Sentimento de culpa é aquela típica emoção que enfrentamos ao longo da vida, seja em coisas pequenas, como: colar em um teste da escola ou comer mais do que devia, até mais graves, como: cometer erros com alguém e ter que lidar com isso.
Seja como for, faz parte da vida, ainda que nos deixe em uma posição completamente desconfortável e de muito sofrimento, dependendo da situação.
Lidar com isso pode ser realmente difícil, afinal estamos falando de um sentimento que vem carregado de remorso, dor e muito arrependimento.
A culpa é o resultado daquilo que consideramos um desvio do nosso comportamento mais comum, o que pode trazer algumas perspectivas negativas para nós mesmos.
Lidar com ela é um desafio porque, muitas vezes, reforça aspectos passados, ou seja, que não tem mais chance de conserto ou mudança.
E nossa mente não é educada para lidar com esse tipo de frustração, afinal temos que reconhecer os nossos próprios erros e achar uma forma de seguir com eles sem sofrer.
Neste artigo, vamos entender um pouco mais os pilares da culpa, seu significado e a forma com que se manifesta, entendendo suas limitações e problemas destrutivos.
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ToggleO que é a culpa?
O sentimento de culpa, como já citado, vem de um lugar de muito arrependimento e até decepção.
Isso acontece porque nós, enquanto seres humanos, criamos padrões de comportamentos que, quando desviados, podem nos causar certo desconforto.
Esse sentimento de culpa surge nesse desvio comportamental que acabamos cometendo no decorrer da vida e pode se manifestar de diversas formas.
Muitas pessoas já o enfrentaram ou o enfrentarão algum dia, porque faz parte do ser humano se expor aos próprios erros e se obrigar a lidar com emoções de decepção consigo mesmo e remorso.
Essas inclusive são duas fases muito marcantes durante o processo de sentimento de culpa constante: decepção e arrependimento.
Isso porque ao fazer alguma ação que gera culpa, nos sentimos primeiramente frustrados com nosso comportamento e, em seguida, ficamos completamente arrependidos, abalados e desconcertados com a situação.
Motivo esse que nos gera tantas dificuldades para lidar com o sentimento de culpa.
É muito desconfortável enxergar um erro (ou uma sucessão deles) e não poder fazer nada com isso além de se desculpar e aprender.
A grande verdade é que nessas horas, muita gente gostaria de poder voltar atrás e fazer as coisas diferentes, mas isso infelizmente não é possível.
Lidar com as nossas ações e as consequências delas são coisas que estamos sujeitas a passar desde que nascemos e, infelizmente, o sentimento de culpa faz parte de tudo isso.
Essa é uma emoção que consome, mas nem sempre estará ligada aos nossos relacionamentos externos, às vezes só está relacionado a nós mesmos.
Todo mundo já deve ter se sentido culpado por ter se machucado, ainda que de forma leve, pois isso também demonstra a presença da nossa sensibilidade e nossos traços de amor próprio.
E por mais que busquemos evitar a insistência desse sentimento de culpa, ele não deixará de aparecer nos momentos em que a gente machucar alguém ou deixar de cumprir com expectativas, sejam elas quais forem.
Porque tenho sentimento de culpa?
Muitos especialistas acreditam que nós começamos a desenvolver nossa forma de reagir ao mundo durante o período da infância.
Isso significa que, quando se trata do sentimento de culpa, nós passamos a desenhá-lo desde muito cedo através das situações que enfrentamos quando pequenos e a forma que a sociedade ao nosso redor corresponde a isso.
Quando sua mente está se formando e você começa a aprender com as situações a diferenciar o certo do errado, todos os ensinamentos irão depender das pessoas que estão ao seu redor.
Se seus pais reagem às coisas de forma mais agressiva, repreendendo seu comportamento de um jeito muito negativo e nada construtivo, a chance de você crescer se culpando por tudo é realmente grande.
Se o contrário acontece e o diálogo é estabelecido de um jeito saudável, fazendo com que você compreenda seus erros e abrace suas próprias falhas para não repeti-las, sua perspectiva sobre a culpa já cresce diferente.
É por isso que muitas pessoas estão sempre por aí pedindo desculpas de uma forma inconsciente.
Elas realmente acreditam que precisam se responsabilizar por um peso que outras pessoas, em outros tempos, projetavam nelas.
Nesses casos, é tudo uma questão de trabalho emocional e trauma, afinal esses indivíduos realmente acreditam que precisam se justificar por certas atitudes e até pensamentos.
Nada disso é saudável, porque só demonstra tamanha insegurança e vergonha que essas pessoas foram construindo através do tempo, tanto de si mesmas, quanto das coisas que carregam consigo.
Por isso, a importância de saber se respeitar e entender suas próprias limitações.
Especialistas chamariam isso de autoconhecimento e, em determinadas instâncias, até um caminho para se amar mais e se cuidar da forma correta.
Tudo isso pode ajudar a superar o sentimento de culpa e arrependimento ao longo da vida, especialmente na hora que precisamos lidar com nossos medos e crenças limitantes que fomos construindo com o passar do tempo.
Certamente, a culpa não pode ser algo projetado somente em nossos pais ou nas pessoas que nos criaram, mas nossa fase da infância carrega, sim, muito impacto sobre a forma como nos vemos e nos portamos no mundo já adultos.
De qualquer forma, há outros motivos que levam as pessoas a se sentirem com excesso de sentimento de culpa.
Um deles, já citado, é a insegurança que faz essas pessoas se sentirem inferiores e nada merecedoras das coisas, colocando-as para baixo e fazendo com que se sintam acanhadas na menor demonstração de afeto direcionado a elas.
Isso é problemático, pois cria barreiras e um constante sentimento de culpa nos relacionamentos.
Imagine sentir-se um fardo, como se estar com aquela pessoa fosse algo muito difícil para ela e que você fosse uma espécie de obrigação sentimental diária… Deve ser péssimo se relacionar assim, né?
Sempre achando que a pessoa pode ir embora, que merece encontrar algo melhor do que você e afins.
Tudo isso configura a culpa limitante que você constrói ao longo da vida, seja por se achar desmerecedor ou por, simplesmente, se ver como insuficiente para um relacionamento.
Além disso, a culpa pode aparecer em outras situações carregadas de negatividade, como períodos depressivos, por exemplo.
Encarar a depressão te deixa muito inativo, imerso em um mar de paralisação e dificuldade de superação.
Nessas horas, ficamos reclusos, passando dias na cama e sem capacidade alguma para produzir qualquer coisa, seja no trabalho, faculdade ou até mesmo em casa.
Isso produz um forte sentimento de culpa, afinal queremos que nossa vida caminhe para frente, apesar dos sentimentos pesados e desagradáveis que tomam conta de nós mesmos.
Dependendo, o discurso das pessoas que se encontram ao nosso redor também não ajudam muito, porque elas seguem cobrando atitudes e uma normalidade que simplesmente não podemos oferecer quando estamos assim.
O fundo do poço pode ser muito ruim para as pessoas, mas ele pode ficar ainda pior quando o sentimento de culpa entra em cena!
Há, por fim, mais dois momentos de quase certa manifestação de culpa da nossa parte: quando enfrentamos um processo de luto por separação ou morte de alguém próximo.
Essa é a hora em que nos sentimos desolados, porque entramos no ciclo do “e se…”.
“ E se eu tivesse passado mais tempo com ele…”
“ E se eu tivesse agido de forma diferente…”
“ E se a gente tivesse mais tempo juntos…”
Todos esses são pensamentos traduzidos pelo sentimento de culpa que acabam tomando conta de nós mesmos ao longo desse processo de luto.
Algo que não temos controle, porque surge do nosso total arrependimento e remorso por não poder voltar no tempo para lidar com as situações de forma diferente.
Como lidar com sentimento de culpa?
Lidar com esse desconforto, primeiramente, necessita que você descubra a origem do sentimento de culpa.
Identificar o por quê se sente assim e quais motivos te levaram ali é extremamente necessário para que as coisas funcionem e você possa se livrar desse peso da forma certa.
Para fazer isso, é preciso exercitar um pouquinho de autoreflexão, analisando seus próprios sentimentos e especialmente o contexto em que eles se manifestam.
Isso pode ser descoberto através de várias práticas emocionais, que certamente vão exigir um pouco mais da sua atenção, mas te trarão respostas eficientes e muito importantes.
A partir disso, isto é, do problema identificado, fica mais fácil tomar decisões e compreender se seus sentimentos estão ligados à insegurança, ao medo ou a coisas que outras pessoas plantaram na sua própria mente.
Dependendo de cada caso, você mesmo poderá superar esses traços de culpa.
Acabar com esse sentimento pode envolver inúmeras coisas, mas a principal e, talvez, mais difícil de concretizar seja o diálogo.
Quase todo mundo que sente culpa reconhece que ela é direcionada a algo ou alguém e, nesses casos, não há nada mais saudável e produtivo do que conversar com essa pessoa.
Dependendo da situação, pode não ser um caminho fácil, mas ele ainda pode servir para que você busque expressar suas perspectivas e motivos por trás de cada ação.
Há outras formas de se libertar disso também, seja escrevendo, produzindo alguma arte que traduza essas angústias ou até conversando com um profissional.
Nunca irá existir uma receita certa quando a gente sente culpa.
A questão é procurar a melhor forma de falar sobre ela sem que se sinta preso ou acorrentado às suas questões destrutivas.
Essa culpa pode ser transformada em algo saudável, basta você trabalhar para transformá-la em um ensinamento e não uma fonte de puro sofrimento.
Cada um vai lidar com esse sentimento de uma forma e você precisa garantir que ele não irá te destruir e sim te garantir uma nova chance para um futuro próximo.
É um ponto delicado saber lidar com as próprias falhas, especialmente quando a culpa parece consumir.
No entanto, esse é um passo crucial para desenvolver o próprio crescimento, afinal nos tornamos mais fortes e mais cuidadosos, tanto com nós mesmos, quanto com os outros.
3 maneiras para se livrar dos sentimentos de culpa?
Muita gente gosta de sair por aí dizendo que detesta viver de arrependimentos e coisas mal desenvolvidas ao longo da vida.
Realmente, é muito desconfortável ter que reparar nossos próprios erros, ou ainda, lidar com a possibilidade do que nosso futuro seria se fossemos diferentes.
A questão é que a vida corre somente em uma direção e, infelizmente, precisamos aprender a lidar com o seu fluxo durante o processo: sem aprender a teoria antes.
Sendo assim, precisamos ter um olhar bem direcionado para o sentimento de culpa, afinal ele faz e sempre fará parte desse processo, a gente querendo ou não.
Isso faz de nós humanos e tentar administrar essas coisas pode facilitar a convivência com esse sentimento, ainda que não seja dos mais agradáveis.
Para te ajudar nisso, separamos algumas maneiras de você aprender a lidar melhor com seu sentimento de culpa, ainda que esse só possa ser controlado de fato com a ajuda de um profissional exclusivo seu.
Confira:
1. Saiba diferenciar: culpa vs. responsabilidade
Muito se fala sobre o sentimento de culpa, mas pouco se contrapõe ele ao sentimento de responsabilidade e diferenciá-los pode te ajudar a perceber que não há motivos para se deixar consumir por certas coisas.
A culpa nos apresenta uma perspectiva muito negativa sobre as situações, porque ela é o tipo de sentimento que nos paralisa e nos coloca no chão.
Quando sentimos culpa, nos vemos como grandes vilões do espaço, como se precisássemos de algum tipo de punição imediata e dolorosa.
Além disso, ficamos constantemente nos cobrando e nos sentindo desmerecedores de qualquer afeto e, dependendo, até do perdão.
Já no caso da responsabilidade, é completamente diferente!
Quando nos sentimos responsáveis por algo, nos sentimos na obrigação de mudar o cenário ou melhorá-lo da melhor forma possível.
Nesses casos, é possível que nem exista culpa da sua parte, mas a responsabilidade vai te trazer para perto do problema, a fim de resolvê-lo ou torná-lo mais leviano.
Ser responsável por algo não é necessariamente ser culpado, mas abraçar a situação e se sentir participante ativo dela, capacitado para estar nela.
A responsabilidade te proporciona a vontade de mudar, melhorar e assim por diante…
Sentimentos e motivações essas que a culpa somente freia.
2. Exercite seus pensamentos e abra mão do controle!
Estabelecer a liberdade do sentimento de culpa é compreender que nem sempre teremos controle sobre ele.
Parece confuso, né?
Mas não é tão difícil quanto parece…
A culpa surge em nome de um desvio de comportamento da nossa parte, certo? O que é um movimento completamente natural e que pode acontecer em qualquer instância da nossa vida.
Mas para facilitar a lida com ela, nós precisamos reconhecer e compreender os nossos próprios erros.
E fazer isso do jeito certo, isto é, sem se colocar em uma posição de vítima ou de agressor.
Nós precisamos entender que o descontrole faz parte em alguns momentos e que isso pode nos levar a fazer coisas um tanto quanto desagradáveis. O que é normal, até certo ponto!
O problema é não observar esses erros e utilizá-los como um passe livre para sempre cometê-los de novo e de novo.
Errar é tranquilo, mas precisamos aprender a tirar proveito disso para crescer, seja como for!
Então se sentir mais humano e vulnerável as coisas vai te manter mais distante da culpa, porque você vai aprender a tirar o melhor das situações, mesmo quando elas não te parecerem tão favoráveis.
3. Saiba a hora de procurar por ajuda
O sentimento de culpa é algo que costuma aparecer mais cedo ou mais tarde na nossa vida, mas o problema é quando ele se torna uma constante.
Como já falamos anteriormente, isso é um processo que se constrói desde a infância e pode se manifestar diversas vezes.
Alguém que cresce se culpando por tudo, sempre se colocando abaixo dos outros e das suas próprias necessidades pode realmente precisar de ajuda.
Não é nem um pouco saudável sentir culpa constantemente, porque isso só aumenta uma perspectiva negativa e destrutiva sobre você mesmo.
Ninguém consegue manter uma vida equilibrada e com boas relações dessa forma, o que faz com que essa pessoa realmente precise reajustar sua emocionalidade.
Algo muito simples para resolver isso é a própria terapia, que vai diminuir as ideias de culpa e, ao mesmo tempo, todas as ansiedades causadas por elas.
Restabelecer esse equilíbrio é definitivo para quem quer superar o sentimento de culpa e levar uma vida com menos frustração própria.
Como a psicologia pode ajudar com o sentimento de culpa?
A psicologia pode ser uma grande aliada na lida do sentimento de culpa, afinal ela te ajudará a compreender a origem do desconforto, além de te encorajar a superar as limitações impostas nesse caminho.
Um profissional capacitado poderá te guiar em sessões do seu desejo, te ajudando a desenrolar pensamentos, dúvidas e inseguranças que possam estar colaborando para o cenário de culpa.
Isso vai te fortalecer, além de te deixar muito mais preparado para lidar com possíveis situações de erro ou semelhantes.
Esse é um passo determinante para se conhecer melhor e, acima de tudo, se aceitar, porque não importa quantas vezes nós erramos, precisamos saber olhar isso com os olhos certos.
Então, no caso da terapia, essa tarefa vai se tornando cada vez mais simples e acessível, ao passo que seu psicólogo vai te ajudar a desmistificar questões de remorso e arrependimento.
Em alguns casos, ele pode também solicitar a ajuda de um psiquiatra que vai te ajudar a estudar traços mais profundos e ver se há necessidade de entrar com tratamento medicamentoso ou algo assim.
Mas mantenha a calma, caso isso aconteça! Visitar um psiquiatra não significa problemas de psicopatas ou transtornos gravíssimos, não!
Talvez você só precise de uma atenção extra com remédios, o que é completamente comum e muito saudável, em alguns casos.
Você já se sentiu culpado a níveis extremos? Acredita que seja algo que te atrapalha muito no dia a dia?
Nós, da Psicotér, contamos com um grupo de psicólogas que pode te ajudar a superar esses sentimentos que consomem, especialmente quando não se tem controle sobre eles.
Essa é uma mudança para a vida, então não deixe para depois! Cuidar da sua cabeça pode significar muito mais do que você imagina!
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.
Uma resposta
Realmente as vezes precisamos de ajuda para aprender como lidar com as nossas emoções e artigos como esse ajuda a tomar essa consciência. Parabéns!