessoas;
- Comunicação por meio de sinais, murmúrios e grunhidos.
As crianças geralmente conseguem superar o transtorno, mas podem apresentar outros sintomas de ansiedade na vida adulta.
Ansiedade de separação
Também é mais comum em crianças, podendo ocorrer em adultos. Consiste no medo da separação de outras pessoas, de animais, de objetos ou de lugares, por exemplo.
Principais sintomas da ansiedade de separação:
- Medo intenso de que a figura de apego vá para longe, adoeça, sofra um acidente ou morra;
- Da mesma forma, há o medo de ser separado da figura de apego – se perder, ser sequestrado, sofrer um acidente ou adoecer;
- Relutância para se separar da figura de apego, mesmo que seja só por algumas horas – por exemplo, para ir à escola, trabalhar ou dar um passeio;
- Dificuldade para dormir longe da figura de apego;
- Pesadelos que envolvem separação;
Ao se separar da figura de apego, mesmo que por curtos períodos, pode ocorrer muita dificuldade para socializar, apatia, tristeza e dificuldade de concentração, juntamente com o aparecimento de fobias.
Fobia social
Nesse tipo de ansiedade, a pessoa tem medo constante de ser julgada e avaliada em qualquer situação. A ansiedade pode ser paralisante, fazendo com que a pessoa seja incapaz de falar ou realizar atividades quando há alguém perto. À primeira vista, pode ser confundida com introversão ou personalidade antissocial, mas são condições diferentes.
Principais sintomas da fobia social:
- Medo de situações sociais, como conversas, encontros, reuniões, etc.;
- Sensação de estar sendo observado e julgado em qualquer ambiente – até mesmo em mercados, shows, restaurantes, etc.;
- Medo de demonstrar a ansiedade e ser julgado por isso;
- Evitar lugares lotados;
- Medo de falar em público.
Síndrome do pânico
Os ataques de pânico consistem em surtos de medo, sensação de perigo e desconforto, que podem durar até meia hora. Geralmente são causados por algum evento ou situação específica, mas também ocorrem sem aviso. Dessa forma, quem sofre desse transtorno costuma ter muito receio de sair de casa e acabar passando por um episódio de pânico na rua, e, como resultado, acaba se isolando.
Principais sintomas da síndrome do pânico:
- Taquicardia;
- Sudorese;
- Sensação de asfixia;
- Dor no peito;
- Náusea;
- Sensação de dormência ou formigamento;
- Tontura;
- Calafrios;
- Dissociação;
- Medo de morrer.
Fobias específicas
A fobia é o medo excessivo em situações específicas, como passar perto de uma janela alta, ficar preso no elevador ou sofrer um acidente de carro, por exemplo. Nesse sentido, sempre que a pessoa passa por uma situação que serve como gatilho, sente medo, ansiedade e estresse. Os sintomas são exagerados, diferentes de medos não patológicos, e essas pessoas costumam evitar a todo custo as situações que geram ansiedade.
Principais sintomas:
- Medo intenso de alguma situação, objeto, animal, etc.;
- Evitar situações que podem ativar a fobia;
- Estresse, ansiedade, tremores, suor e taquicardia ao enfrentar a fobia, e, às vezes, ao pensar na fobia.
Agorafobia
Quem sofre de agorafobia tem um medo irracional de estar em espaços dos quais pode ser difícil escapar. Essas pessoas costumam evitar lugares cheios e ter medo de ir a supermercados, salas de aula, shows, palestras e similares, por sentirem medo de não conseguir fugir desses locais em casos de perigo ou emergências.
Principais sintomas da agorafobia:
- Ansiedade em situações cotidianas – por exemplo: andar de ônibus, ir ao supermercado, estar no meio de uma multidão;
- Medo de sofrer algum tipo de ataque em lugares de onde é difícil sair ou fugir;
- Medo desproporcional, exagerando perigos e riscos.
Ansiedade induzida pelo uso de substâncias
Esse tipo de ansiedade ocorre como resultado do uso de substâncias como cafeína, álcool, maconha, anfetaminas, etc. Os ataques de pânico e sintomas ansiosos geralmente aparecem logo após o uso da substância ou como resultado de abstinência.
Ansiedade causada por outra condição médica
A ansiedade pode aparecer imediatamente após a descoberta de uma doença ou condição física, causando preocupação excessiva, medo de morrer, medo do futuro, etc.
Principais sintomas:
- A ansiedade surge imediatamente após a descoberta da doença ou condição;
- Não existia um quadro de ansiedade com sintomas recorrentes antes da descoberta;
- Medo excessivo de morrer, de se separar das pessoas que ama, ou de ser abandonado, por exemplo;
- Desânimo em relação ao futuro por conta da doença.
Diagnóstico da ansiedade
Como dito anteriormente, é muito importante encontrar o diagnóstico correto entre os muitos tipos de ansiedade, para que o transtorno seja tratado da melhor forma. Além disso, entender que os problemas são causados por um transtorno pode ajudar a aliviar os sintomas, já que muitas pessoas se sentem culpadas por estarem ansiosas, o que só gera mais ansiedade.
Tratamento da ansiedade
O tratamento da ansiedade geralmente é feito com um psicoterapeuta e, em certos casos, juntamente com um psiquiatra. Igualmente, pode se fazer necessário o uso de medicamentos para a redução dos sintomas de todos os tipos de ansiedade.
Ao notar os sintomas de ansiedade é essencial procurar ajuda imediatamente, antes que o quadro se agrave. Quanto mais brandos os sintomas, mais simples e eficaz é o tratamento.
Algumas dicas podem ajudar a controlar a ansiedade na rotina:
- Separar mais tempo para fazer atividades prazerosas, focando apenas em si;
- Praticar atividades físicas;
- Explorar a criatividade – pintar, desenhar, esculpir, tocar um instrumento…;
- Cuidar muito bem da alimentação;
- Ter uma rotina bem definida e planejada com antecedência;
- Buscar algum método de relaxamento, como meditação, yoga, massoterapia…
Tudo isso pode ajudar no alívio dos sintomas, mas ainda será necessário ter apoio profissional.
O acompanhamento com o psicoterapeuta ajuda o paciente a retomar o controle sobre a própria vida. Por fim, a ansiedade é substituída por inteligência emocional, autoconhecimento e equilíbrio.
Não deixe a ansiedade controlar a sua vida – escolha ter um futuro mais leve!
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Lisiane Duarte – CRP 07/12563
Psicóloga e Diretora Técnica da Psicotér
Texto por: Netuno – redatora da Equipe Psicotér