Se você é jovem e/ou tem filhos, certamente já ouviu falar sobre a automutilação.
Essa é uma prática que tira o sono de diversos pais e responsáveis que acompanham seus filhos em jornadas escolares, afinal se trata de um problema grave que pode atingir qualquer um, em qualquer idade e a qualquer momento.
É claro que existem sinais onde há uma maior propensão de isso acontecer, mas isso não significa que os sinais serão sempre claros e muito menos que haverá algum aviso prévio antes de isso acontecer.
Geralmente, o ato de se automutilar está relacionado a um forte sofrimento emocional ou psicológico, onde a pessoa se vê completamente sem saída, muitas vezes com raiva e ódio por alguma situação externa, ao ponto de querer se machucar fisicamente por isso.
Muitos descrevem essa prática como uma forma de obter alívio, ainda que ela seja provocada através da dor, do descompasso emocional e do trauma.
Por esse motivo, hoje vamos entrar em detalhes sobre a automutilação neste artigo, explicando as motivações, os perigos, os principais sinais e, acima disso, as melhores formas de investir em uma prevenção assistida.
Acompanhe até o final para não perder nada!
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ToggleO que é automutilação?
A automutilação é definida como um comportamento intencional envolvendo agressão ao próprio corpo, todavia sem a intenção suicida. Dessa maneira, diversas são as formas de se automutilar, entre elas cortes, queimaduras e hematomas. Essas lesões podem variar de superficiais a mais graves, dependendo de cada pessoa.
Adolescentes são os mais preponderantes a desenvolver esse hábito. Isso porque eles que não conseguem lidar com frustrações e cobranças vivenciadas neste ciclo de vida. Além disso, o sexo feminino é predominante entre os dados estatísticos.
Para entender melhor essa conduta, é preciso observar as causas desse comportamento, que podem ter características singulares em cada indivíduo. Contudo, não existe uma regra, é preciso olhar e interpretar onde está o foco de sofrimento.
Nem sempre os pais estão preparados para essa conversa, afinal é difícil compreender de onde vem um comportamento tão agressivo e autodestrutivo.
No entanto, é preciso observar esse adolescente ou essa criança de perto: entender por quais motivos ele deseja realizar esses ferimentos, o quanto isso está relacionado com ambientes em que ele está inserido e o que está por trás dessa dor emocional.
Além disso, é de extrema importância que os pais ou a pessoa que sofre com essa situação saiba a hora de pedir ajuda, principalmente de um profissional da saúde mental que possa garantir conforto, acolhimento e, mais que isso, segurança para a integridade física dessa pessoa.
Principais causas da automutilação
As causas para um cenário como esse podem ser inúmeras, especialmente se estivermos falando de uma criança ou de um adolescente, por exemplo. A verdade é que todo sofrimento pode ser multifatorial e é exatamente por esse motivo que merece uma atenção redobrada!
Para te ajudar a visualizar possíveis causas de forma ainda mais clara, listamos algumas das principais para você acompanhar:
Traumas
Por trás de toda dor, existe uma história. Por esse motivo, a psicologia investe tanto em olhar e investigar o passado das pessoas.
É preciso entender se algum episódio foi marcante ao ponto de deixar cicatrizes emocionais nela e, se esse for o caso, descobrir se isso é instrumento de gatilho para outras situações da vida.
Depressão ou Ciclotimia
Diversos transtornos mentais que lidem com a tristeza profunda podem fazer com que alguém cogite machucar a si mesmo. Isso porque estamos falando de emoções que consomem emocionalmente e energeticamente a vida de alguém, fazendo com que ela se isole e sofra em silêncio.
Veja mais:
Bullying
Como já dissemos anteriormente, a instituição escola ou até mesmo a universidade podem ocupar espaços ímpares na vida de alguém, pois é nesses lugares que se moldam características e habilidades sociais. Por esse motivo, o bullying pode ser uma ponte direta em direção à prática da automutilação.
Isso porque ela está relacionada a problemas de autoestima, necessidade de validação, medos e inseguranças que diversas pessoas enfrentam todos os dias.
Outro problema importante para manter-se atento é o ambiente das redes sociais! Muito do que é consumido ou trocado por lá pode estar relacionado a discursos de ódio, o que também contribui para um cenário hostil e extremamente violento.
Fobia ou Ansiedade Social
Diferentemente do que muitos pensam, a ansiedade também possui limites perigosos como o da automutilação. Isso porque estamos falando de altos níveis de sofrimento psicológico e dificuldades de se sentir pertencente ao mundo. É aí que entra a necessidade de se autopunir através de diferentes formas de automutilação.
Entenda mais sobre a fobia social e suas consequências.
Transtorno de Personalidade
Viver no limite das emoções também pode causar sofrimentos e cobranças inimagináveis e é exatamente por isso que a automutilação pode acabar se tornando uma possibilidade para pessoas que convivem com isso.
As emoções se tornam intensas e conviver com elas pode acabar levando às pessoas a espaços muito perigosos, como tentativas de suicídio ou até formas de agredir o próprio corpo.
Conheça alguns tipos de transtornos de personalidade:
- Transtorno de Personalidade Narcisista
- Transtorno de Personalidade Histriônica
- Transtorno de Personalidade Borderline
- Transtorno de Ansiedade Generalizada – TAG
Sinais de alerta de autolesões
Uma dúvida muito comum é a de possíveis sinais relacionados a prática da automutilação ou, então, possíveis comportamentos suicidas. Muitos pais e responsáveis sofrem diariamente com medo de nunca enxergarem essas situações.
Por esse motivo e como forma de gerar um alerta, listamos alguns comportamentos e sinais mais comuns relacionados a isso:
- Isolamento familiar e Social
- Oscilações de humor, predominando a tristeza.
- Irritabilidade
- Dificuldade para se abrir
- Perda da autoconfiança
- Baixa autoestima
- Alterações do sono
- Baixo rendimento nas atividades escolares
- Baixo rendimento Profissional
- Vestir roupas compridas no verão
Automutilação em adolescentes e impactos na família
Pessoas pré-dispostas a esses ativos tendem a esses comportamentos automutilativos, visto que, não conseguem elaborar e expressar a dor e angústia que os acometem silenciosamente.
Assim, a falta de suporte emocional para lidar com o sofrimento, gera ansiedade e angustia, de maneira a agredir a si mesmo e aliviar emoções e inseguranças. Além disso, existe também, uma lógica neural, uma vez que, quando vivenciamos a dor, áreas do nosso cérebro ficam mais ativas liberando endorfina, portanto, causando uma sensação momentânea de alívio e conforto.
Familiares e amigos ligados à vítima, muitas vezes tendem a achar que o comportamento é para chamar atenção. em outros casos ainda, as atitudes podem passar despercebidas, uma vez que, pessoas que se automutilam tendem a esconder os cortes; geralmente usam camisas, moletons ou calças para ocultar as cicatrizes espalhadas pelo corpo.
É importante notar possíveis afastamentos, comentários autodepreciativos e assim por diante, pois como já dissemos anteriormente: nem sempre o aviso aparece de forma clara.
Tipos de automutilação
Existem diversas formas de ferir a si mesmo e é exatamente por esse motivo que a pauta da automutilação se torna tão preocupante e alarmante para as pessoas.
A grande verdade é que ela pode se manifestar através de cortes nos braços, nas coxas ou espaços não tão visíveis; queimaduras; hematomas e assim por diante.
Infelizmente, a criatividade excede certo limite quando o assunto é a automutilação.
Como lidar com a automutilação e quando procurar ajuda psicológica?
Lidar com a automutilação pode ser um desafio dos grandes, deixando as pessoas sem rumo física e emocionalmente.
A realidade de alguém que parte para práticas de automutilação é a de sofrimentos absurdos e dores emocionais em escalas gigantescas. Sendo assim, para lidar com isso é importante levar em consideração alguns pontos:
Autocuidado, acolhimento, tratamento ativo, diálogo direto e abertura.
Pessoas que sofrem com isso precisam se sentir seguras para derramar as suas dores e, para além disso, conseguirem se sentir compreendidas.
Dessa forma, o mais indicado é ir em busca da ajuda psicológica nos menores sinais, afinal todo o cuidado é pouco para garantir a integridade física e emocional de uma pessoa em sofrimento.
Tratamento para automutilação
Em primeiro lugar é fundamental proporcionar um espaço de confiança e escuta empática, para entender a história pessoal e as causas que originaram o sofrimento no paciente.
– A terapia cognitiva comportamental é um tratamento efetivo nos transtornos de comportamento, assim, é possível reestruturar os condicionamentos emocionais que eliciaram os rituais de automutilação,
– Tratamento medicamentoso poderá ajudar na diminuição dos sintomas de ansiedade, depressão e pensamentos obsessivos.
– Entender o que se passa no universo interno do indivíduo, de modo que possa exteriorizar seu sofrimento, num ambiente acolhedor e sem criticas.
É natural que ao longo da vida passemos por decepções que geram sentimentos ruins, são pois as famosas fases de crescimento pessoal. Entretanto, momentos assim não duram para sempre, e essas dores não devem e nem precisar fazer parte de nossa identidade.
Se mesmo assim, pra você é ainda difícil lidar com a automutilação e as situações decorrentes disso, não deixe de procurar ajuda!
Se você sente que precisa desse suporte, saiba que a Psicotér conta com um grupo de profissionais capacitados e completamente comprometidos com esse processo.
Entre em contato com nossa equipe de atendimento e garanta hoje mesmo a ajuda que você tanto precisa!
Texto de: Luísa de Oliveira – redatora da Equipe Psicotér
Aprovado por:
Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.