Críticas pesadas, julgamentos constantes… Já reparou como, às vezes, você parece ser seu pior crítico? Essa voz interna que te faz se sentir insuficiente e incapaz pode ser um sintoma da autodepreciação, um padrão de comportamento que se caracteriza por um julgamento severo e constante de si mesmo.
Mas, essa autodepreciação, quando levada ao extremo, pode ser um sinal de algo mais profundo: a Síndrome do Impostor.
Um estudo (Você Abril) da Universidade Dominicana da Califórnia, feito pela psicóloga Gail Matthews, descobriu que 70% das pessoas bem-sucedidas já sentiram como se estivessem fingindo, que seu sucesso não era real. É como se, a qualquer momento, alguém fosse desmascarar a “fraude”.
“Mas isso só acontece no trabalho, né?”.
Engano seu! A Síndrome pode aparecer em qualquer área da vida. Um estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, com alunos de contabilidade, mostrou que 1 em cada 5 já se sentiu um impostor no curso.
E as mulheres não escapam: segundo o LinkedIn, elas têm 20% menos chances de se candidatar a uma vaga por medo de não serem boas o suficiente.
Quer saber mais sobre como identificar e lidar com esse problema cada vez mais comum? Continue lendo o texto completo e descubra:
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ToggleO que é autodepreciação?
“Sou tão desastrado(a)”, “Nunca vou conseguir”, “Ninguém gosta de mim”…
Já reparou em como algumas pessoas parecem ter um radar especial para os próprios defeitos? Aquela mania de se diminuir, de achar que não é bom o suficiente, que não merece as coisas boas da vida…
Isso é o que chamamos de autodepreciação, que é quando alguém faz uma avaliação negativa de si mesmo, das suas realizações, habilidades ou características.
De acordo com o dicionário, autodepreciar significa a ação de se menosprezar, de falar mal de si mesmo e das suas qualidades.
Qualquer vacilo, qualquer tropeço, vira munição para se criticar e se colocar ainda mais pra baixo. Mas por que isso acontece? A resposta está no nosso cérebro. Ele é como um computador, programado para aprender e se adaptar.
Ao longo da vida, vamos acumulando experiências, algumas positivas, outras nem tanto. E o cérebro usa essas informações para criar padrões de pensamento.
No caso da autodepreciação, esses padrões são negativos. A pessoa já foi condicionada a se criticar, a se comparar com os outros e a focar no que está errado.
E aí vem a culpa. “Se eu não tivesse feito isso…”, “Eu podia ter me esforçado mais…”. A culpa se torna um peso, um castigo por ser “insuficiente”. E, como se não bastasse, as conquistas são jogadas no lixo. “Ah, foi sorte”, “Qualquer um teria feito isso”.
Esses pensamentos só fazem acreditar mais na ideia de que “ninguém gosta de mim” e acabam afetando o seu bem estar de forma negativa.
Autodepreciação e a síndrome do Impostor
Autodepreciação é basicamente se criticar, se colocar para baixo e minimizar suas conquistas. E a Síndrome do Impostor? É quando você sente que não merece o que conquistou, que está enganando todo mundo e que a qualquer momento vão descobrir que você é uma fraude.
A autodepreciação não é a síndrome em si! É apenas um sintoma, como a febre é para a gripe. Através dela, você alimenta a crença de que não é bom o suficiente, o que te leva a se criticar ainda mais e a duvidar de suas conquistas.
Saber disso é importante porque ajuda a reconhecer e procurar apoio. E por que isso importa? Porque autossabotagem e sentimento de inferioridade podem prejudicar seriamente a sua saúde mental.
É como viver em constante conflito consigo mesmo, afetando não só o seu amor próprio como também impedindo o pleno desenvolvimento do seu autoconhecimento.
Exemplos de autodepreciação
Aquela piscadinha pro espelho depois de um corte de cabelo questionável ou a risada nervosa quando tropeça em público. Sim, a autodepreciação faz parte do nosso repertório social, mas o que será que se esconde por trás desses comentários autocríticos, muitas vezes engraçados?
A autodepreciação é um comportamento comum, presente em diferentes culturas e contextos. Pode estar relacionada a questões como depressão, fobias sociais e dificuldades em socializar, além de ser uma forma de expressar críticas autodepreciativas.
E, por mais estranho que pareça, pode até ter seus benefícios… ou pelo menos algumas explicações psicológicas interessantes.
Veja só:
- Rindo de si mesma para escapar da vergonha: você tropeça e cai no meio da rua. Todos olham, e a vergonha toma conta. O que fazer? Uma opção é tentar amenizar a situação com um bom e velho “ain, que desastrado(a)!”. O humor autodepreciativo em excesso pode indicar baixa autoestima e insegurança.
- Quebrando o gelo na base da comédia: ao se colocar para baixo, você cria uma espécie de “armadilha” pra gentileza. As pessoas se sentem compelidas a te elogiar e te consolar, o que pode te dar uma sensação momentânea de bem-estar. É como dizer “olha só, eu também sou gente como vocês, cheia de defeitos e inseguranças. Vamos rir disso juntos!”.
- Se protegendo das críticas com um ataque preventivo: às vezes, a gente já sabe que vai ser criticado(a) por algo. Essa atitude pode te proteger da decepção, mas também te impede de alcançar seu potencial.
- Em busca de aceitação: em situações sociais, a autodepreciação pode ser usada como um quebra-gelo, uma forma de descontrair o ambiente e facilitar a interação com outras pessoas. É como dizer “eu não sou perfeito(a), mas mesmo assim vocês me aceitam, né?”. Pode estar relacionada à baixa autoestima ou à busca por aprovação social.
- Escondendo sentimentos negativos: às vezes, a gente se autodeprecia para esconder sentimentos negativos como tristeza, raiva ou frustração.
- Elogio bom demais pra ser verdade: sabe aquela pessoa que fica sem graça quando recebe um elogio, como se achasse que estão só bajulando ou até mentindo para ela? Ou que desvia o assunto, faz piada ou até mesmo se diminui? Essa dificuldade em aceitar elogios pode ser sinal de baixa autoestima.
- Pedindo perdão até pelo ar que respira: essa mania de se desculpar pode ser um pedido inconsciente por aprovação e aceitação.
Consequência da autodepreciação
A autodepreciação geralmente está relacionada a padrões de pensamento negativos e autocríticos que se desenvolvem ao longo do tempo.
Nosso cérebro, de certa forma, tem uma tendência natural a se concentrar mais nos aspectos negativos do que nos positivos. Isso é um resquício da evolução, onde estar constantemente alerta para possíveis ameaças podia significar sobrevivência.
Hoje, porém, essa predisposição pode levar a um ciclo de autodepreciação, o que não é nada bom. É normal que fatores como desmotivação, personalidade inflexível e outros aspectos aconteçam nesse processo.
Quatro bem comuns são:
- A mente vira um pesadelo: você tá sempre pensando no pior, se achando incapaz e incompetente.
- A autoestima vai lá embaixo: se você vive se criticando, ela só vai enfraquecendo e perdendo a energia.
- Relacionamentos viram um drama: ninguém gosta de ficar perto de alguém que só se coloca para baixo.
- Tédio profissional: com a autoestima baixa, os rendimentos no trabalho despencam. Você pode até ter talento, mas se não se valorizar, ninguém vai.
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Como lidar com comportamentos e pensamentos autodepreciativos?
Reconhece esse cenário: você cria expectativas super altas, corre atrás delas com tudo que tem, mas quando não dá certo, o que acontece? Aparece aquele crítico interno te criticando sem parar.
Parece que tem dois lados em você: um que se esforça muito e outro que só sabe te colocar para baixo, muitas vezes refletindo uma falta de amor próprio e problemas com autoimagem.
E o pior é que a gente acaba acreditando nesse crítico, achando que, sim, merecemos esses julgamentos negativos.
Mas não precisa ser assim, certo? Para ajudar nisso, aqui vão 4 dicas de como lidar com essas críticas autodepreciativas.
Questione o crítico interno
Se você falasse com um amigo da forma que fala consigo mesmo, ele te mandaria pra onde? Diga “não” para esse crítico maldoso e lembre-se: você merece amor e compaixão, não julgamento e humilhação.
Celebre as pequenas vitórias
Na vida, há momentos bons e ruins, e tá tudo certo! Aprenda a reconhecer e celebrar seus progressos, até os pequenos. Cada passo na direção dos seus sonhos é motivo de orgulho!
Pratique a gratidão
Faça um caderninho de gratidão e escreva todo dia pelo menos três coisas que te deixaram grata. Pode ser desde um café da manhã gostoso até a companhia de pessoas queridas. Isso vai te ajudar a focar no que é bom e afastar os pensamentos ruins.
Peça ajuda
Se sentir que está sozinha nessa luta, busque ajuda profissional. Um psicólogo pode te ajudar a entender porque você se critica tanto e te dar ferramentas pra lidar com isso de um jeito melhor.
Como a psicologia ajuda a superar a autodepreciação?
A psicologia é a área que investiga o comportamento e os processos mentais. Ela tem um papel importante no tratamento de várias questões emocionais e mentais, como a autodepreciação.
Autodepreciação é, basicamente, quando a pessoa tem uma visão negativa de si mesma, se criticando e se colocando para baixo frequentemente. É como se tivesse uma voz interna sempre dizendo que ela não é boa o bastante.
Os profissionais desta área usam várias abordagens e técnicas para ajudar a pessoa a entender e mudar esses padrões de pensamento. O objetivo é fazer com que o paciente tenha uma visão mais equilibrada e positiva de si mesma.
Primeiro, o psicólogo vai tentar entender o que te leva a essa desvalorização. É como desvendar um mistério: conversando com você, ele vai descobrir os gatilhos e as causas por trás desses pensamentos. Isso pode estar ligado a coisas que aconteceram no passado, como críticas que você recebeu ou situações difíceis que te marcaram.
Uma das abordagens mais comuns é a terapia cognitivo-comportamental (ou TCC). Nessa terapia, o psicólogo ajuda o paciente a identificar pensamentos autodestrutivos e substituí-los por pensamentos mais realistas e positivos.
Por exemplo, se o paciente pensa “eu nunca faço nada certo”, o psicólogo pode ajudar a mudar isso para “eu cometo erros, mas também acertos”.
Atividades como fazer uma lista de qualidades e conquistas, praticar a gratidão, e desenvolver novas habilidades também podem ser usadas para fortalecer a autoconfiança do paciente.
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.