A depressão pós-parto é um quadro extremamente comum em mulheres que deram à luz recentemente e acabam passando pelo período do puerpério com certa dificuldade.
Pesquisas mais atuais indicam que, pelo menos, uma em cada quatro mulheres irá experienciar sentimentos ou pensamentos depressivos durante o período pós-parto, no país.
Esse é um número surpreendente, considerando que a depressão pós-parto ou gestacional se trata de um transtorno realmente grave.
Durante esse processo, as mães recentes sentem um grande vazio, se questionando, inclusive, sobre os motivos que as levaram a engravidar.
Isso se torna delicado para quem vive a situação na pele, mas também para companheiros, familiares e até para os bebês envolvidos, já que eles se tornam um grande gatilho, por exemplo.
Além de uma situação delicada, é algo extremamente desagradável para os envolvidos e, pensando nisso, desenvolvemos esse artigo para sanar dúvidas, estabelecer diferenças e entender, de fato, o que é a depressão pós-parto!
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ToggleO que é depressão pós-parto ou gestacional?
A depressão pós-parto, ou também, como é conhecida: depressão gestacional consiste em um transtorno relacionado à tristeza profunda logo após o período de gestação.
Isso quer dizer que muitas mães passam pela gravidez, sendo ela desejada ou não, vivendo aqueles nove meses de maneira intensa para, ao final, encarar um período ainda mais delicado de depressão.
Por mais incoerente que possa parecer, essa é uma situação muito real, reavaliada há tempos por diversos especialistas que comprovam, de inúmeras formas, que há uma tendência de mulheres a essa depressão logo após dar à luz.
Essa é uma situação muito difícil de prever, mas que pode acontecer mesmo com quem não possuía esse tipo de quadro anteriormente.
Outro nome muito comum que médicos, especialmente, usam para descrever esse transtorno é: depressão puerperal.
Isso porque tal tipo de depressão acontece durante o período do puerpério, mais popularmente conhecido como momento de resguardo da mãe, logo após dar à luz.
Você conhece esse período?
Ele nada mais é que aquele momento logo após o parto, em que a mãe enfrenta uma montanha-russa hormonal, com sensibilidades e questões físicas trazidas pelo processo da gravidez.
É nesse exato momento que a depressão se manifesta, deixando a mãe confusa sobre seus sentimentos com a gravidez, sentindo-se incapaz, ansiosa e sem força de vontade para seguir.
Nem sempre as pessoas conseguem associar isso após o parto, porque muitas acham normal o cansaço excessivo e a não vontade de movimentação depois de dar à luz.
E, de fato, é muito comum mães que acabaram de passar pelo estresse da gestação e do parto se sentirem exaustas e mais recolhidas.
No entanto, é preciso ficar atento a certos limites desse cansaço.
Muitas mulheres se sentem em um nível realmente perigoso de exaustão, além de se sentirem extremamente inferiores e perdidas agora que são mães.
Essa situação não é motivo para gerar culpa e sim para buscar ajuda psicológica o quanto antes!
Há quem confunda a depressão pós-parto com outro problema: o baby blues, que, assim como ela, traz fortes questionamentos à mãe sobre a gravidez, porém de um jeito bem menos intenso e muito mais curto.
A depressão pós-parto tem a tendência de durar longos prazos, já que estamos falando de um transtorno de tristeza profunda.
Além disso, seus sintomas se manifestam de maneira bem mais agressiva, impedindo que a mãe consiga, muitas vezes, fazer as tarefas mais simples possíveis.
Por isso, é tão importante saber diferenciar a depressão pós-parto do baby blues, que é, sim, um problema, mas costuma sumir sozinho e mais rapidamente.
Quais os tipos de depressão pós-parto?
Quando estamos falando sobre maternidade ou a lida com um recém nascido, é muito difícil conseguirmos relacionar isso com o estado depressivo de alguém.
No entanto, é muito mais comum do que esperamos, especialmente entre mães de primeira viagem que ainda não se sentem prontas para assumir a responsabilidade e os cuidados que uma criança requer.
Isso é a depressão pós-parto: um transtorno capaz de paralisar muitas mães e de deixá-las extremamente abaladas emocionalmente durante o período do puerpério.
Pensando nas características e no desenvolvimento desse problema, é importante ressaltar seus diferentes tipos. Listamos eles abaixo os três mais conhecidos com seus respectivos traços:
1. Tristeza materna
Reconhecida por uma grande onda de mudanças de humor, esse tipo se destaca pela instabilidade emocional da mãe.
Nesse período, ela tende a sentir uma grande disforia, tornando a convivência e as ações mais simples do dia a dia extremamente difíceis.
Geralmente, esse período exige grande esforço por parte de companheiros, pais e amigos para que a mãe se sinta acolhida e vista, de fato. Isso acontece porque ela cria grandes inseguranças relacionadas a si mesma e seu filho ou sua filha.
Mas nesses casos, a chance de melhora é grande, com a ajuda certa, podendo passar em alguns dias.
2. Depressão pós-parto
Como já citado anteriormente, a depressão pós-parto é um estado de tristeza profunda que atinge uma em cada cinco mulheres mães, no Brasil.
Diferentemente da tristeza, ela tende a se estender por muito mais tempo e, dependendo do caso, pode ser que só se manifeste meses depois do parto.
Sendo assim, ela é muito menos controlável que o caso simples de desconforto emocional que é a tristeza.
No entanto, também possui tratamentos disponíveis que podem ajudar e muito a mãe a superar suas inseguranças e sintomas depressivos.
3. Psicose pós-parto
Nesses casos, os sintomas são muito mais agressivos, fazendo com que a mulher entre em um estado de psicose.
O que isso significa?
Além de se sentir extremamente abalada, ela se distancia da realidade, tendo fortes alucinações e, em alguns casos, até ouvindo vozes.
Isso acontece pela sua desregulação emocional e hormonal, o que gera, obviamente, um enorme desconforto para a família, além de representar certo perigo para o bebê envolvido na situação.
Esse extremo não é tão comum como a depressão pós-parto, mas ainda assim é de grande preocupação.
Sintomas de depressão pós-parto
Os sintomas e sinais de depressão pós-parto podem sempre se iniciar de forma sutil, ganhando maior intensidade logo em seguida.
Algo que acontece, pois o período do puerpério é muito intenso para a saúde mental de qualquer pessoa e, somando isso às questões hormonais, é de se esperar algum medo, uma insegurança ou algo parecido nessas horas.
Então, o início dos sintomas podem ser muito bem disfarçados, fazendo com que tanto a mãe, quanto as pessoas ao seu redor demorem a identificar a possível depressão.
Pensando nisso, selecionamos alguns dos sintomas mais comuns para que os papais e mamães de plantão fiquem de olho!
Identificar o problema logo no início pode fazer uma grande diferença no seu processo de cura.
Acompanhe:
- Exaustão emocional;
- Medo constante (de si mesma e do próprio filho);
- Preocupações em forma de ansiedade;
- Mudança de humor repentina;
- Alteração no peso;
- Ausência de energia ou força de vontade;
- Dificuldade para dormir;
- Constante sentimento de culpa;
- Falta de foco;
- Desorganização mental;
- Problemas de memória;
- Respiração desregulada.
Repare que na listagem de sintomas há tantos problemas psicológicos, quanto físicos.
Isso demonstra o quanto pode ser delicado enfrentar algo como a depressão pós-parto.
Principais causas depressão pós-parto
É muito complicado estabelecer somente uma causa para uma possível depressão pós-parto.
Assim como qualquer outro transtorno, podem ser infinitos os fatores que geram esse tipo de comportamento emocional.
No entanto, é sempre possível entender possíveis motivações para o desenvolvimento da depressão, ainda que eles não funcionem como um padrão.
Pensando nisso, precisamos entender que uma mãe que acaba de passar pelo processo de dar à luz, especialmente se for cesariana, recém enfrentou um longo período de estresse físico e mental.
Isso somado a grande mudança da vida que é ter um (ou mais) filho(s) na própria casa, pode ser realmente desconcertante.
Muitas pessoas romantizam esse processo da maternidade, mas se esquecem que os hormônios durante o puerpério, o estresse e até a pressão psicológica que a mulher sofre são extremamente desgastantes.
Considerando isso, já podemos perceber que há um cenário realmente favorável a problemas psicológicos, certo?
No entanto, existem outros fatores que podem se somar a isso, tornando-se causas para a integridade mental dessa mãe.
Um deles, certamente, é a ausência de apoio por parte da família ou do parceiro, por exemplo.
Isso porque lidar com as dificuldades emocionais e físicas já é algo extremamente desafiador, porém passar por tudo isso sozinha é ainda pior!
Além disso, muitas mulheres já nascem com a tendência à depressão, seja pela genética ou, simplesmente, por desenvolverem isso com o tempo, então acabam encontrando mais riscos para ter o problema depois da gestação.
É realmente difícil trabalhar uma prevenção nesses casos, já que todo o cenário a leva para uma sensibilidade maior e até uma exaustão emocional.
Outros pontos que podem agravar a situação de mulheres que acabaram de ter seus filhos são: ausência de descanso, privação de sono e semelhantes, pois seus corpos cansados geram um estresse descontrolado para seu cérebro.
Todas essas questões reunidas com a insegurança de ser uma boa mãe, seguir os passos corretos e atender às expectativas dos outros cria uma grande bola de neve!
Quem consegue se manter estável diante de um cenário como esse?
É realmente um grande desafio, por isso as mamães de plantão merecem todo apoio que puderem, incluindo o da terapia para depressão!
Como identificar a depressão gestacional?
O jeito mais seguro de identificar a depressão gestacional ou depressão pós-parto é se atentando aos sinais e buscando ajuda o mais rápido possível.
Isso porque o autodiagnostico pode ser extremamente problemático, tanto para quem “se diagnostica”, quanto para quem está ao seu lado, afinal passa a tentar tratar aquilo e, nem sempre, é do jeito certo.
Por isso, na dúvida, o melhor é ir em busca de algum auxílio profissional com um psicólogo ou psiquiatra.
Hoje em dia, com os avanços da tecnologia e a popularização da psicoterapia, muitos serviços são oferecidos até mesmo no hospital onde as mães decidem ter seus filhos.
A medicina e a psicologia já entendem a gravidez como um processo que nem sempre sai como planejado, causando danos físicos e emocionais na mulher, além de ser muito estressante e passível de ansiedade, por exemplo.
Por conta disso, já existem alternativas infinitas para as mamães que sentem a necessidade de um acompanhamento maior no período do puerpério.
Às vezes, pode ser difícil. Muitas mulheres acham que precisam ser e estar 100% para seus filhos e suas famílias, o que as impedem de “fraquejar”, admitir que precisam de um suporte ou até de se perdoar.
No entanto, é papel de pais, amigos e parceiros encorajar a busca por esse acompanhamento, especialmente ao notar alguns sinais de depressão, ansiedade, disforia ou problemas com a rotina de sono.
Essa é uma segurança garantida para a mulher, mas principalmente para seu bebê que acaba de nascer.
Então, se você quer identificar o quanto antes uma possível depressão pós-parto, procure voltar para o tópico de sintomas. Talvez isso te ajude a encontrar alguma identificação com suas dificuldades do dia a dia.
Quanto tempo dura a depressão pós-parto? Tem cura?
A depressão pós-parto, como qualquer outro transtorno, tem o seu tempo extremamente relativo.
Muitas mães demoram para perceber o quadro, isso quando o percebem e decidem procurar ajuda de verdade, ou seja, a dificuldade pode ser de meses ou até anos.
Uma depressão pós-parto começa, geralmente, logo após o nascimento do filho, mas pode se estender por um tempo surpreendente.
Muitos fatores negativos podem se somar ao quadro da mãe, o que faz com que o problema aumente de tamanho e as forças para recuperação fiquem menores.
Isso acontece porque muitos pontos entram em conflito com o emocional dessa mulher em questão: relacionamentos, a “incapacidade de ser mãe”, a falta de forças, decepção consigo mesma, medo, anseios e afins.
Colocar isso ao lado das expectativas dos outros em cima dessa mãe pode ser outro fator para aumentar ainda mais o tempo do problema.
Pensando nisso, é impossível garantir uma duração certa.
Mas, sim, existem formas de se curar dessa depressão, isto é, se ela for acompanhada por um profissional que entenda o quadro e possa auxiliar esta mãe a enfrentar suas dificuldades.
Tratamento para depressão pós-parto
O tratamento para a depressão gestacional é feito a partir da gravidade que a mãe apresenta.
Dependendo do tempo que ela demora para pedir ajuda, a situação pode ficar mais delicada, então é necessário maior intensidade no tratamento.
Pensando nisso, o mais comum é que a mãe seja encaminhada para o tratamento psicológico com um terapeuta, que irá auxiliá-la nas suas dificuldades emocionais e, consequentemente, físicas.
Sessões de terapia serão marcadas com o objetivo de melhorar as suas perspectivas, além de deixá-la mais segura de si e das suas capacidades.
Pode parecer simples no início, mas fará toda a diferença na sua caminhada como mãe e, acima de tudo, mulher!
Em outros casos mais graves, em que ela necessite do auxílio de remédios, por exemplo, é importante a busca por um psiquiatra para ajudar nisso.
Ambos profissionais trabalharão conjuntamente para que essa mãe recupere suas forças, sua saúde mental e física com o tempo.
Certamente, se trata de um processo, então é crucial que tanto a mulher, quanto o resto da família, sejam pacientes e comprometidos com o tratamento.
Você já passou por algo parecido durante sua gravidez ou conhece uma mulher passando por esse exato momento?
A Psicotér pode ser uma grande auxiliar nessa situação, pois conta com um corpo de psicólogas profissionais extremamente capacitado para lidar com isso.
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.