A Síndrome de Burnout, ou também como é conhecida: Doença do Trabalho, não é um problema novo, como muitos devem imaginar.
Ela já é abordada e debatida há muito tempo por especialistas da saúde mental e hoje vem a ser reconhecida como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No entanto, por ser extremamente relacionada ao trabalho, a produtividade e ao estresse, nem sempre é uma síndrome levada a sério na forma que deveria.
Há inclusive, muitas pessoas ao redor do mundo que experienciam o burnout, mas seguem sua vida profissional com o mesmo nível de cobrança e intensidade, sem perceber o tamanho do prejuízo.
Esse é um grande reflexo do senso de produtividade que nossa sociedade vem carregando e cobrando, nos últimos tempos, fazendo com que cada pessoa trabalhe até seus limites mais extremos.
Por isso, também, é tão delicado sabermos manter um equilíbrio saudável entre trabalho, atividades e momentos de descanso, por exemplo.
Conteúdo desse artigo
ToggleO que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout (do inglês, burn: queimar e out: exterior) é um distúrbio caracterizado pelo desgaste físico e emocional, que leva o indivíduo ao esgotamento profissional.
Muitos psicólogos afirmam que a pessoa atingida por essa síndrome acaba enfrentando fortes sensações de incapacidade ou inferioridade, podendo ter seu quadro evoluído para transtornos, como: ansiedade ou até depressão.
Esse é um problema que costuma aparecer a partir de ambientes profissionais ou escolares/educacionais, já que são espaços que lidam com maior nível de estresse, pressão, cobrança e competitividade.
E são justamente essas as causas mais comuns que refletem no desequilíbrio emocional da pessoa, fazendo com que ela exceda seus próprios limites e chegue ao nível do burnout.
Não é à toa que muitas empresas, hoje em dia, já têm investido mais em seus espaços de descanso e momentos de descontração, visando otimizar a saúde mental dos seus funcionários dentro e fora do trabalho.
Essa é uma decisão importante ao passo que muitas pessoas por aí têm criado uma grande dificuldade em saber dividir espaços de lazer e de trabalho, especialmente depois do período de quarentena.
Isso porque fomos obrigados, por certo período, a trabalhar de casa, tentando recriar uma rotina que nem sempre se manteve equilibrada, de fato.
E, além disso, já nos acostumamos, há muito tempo, a levar o trabalho no bolso, onde quer que a gente passe, pois as tecnologias nos permitem, ainda que isso seja extremamente perigoso para nossa mente.
Não é incomum encontrar por aí aqueles que se dizem “viciados no trabalho”, você certamente deve conhecer alguém que é assim.
No entanto, a gente precisa entender que gostar do seu próprio trabalho não necessariamente significa vivê-lo 24 horas por dia, afinal todo mundo precisa de uma pausa.
Abraçar intensamente um emprego ou uma atividade que exija tanto de você pode acabar te levando em direção a síndrome de burnout, ainda que não perceba.
Essa é uma síndrome que se instala de forma silenciosa, até seus sintomas começarem a eclodir e você perceber mudanças em si mesmo, mas também nos outros!
É interessante, também, observar esse distúrbio por meio de estatísticas: no Brasil, a síndrome de burnout atinge cerca de trinta por cento dos profissionais, segundo o ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil).
Sua prevalência acaba sendo entre as mulheres, já que muitas precisam conciliar tarefas profissionais, pessoais, domésticas e familiares.
Quais os sintomas da Síndrome de Burnout?
Antes de listar, precisamente, os sintomas mais comuns da síndrome de burnout, é necessário lembrar que cada indivíduo é um indivíduo, ou seja, suas manifestações da doença podem variar muito.
Falar de um distúrbio como esse é abordar o desgaste, o excesso e a exaustão mental de uma pessoa. Algo que, já sabemos, pode aparecer de formas muito variáveis.
No caso do burnout, a pessoa pode se manter mais reclusa, vivendo suas dores sozinha, ao mesmo tempo que pode ter fortes explosões de raiva e até apresentar sintomas físicos.
Pensando nessa grande variação de possibilidades, listamos aqui alguns dos sintomas mais comuns relacionados à síndrome de burnout:
- exaustão física e mental;
- dores musculares e de cabeça;
- enxaqueca;
- dificuldade de concentração;
- raciocínio lento;
- falta de memória;
- náuseas;
- falta de apetite;
- alergias;
- queda de cabelo;
- distúrbios do sono;
- diminuição do desejo sexual;
- sentimentos de desesperança;
- solidão;
- raiva e irritabilidade;
- impaciência;
- pessimismo;
- baixa autoestima.
Outro sintoma ainda, mas não muito comum, é a despersonalização ou ceticismo e distanciamento afetivo, ou seja, o indivíduo passa a agir de modo frio e irônico em seu ambiente de trabalho, mostrando-se também negativo.
Há, também, por fim, uma espécie de sintoma geral que se relaciona à produtividade e à insatisfação com o próprio trabalho.
Muitas pessoas que enfrentam a síndrome de burnout não conseguem mais produzir, pois chegam no seu limite do esgotamento mental e físico e acabam travando no seu próprio trabalho, por exemplo.
Isso acontece porque ficam sem motivação e sem força de vontade, deixando o caminho livre para aquilo que conhecemos como depressão.
As 12 fases da Síndrome de Burnout?
Assim como outros distúrbios de ordem mental, a síndrome de burnout conta com fases de manifestação, ou seja, diferentes momentos com comportamentos específicos da pessoa.
Isso significa que dentro do distúrbio ela pode percorrer inúmeros estados com diferentes características e níveis de tensão.
Listamos aqui as 12 principais fases para que você possa reconhecer melhor cada uma delas:
Precisar da reafirmação dos outros
Muitas pessoas começam a se sentir incapazes ou incompletas dentro do seu local de trabalho, então elas precisam que os outros falem ou afirmem para elas que seu trabalho é importante e necessário.
Isso cria uma certa dependência da opinião dos outros, mas acaba fazendo com que a pessoa com a síndrome se sinta melhor com essa reafirmação.
Trabalhar demais ou excessivamente
Durante o burnout é muito comum que a pessoa tente se convencer de que dá conta de tudo, então ela assume compromissos e tarefas que nem sempre pode cumprir.
Com isso, ela excede limites, trabalha até seu corpo não dar mais conta e está sempre com a mente ocupada.
Esse é um comportamento que pode levá-la a se afastar das pessoas, mas até de si mesma também.
Abrir mão de si mesmo
Pessoas que abraçam o mundo, tendem a deixar de se priorizar e é exatamente isso que acontece durante a síndrome de burnout.
Você abre mão do protagonismo da sua vida, então deixa de se alimentar, de descansar e de curtir a sua própria companhia em nome do trabalho.
Isso vai te esgotando aos poucos e te deixando perdido, até a sua bagunça interna começar a aparecer externamente também!
Mudança de visão
Às vezes, a gente se insere tanto no universo da nossa empresa, que acabamos absorvendo os conceitos dela, nos tornando máquinas de produção.
Isso é perigoso, porque você deixa de agir como alguém que precisa de pausas e começa a entrar em um ritmo desenfreado de trabalho.
Não é saudável e muito menos seguro começar a agir assim, porque você funde seus valores com o da empresa e aquilo te consome aos poucos.
Fuga dos problemas
Essa fase funciona muito mais como uma negação da situação, em que você tenta ignorar os problemas que a síndrome de burnout tem trazido.
Certamente, essa é uma solução quase que involuntária, pois procuramos ela na busca de “aliviar” os sintomas que temos apresentado.
Nesse contexto, passamos a fingir que nada está acontecendo e nos recusamos a procurar por ajuda.
Distanciamento
Quando chega nesse nível, é comum que a pessoa comece a querer se isolar dos outros, tanto por se sentir inferior, quanto por pura desanimação.
Suas interações sociais passam a ser limitadas e você começa a desviar de toda e qualquer possibilidade de convivência com as pessoas.
Isso também está relacionado ao tanto de energia que te sobra do trabalho.
Mudança repentina de comportamentos
Como já citamos anteriormente, a síndrome de burnout traz muitas mudanças na rotina, mas também no comportamento da pessoa.
Essa fase, assim como as outras, pode acontecer ao longo de todo o distúrbio, afinal a pessoa enfrenta todos os limites possíveis com as próprias emoções e isso pode ser colocado à prova em qualquer momento.
É interessante ressaltar que essa característica é muito mais perceptível pelas pessoas ao redor do indivíduo do que por ele mesmo, já que ele está tão imerso na síndrome de burnout.
Dificuldade na identificação do problema
Chegar nesse nível significa que você conseguiu identificar que está com algum problema, ainda que não saiba como identificá-lo.
Nessas horas, a pessoa se sente um tanto quanto perdida, sem saber exatamente o que se passa com ela, algo comum, já que o burnout não é popularmente tratado em nossa sociedade.
Despersonalização
Aqui se inicia um descaso ainda maior com as coisas, ou seja, você deixa de personalizar as coisas.
Tudo começa a perder o sentido, desde o trabalho, até as suas relações mais próximas. É como se você deixasse de dar a devida importância para as coisas por motivos maiores.
No entanto, tudo isso acontece de forma discreta e muito gradual.
Sentimento de vazio
É aqui que o problema se torna incontrolável.
Depois de se isolar, fugir de grandes responsabilidades e desvalorizar tudo que está ao redor, a pessoa com a síndrome de burnout pode enfrentar um grande período com a sensação de vazio.
Com isso, ela vive o isolamento de forma muito mais dolorosa, sem conseguir experienciar mais nada de forma ativa.
Estado depressivo
O estado depressivo já ultrapassa o vazio, porque nele você sente muitas coisas e entre elas, a tristeza profunda.
É difícil se desprender desse estado sem ajuda profissional, porque você precisa recolocar muitas emoções no lugar e fazer isso desacompanhado pode ser mais doloroso que o necessário.
O ideal é que a pessoa não deixe que a síndrome de burnout chegue nesse ponto, mas caso aconteça, que ela busque imediatamente por uma orientação profissional com um terapeuta.
Síndrome de Burnout
Este é o ápice do problema!
É aqui que a pessoa se encontra completamente esgotada e sem perspectivas de melhora… Ela se sente sobrecarregada e até as tarefas mais simples se tornam impossíveis.
Essas fases são delicadas, pois podem acontecer simultaneamente, sem seguir uma regra ou ordem específica.
Ao contrário, elas podem inclusive acontecer ao mesmo tempo.
Tudo vai depender do contexto que a pessoa vive, do tamanho da sua sensibilidade emocional, profissões e afins. São muitas as coisas que podem contribuir para essas fases se manifestarem.
Diagnóstico de Burnout
Buscar o diagnóstico de burnout exige o encontro com algum profissional, seja ele o psicólogo ou o psiquiatra.
Por se tratar de um problema gerado, inicialmente, pelas questões emocionais, é mais indicado começar procurando um terapeuta que vai analisar as demandas psicológicas e sentimentais.
Isso é fundamental para que ele possa chegar nos sintomas mais comuns do burnout: o cansaço excessivo, a falta de motivação e mudanças constantes de humor.
O profissional vai fazer a ligação entre esses sinais e a sua origem, seja ela o trabalho, suas questões pessoais, a faculdade ou algo parecido.
A partir daí, o tratamento se tornará muito mais acessível e otimizado, já que o profissional saberá exatamente de onde partir para começar o processo de cura daquela pessoa.
Sozinho é muito difícil, senão impossível, chegar nessa conclusão para tratar o distúrbio
8 Dicas para prevenir o distúrbio emocional
1. Organize suas tarefas diárias:
A organização contribui para que os indivíduos consigam realizar as tarefas e evitem seu acúmulo em determinados momentos do dia e da semana.
Além disso, quando as pessoas anotam as tarefas e marcam as que já realizaram, conseguem enxergar que estão produzindo;
2. Desligue-se:
Procure desligar-se do trabalho. Evite ficar disponível nos períodos de descanso e finais de semana;
3. Avalie seu trabalho e as condições para sua realização:
Muitas vezes, o emprego dos sonhos se torna um pesadelo. Questione-se sobre seu trabalho, sobre sua relação com suas atividades e o quanto estão sendo positivas ou negativas para você;
4. Preste atenção em seu corpo:
As mudanças em seu ciclo de sono, dores, sentimento de cansaço podem ser sinais de que alguma coisa não está indo bem;
5. Relaxe:
Permita-se relaxar, descansar, tirar algum tempo para si. Lembre-se de que você não fará um bom trabalho se estiver cansado e estressado;
6. Diversifique as fontes de gratificação:
Não é somente o trabalho que traz prazer e gratificação. Descubra outras formas de encontrar prazer: um bom livro, cinema, cozinhar, etc.
7. Curta as pessoas que ama:
Procure estar com quem você ama e com quem possa te apoiar. Tente conversar com amigos e familiares sobre suas angústias;
8. Faça exercícios físicos:
Atividades físicas liberam hormônios como serotonina e endorfina, que são responsáveis pela sensação de bem-estar, além de serem muito relaxantes para o corpo e a mente.
Síndrome de Burnout tem cura? Quais os tratamentos?
A síndrome de burnout tem cura! E o melhor é que ela pode ser encontrada em meios muito favoráveis a sua saúde mental, como a terapia!
Depois de ler todo esse artigo e se identificar com muitos dos sinais, você deve estar se perguntando: e quais os tratamentos possíveis?
Considerando a terapia como o meio mais eficaz para tratar a síndrome de burnout, é possível que você passe a se sentir melhor ao seguir as orientações personalizadas que seu psicólogo definir.
Como já citamos, cada pessoa terá uma espécie de manifestação. Algumas são mais claras e intensas, enquanto outras podem ser mais sutis e simples.
De qualquer forma, o acompanhamento precisa ser feito tanto como forma de prevenção, quanto de tratamento.
Um psicólogo tem a capacidade de reorganizar suas emoções, curando feridas do passado e te ajudando a entender tudo isso de um jeito mais leve. Então, ainda que pareça difícil, ele vai te ajudar a enxergar a luz no fim do túnel!
Leu até aqui e se identificou com vários desses sintomas? Talvez seja a hora de procurar a ajuda certa para superar todo esse cansaço!
Aqui, na Psicotér, nós contamos com um extenso grupo de psicólogas capacitadas e preparadas para te ajudar a dar aquele UP na sua autoestima!
Tem coisa melhor?? É só entrar em contato com a gente e marcar a sua consulta BÔNUS para dar adeus a esses problemas!
Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.