A vontade e necessidade de retirar a própria vida são resultados de muitas questões internas e externas presentes na vida de uma pessoa, por isso vamos fazer um verdadeiro apanhado sobre as principais causas do suicídio e como evitar tal tragédia.
Quando o assunto é esse, se faz necessário analisar o contexto completo: vida pessoal e contextos tanto psicológico, quanto ambiental, social e até biológico de alguém.
A constância de pensamentos suicidas podem ser de múltiplos lugares e é muito difícil identificar que estão passando por esse processo, especialmente quando se trata de uma pessoa reservada ou que esconde tais pensamentos.
Inclusive, é muito comum que essa situação seja vivida em segredo pelas pessoas que a enfrentam, afinal essas já acreditam que não são merecedoras da preocupação de ninguém. Então, dificilmente pedem por ajuda ou orientação.
Neste artigo, vamos procurar entender mais profundamente as questões que abrangem o suicídio – as causas do suicídio – acompanhando possíveis motivações e formas de evitá-las.
Aprenda como lidar com possíveis sentimentos suicidas e como tratá-los da maneira correta, solicitando ajuda aos profissionais certos e mantendo um contato direto periódico com essas pessoas.
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ToggleO que é o suicídio?
O ato de suicidar-se está relacionado a um longo processo de dor, desapontamento e sofrimento, afinal é a escolha feita por alguém que chegou ao limite total das suas próprias emoções.
Ele é visto como uma fuga de momentos dolorosos demais para se lidar ao longo da vida, ou seja, é um refúgio de problemáticas e sofrimentos insuportáveis.
Trata-se de um movimento proposital provocado em si mesmo, com o intuito de terminar com a dor que tanto aflige.
Isso pode ser provocado de diversas formas, pois é uma ação de desespero que visualiza na morte a chance de um descanso psicológico e físico.
O comportamento suicida tem total ligação com as demandas psicológicas de uma pessoa, afinal esse desejo de findar a própria vida vem de uma insatisfação consigo mesmo e com a sua existência no mundo.
Essa é uma problemática que pode ser tratada a tempo, ainda que seja difícil de identificar.
Mais de 800 mil casos de suicídio são registrados por ano, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde e o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de mais casos.
Essas são informações mais comuns de serem encontradas ao longo do mês de setembro, que é completamente voltado para o estudo e divulgação das questões de saúde mental.
Contudo, essa não é uma fatalidade que ocorre exclusivamente neste mês. Portanto, deve ser abordada e discutida em mais momentos na nossa sociedade.
Infelizmente, ainda se trata de um assunto muito tabu, com poucos espaços para debate. Porém, este artigo tem o intuito de desmistificar essas questões e esclarecer alguns pontos acerca do suicídio.
Esse é um assunto de urgência, especialmente em um país onde ocorrem tantas tentativas e onde as pessoas pecam tanto em cuidar da própria saúde mental.
Motivos para não cometer suicídio
Pessoas que enfrentam transtornos mentais e possuem pensamentos suicidas, geralmente, precisam de afirmações e constantes motivos para não cometer, de fato, o suicídio.
Isso é algo difícil de se conseguir, porque quando estamos tomados pela dor e sofrimento, estas são as únicas coisas que conseguimos enxergar ao nosso redor.
Sendo assim, é muito importante nos mantermos conectados com as pessoas que nos fazem bem, porque essa troca já alimenta bons sentimentos e sensações que dificilmente sentiremos sozinhos durante esse quadro.
Na busca de tornar seus próprios sentimentos menos limitantes, selecionamos aqui motivos para não se suicidar como uma forma de encorajamento e lembrete de olhar-se com mais cuidado:
A possibilidade de sentir alívio:
Quando lidamos com a sensação vazia de desgosto por nós mesmos e pelas problemáticas que enfrentamos diariamente, tendemos a querer uma possibilidade de alívio rápido.
Geralmente, essa alternativa consiste em tirar a própria vida, como uma última tentativa de encontrar a paz interior.
Entretanto, esse alívio pode ser encontrado ao longo da vida e, depois de tanto sofrimento, certamente será a melhor sensação possível de se redescobrir, já que ela causa um grande orgulho a nós mesmos e, também, a quem nos cerca.
Lidar com nossa saúde mental pode ser assustador, mas quando enfrentamos esse medo, encontramos uma ótima libertação, além de sentirmos um enorme alívio.
Estar com quem se ama e evitar mágoas:
A tendência suicida traz consigo a propensão de se afastar e mergulhar em um grande isolamento.
Isso não só é degradante para a nossa própria saúde, como também pode colaborar e alimentar os pensamentos suicidas já existentes.
Mesmo afastados emocionalmente, precisamos manter presente o quanto nossos amigos e familiares se importam com a nossa existência e o quanto torná-la uma ausência seria devastador para eles.
Com certeza, nossas perspectivas para uma boa vida não deveriam estar entrelaçadas às vivências de outras pessoas, mas pensar dessa forma pode ajudar e muito a aprendermos sobre nosso próprio valor.
Voltar a sentir gosto pelas pequenas coisas da vida:
Quando estamos imersos em uma tristeza profunda (depressão), costumamos não perceber a beleza das coisas ao nosso redor.
Acabamos dando espaço maior para a tristeza do que para os bons momentos que podemos viver com as pessoas que amamos e que nos elevam.
Infelizmente, esse é um sentimento difícil de controlar sozinho, ainda que a gente tente fortemente se livrar dele. Contudo, não é impossível retomar o gosto pela vida e seus momentos especiais.
Quando cedemos e procuramos ajuda, conseguimos iniciar um processo de reconstrução daquilo que um dia significou o mundo para nós. Isso nos reergue e transforma as perspectivas que constituímos.
Desenvolver o seu amor próprio:
Estar em completa desarmonia consigo mesmo, sentindo-se inferior ou sem valor algum são problemas que podem evoluir para questões graves.
Dar uma chance para aprimorar a sua relação consigo mesmo é algo muito corajoso e importante, afinal você terá a possibilidade de se reconstruir do zero, aprimorando seu autoconhecimento e superando suas próprias barreiras.
Setembro Amarelo:
No Brasil, existe a campanha de prevenção ao suicídio setembro amarelo, promovida pela ABP junto ao Conselho Federal de Medicina, que vai de 1 a 30 de setembro, que tem como objetivo conscientizar a população sobre as causas do suicídio, como evitar e acolher pessoas.
Por isso, lembre-se que sempre tem pessoas preocupadas com a sua situação. Se precisar pode ligar para o Centro de Valorização da Vida no telefone 188 ou falar com uma de nossas psicólogas online.
7 Principais causas do suicídio
As causas do suicídio podem ter inúmeras motivações, sendo algumas complexas demais para identificarmos, especialmente ao ocorrerem com outras pessoas.
Quando tomam a decisão de retirar a própria vida, as pessoas ao redor passam a se perguntar sobre as razões e o que fez contribuir para que a tragédia acontecesse.
Os motivos do suicídio podem ser muito turvos, mas eles sempre vêm de um lugar de muitos acúmulos, seja de dor, arrependimento, luto ou até de alguma perda.
A pessoa com esses sentimentos negativos certamente passa ou passou por sérias questões psicológicas necessárias de atenção e acompanhamento constante.
Pensando nisso, listamos abaixo alguns possíveis transtornos de ordem mental e situações específicas que podem acarretar esse tipo de comportamento.
Ter consciência dessas possibilidades e dos seus sintomas pode ajudar na prevenção do suicídio.
Depressão
É impossível apontar as causas exatas para o transtorno depressivo, pois suas motivações dependem do contexto, histórico biológico e psicológico de cada pessoa.
Entretanto, é muito possível entender as facetas do transtorno e como ele pode gerar tendências suicidas nas pessoas.
A depressão pode surgir a partir de uma rotina de estresse, frustrações e cobranças pesadas que imprimem na pessoa a sensação de insuficiência, deixando-a profundamente triste com tudo que se relaciona a ela mesma.
Essa falta de amor por si mesmo e pelas próprias atitudes está diretamente ligada ao desequilíbrio da autoestima, algo que afeta consideravelmente nossas relações com as pessoas ao redor.
Nos sentirmos desconfortáveis com nós mesmos e com os resultados que estamos oferecendo ao mundo faz com que busquemos uma solução rápida e eficaz, afinal é um sofrimento grande e constante.
Essas “soluções” podem incluir automutilação, como uma espécie de punitivismo para si, ou questões mais drásticas como a tentativa de suicídio, em uma busca de fazer com que toda a frustração e as decepções cessem.
Sendo assim, a depressão, que consiste nessa tristeza e insatisfação profunda, pode engatilhar muito a necessidade de retirar a própria vida, fazendo com que a pessoa aja de forma agressiva ou nociva contra si mesma.
Veja também: Como sair da depressão: 6 atitudes para se curar mais rápido
Transtorno de Bipolaridade
O transtorno de bipolaridade se baseia na alternância constante entre a profunda tristeza e uma certa euforia extrema.
Esse tipo de perturbação pode causar uma série de comportamentos característicos, como uma irritabilidade em excesso, pensamentos suicidas, dificuldade em estabelecer o foco e muitas outras que atrapalham o dia a dia.
Por percorrer estados extremos das suas próprias emoções, a pessoa bipolar pode acabar adquirindo fortes sintomas de depressão e vontade de suicidar-se.
É muito angustiante para ela viver com esse desequilíbrio emocional, então é comum que parta para fugas mais diretas, como o uso de drogas, álcool e remédios controlados.
Esse comportamento alimenta o quadro depressivo, além de elevar muito a sua impulsividade. Pontos esses que podem colaborar para as tentativas suicidas.
Esquizofrenia
A esquizofrenia se trata de um transtorno mental que acaba afetando as habilidades sociais e pessoais de alguém, uma vez que ela enfrenta dificuldades de pensar, se expressar e até absorver certas coisas.
Pessoas que lidam com esse tipo de perturbação podem ter alucinações recorrentes que guiam seus comportamentos ou ainda as deixam desnorteadas com relação aos seus próprios sentimentos e comportamentos.
Essas situações distanciam a pessoa da realidade e a confundem profundamente, ao ponto de buscar, desesperadamente, formas de aliviar essa sensação estranha.
Há quem consiga buscar ajuda em tempo hábil. Entretanto, existem também as pessoas que recorrem ao álcool ou uso de drogas mais pesadas para lidar com o próprio sofrimento.
Colocar-se nessa situação pode piorar o próprio quadro, agravando a confusão interna, além de criar dependência por essas substâncias e forçar a pessoa a tomar decisões mais drásticas.
Além disso, alguém com esse distúrbio ainda pode acabar optando por tirar a própria vida, uma vez que suas alucinações tornam-se insuportáveis ou até encorajam ela a cometer o suicídio.
Transtorno de Personalidade
O transtorno de personalidade inclui uma série de comportamentos e padrões psicológicos que podem atrapalhar e, efetivamente, transtornar a vida de alguém.
Ele se ramifica em uma série de tipos, podendo abranger inúmeros sintomas diferentes que, sem tratamento, podem evoluir para quadros ainda mais graves.
Esse tipo de distúrbio tem como característica o desajuste de emoções e comportamentos, fazendo com que a pessoa que o enfrenta encontre dificuldades de lidar com relações interpessoais e, também, consigo mesmas.
Alguns transtornos mais específicos, como o Borderline, costumam ter mudanças muito repentinas de humor, tornando as suas habilidades sociais limitadas.
O quadro da pessoa com transtorno de personalidade pode elevar muito os seus limites sobre as situações e até sobre si mesma, uma vez que ela não consegue se relacionar e agir da forma que gostaria.
Isso é o suficiente para que elas enfrentem tendências suicidas ou pensamentos intrusivos com relação a sua própria vida.
Transtorno relacionado ao abuso de substâncias ilícitas e álcool
Esse tipo de transtorno nem sempre é relacionado ao suicídio, pois muitas vezes a causa da morte em si é constatada como overdose.
O transtorno ligado ao uso excessivo de drogas ilícitas e álcool refere-se ao uso exagerado dessas substâncias, causando, muitas vezes, uma forte dependência.
O uso de drogas e do próprio álcool, a longo prazo, pode exigir mais e mais da pessoa, pois o seu corpo passa a criar certa resistência sob os efeitos das substâncias, fazendo com que ela parta para algo mais pesado.
Isso cria uma reação em cadeia até o corpo não carregar mais controle algum sobre si mesmo, reagindo com doenças físicas e também psicológicas.
Ao chegar nesse limite, a pessoa acaba não sabendo como lidar com suas próprias questões, suas inseguranças e dificuldades.
É nesse momento que pode começar a cogitar ou efetivar o suicídio através das próprias substâncias.
A Problemática das redes sociais
As redes sociais podem ser fatores determinantes para os pensamentos suicidas.
Primeiramente, por ser um espaço onde as pessoas expõem o que quiserem. Por poderem compartilhar pensamentos e conteúdos dos mais variados, acaba se criando uma liberdade excessiva.
Isso é perigoso porque nos deixa mais sujeitos a críticas, ataques, discussões e até exposições involuntárias.
Esses aspectos nos engatilham e reforçam pensamentos negativos sobre nós mesmos, provocando sentimentos autodestrutivos e muito perigosos.
Comparar nossas vidas com a dos outros já se tornou rotina por causa das redes e tem sido cada vez mais difícil se desprender da ideia das outras pessoas sobre nós.
A internet é um ambiente tóxico e ela pode acabar nos puxando para baixo, dependendo da situação em que nos encontramos e das que nos colocam.
Sendo assim, as redes também fazem parte dos maiores motivos que levam ao suicídio, afinal elas encorajam muitos comportamentos e sentimentos influenciadores.
Mulheres e a autocomparação
Mulheres são ensinadas desde cedo a cumprir com certos padrões de beleza e comportamento, tendo sempre enormes expectativas voltadas a sua direção.
Lidar com a rotina da casa, do trabalho e com as suas próprias demandas já é muito difícil. Ter ainda que lidar com a pressão de manter-se dentro dessas expectativas é além de limitante.
Com o uso das redes e o longo alcance das mídias ficou ainda mais complicado fugir dessas imposições, então ao invés de evitá-las, passamos a tentar aderi-las.
A autocomparação acabou, então, se tornando uma prática diária e totalmente autodestrutiva para mulheres, principalmente.
A insistência desses sentimentos podem fazer essas pessoas se sentirem muito menores e desmerecedoras de qualquer coisa, especialmente por tentarem cumprir com expectativas sem atingir os resultados esperados.
O desenvolvimento de doenças graves como depressão e transtorno de ansiedade podem ocorrer devido à constância dessas emoções degradantes e isso ainda pode levar a pensamentos mais obscuros relacionados à morte.
O que fazer para evitar o suicídio?
A tendência suicida está diretamente relacionada ao nosso funcionamento interno e a nossa emocionalidade.
Quando algo não encontra-se no lugar certo e ficamos perdidos com nossos próprios sentidos, tudo se torna uma dificuldade, especialmente na área do trabalho e de relacionamento.
Tratar dessas sensações inconvenientes e de pensamentos intrusivos nem sempre é uma tarefa fácil, mas pode ser facilitada com pequenas atitudes diárias e a busca por ajuda.
Evitar o comportamento suicida é, sim, uma batalha e, por conta disso, não deve travar sozinha. Portanto, cercar-se de pessoas que apoiem e auxiliem nesse processo, é algo extremamente importante.
Além disso, a ideia de tirar a própria vida sempre vem acompanhada de uma necessidade de estancar alguma ferida e diminuir uma dor ou sofrimento insuportável.
Dessa forma, é crucial encontrar alguém que colabore no desenvolvimento dessa dor, tentando compreender suas causas para, então, planejar um tratamento efetivo.
A maneira mais completa e cuidadosa de se fazer isso é através do tratamento psicoterapêutico para depressão que, por vezes, será acompanhado de um psiquiatra também.
Essas fontes de apoio são muito sólidas, pois ajudarão a pessoa no processo de transição entre desgosto pela vida e apego por ela novamente. Sem falar que a psicologia é totalmente preparada para lidar com essas demandas.
O aumento de suicídios, como já citado anteriormente, está muito ligado às redes sociais e esse é um meio que atinge muitas crianças e jovens adolescentes.
Esse público, inclusive, teve um considerável aumento no número de mortes desse tipo.
Isso acontece porque, além de a infância e adolescência serem períodos altamente formadores e vulneráveis, é também o momento onde mais se projeta expectativas e tentativas que podem ser frustradas.
Nem sempre o jovem consegue lidar com a pressão e os altos níveis de estresse causados por uma rotina exaustiva.
Daí, novamente, a necessidade de uma orientação mais profunda de um psicoterapeuta, afinal ele fará uma análise contextual e criará os melhores métodos de tratamento para que essa pessoa volte a sentir-se bem e equilibrada.
Você já se identificou com algum desses sintomas? Conhece alguém com potencial de desenvolvê-los?
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.