A depressão ansiosa é um quadro psicológico cada vez mais frequente, mas ainda cercado de dúvidas e confusão.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo, enquanto cerca de 264 milhões sofrem com transtornos de ansiedade.
Estudos recentes mostram que uma parcela significativa dessas pessoas apresenta ansiedade e depressão juntas, configurando quadros mistos que tendem a ser mais intensos e duradouros.
No Brasil, os números chamam atenção. O país está entre os líderes mundiais em prevalência de ansiedade, e as mulheres entre 25 e 50 anos figuram como um dos grupos mais impactados. Sobrecarga emocional, estresse crônico, conflitos interpessoais, luto, perdas e múltiplas responsabilidades contribuem para o surgimento desse sofrimento.
Muitas mulheres passam anos sentindo cansaço constante, preocupação excessiva e tristeza persistente sem perceber que esses sinais fazem parte de um quadro depressivo ansioso. Quando não identificado, esse estado afeta profundamente a qualidade de vida.
Por isso, entender o que é a depressão ansiosa, seus sintomas, causas e formas de tratamento é fundamental para buscar ajuda e retomar o equilíbrio emocional.
O que é depressão ansiosa?
A depressão ansiosa, também chamada de depressão ansiosa ou mista, é caracterizada pela presença simultânea de sintomas depressivos e ansiosos. Clinicamente, pode ser descrita como transtorno misto ansioso e depressivo ou transtorno misto de ansiedade e depressão.
Nesse quadro, a pessoa vivencia tristeza profunda, sensação de vazio e desesperança, ao mesmo tempo em que convive com preocupação excessiva, medo constante e tensão interna. O corpo sente cansaço, enquanto a mente permanece acelerada.
É comum que a pessoa tenha dificuldade de relaxar, de sentir prazer e de viver o momento presente. Muitas relatam sensação de inadequação, culpa e medo de não dar conta da vida.
A depressão ansiosa pode estar associada ao transtorno depressivo maior (TDM), aos transtornos de ansiedade ou surgir após longos períodos de estresse emocional não tratado.
Depressão, ansiedade, estresse ou depressão ansiosa? Diferenças e semelhanças
O Estresse, a Ansiedade e a Depressão são transtornos que podem se manifestar separadamente ou em conjunto. Por isso, é de extrema importância conhecer os sintomas de cada um deles.
O estresse está relacionado a pressões externas. Ele surge quando a pessoa sente que não consegue dar conta das responsabilidades e exigências do dia a dia, como excesso de tarefas, cobranças profissionais e pressões sociais.
Quando falamos de estresse, estamos nos referindo a uma pressão externa. Está relacionado ao momento que estamos vivendo.
A ansiedade é uma resposta interna frente a situações que geram preocupação. Ela envolve antecipação, medo e sensação constante de alerta.
A ansiedade é a resposta interna frente a situações que nos geram preocupações.
A depressão, por sua vez, pode surgir como consequência de ciclos prolongados de estresse e ansiedade, deixando de ser pontual e tornando-se crônica.
A depressão pode surgir como a resposta de um ciclo de muitas situações de estresse e ansiedade.
Porém, também podemos desenvolver uma depressão ansiosa, onde depressão e ansiedade se apresentam juntas.
Nesse caso, os sintomas se somam e se reforçam, aumentando o sofrimento emocional.
Sintomas da depressão ansiosa
Os sintomas da depressão ansiosa costumam ser amplos e, muitas vezes, confundidos com cansaço, estresse ou fases difíceis da vida. Por isso, muitas mulheres demoram a perceber que estão diante de um quadro emocional que precisa de atenção.
Esse tipo de transtorno afeta simultaneamente o corpo e a mente, gerando sofrimento emocional contínuo. Como ansiedade e depressão acontecem juntas, os sintomas tendem a se intensificar e a durar mais tempo quando não há tratamento adequado.
Primeiro de tudo, vamos começar com os sintomas que estão presentes tanto no estresse, na ansiedade, assim como, na depressão.
Reconhecer esses sinais é um passo essencial para buscar ajuda e evitar que o quadro se torne mais grave.
Sintomas físicos
Os sintomas físicos da depressão ansiosa estão relacionados ao desgaste emocional prolongado e ao estado constante de alerta do organismo. O corpo reage como se estivesse sempre sob ameaça, mesmo sem um perigo real.
Muitas pessoas procuram atendimento médico por conta desses sintomas, sem perceber que a origem é emocional. Entre os sinais físicos mais comuns, estão:
- Alterações no sono, como insônia ou sono excessivo
- Alterações no apetite e no peso
- Fadiga intensa e cansaço constante
- Dores no corpo sem causa aparente
- Tensão muscular frequente
- Sensação de peso no corpo
- Falta de energia para atividades simples
Esses sintomas físicos contribuem para a sensação de incapacidade e aumentam a frustração no dia a dia.
Sintomas psicológicos
Os sintomas psicológicos da depressão ansiosa costumam ser os mais impactantes. Eles afetam diretamente a forma como a pessoa pensa, sente e se percebe no mundo.
É comum que esses sintomas sejam internalizados, o que faz com que o sofrimento passe despercebido por quem está ao redor. Entre os principais, destacam-se:
- Tristeza persistente, mesmo sem motivo claro
- Sensação constante de vazio emocional
- Desesperança em relação ao futuro
- Preocupação excessiva com tudo
- Dificuldade de concentração e memória
- Baixa autoestima
- Autocrítica intensa
- Falta de vontade de viver
- Pensamentos suicidas
Esses sintomas reduzem significativamente a qualidade de vida e exigem atenção profissional.
Causas da depressão ansiosa e principais fatores de risco
A depressão ansiosa não surge por um único motivo. Ela é resultado da interação entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais que se acumulam ao longo da vida.
Compreender essas causas ajuda a reduzir a culpa e o julgamento pessoal, mostrando que o transtorno não é sinal de fraqueza.
Desequilíbrio químico cerebral
O funcionamento adequado do cérebro depende do equilíbrio dos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina. Essas substâncias estão diretamente relacionadas ao humor, à motivação e à regulação emocional.
Quando há um desequilíbrio químico cerebral, surgem alterações no humor, aumento da ansiedade e dificuldade de sentir prazer, favorecendo quadros de depressão ansiosa.
Fatores genéticos e hereditários
A genética também exerce influência importante. Pessoas com histórico familiar de transtornos de ansiedade ou transtorno depressivo maior (TDM) apresentam maior predisposição para desenvolver episódios mistos de ansiedade e depressão.
Isso não significa que o transtorno seja inevitável, mas indica maior vulnerabilidade emocional.
Estresse crônico, traumas, luto e perdas
Certamente que não podemos esquecer que o mundo atual gera situações cada vez mais estressantes.
O estresse crônico desgasta o organismo emocionalmente. Quando não há tempo para recuperação, ele pode evoluir para quadros depressivos e ansiosos.
Traumas emocionais, luto não elaborado e perdas significativas também são fatores importantes, pois rompem a sensação de segurança e controle.
Outros fatores de risco
Além dos fatores citados, outros elementos contribuem para o desenvolvimento da depressão ansiosa:
- Conflitos interpessoais constantes
- Doenças crônicas
- Distúrbios hormonais
- Uso de substâncias psicoativas, como álcool e drogas
Esses fatores costumam atuar de forma conjunta, intensificando o sofrimento emocional.
Impacto da depressão ansiosa na rotina e na qualidade de vida
A depressão ansiosa interfere profundamente na rotina diária. Atividades simples, como trabalhar, cuidar da casa ou manter relações sociais, passam a exigir grande esforço emocional.
Estes transtornos estão entre as maiores causas de faltas e afastamentos no trabalho, do mesmo modo perturbam o ambiente familiar e pessoal.
Com o tempo, surgem dificuldades nos relacionamentos, queda de produtividade e isolamento social. A sensação de fracasso se intensifica, afetando diretamente a autoestima.
A qualidade de vida diminui significativamente, reforçando o ciclo de sofrimento emocional.
Como é feito o diagnóstico da depressão ansiosa?
O diagnóstico da depressão ansiosa é clínico e deve ser realizado por um psicólogo ou psiquiatra. Não existe um exame laboratorial capaz de identificar o transtorno.
A avaliação envolve escuta qualificada, análise do histórico emocional, intensidade e duração dos sintomas, além do impacto na rotina.
Um diagnóstico adequado é fundamental para definir o tratamento mais indicado e evitar agravamento do quadro.
Tratamento para depressão ansiosa
O tratamento da depressão ansiosa deve ser individualizado e pode envolver diferentes abordagens, de acordo com a gravidade dos sintomas.
Psicoterapia
A psicoterapia é um dos pilares do tratamento. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) ajuda a identificar padrões de pensamento disfuncionais, crenças negativas e comportamentos que mantêm o sofrimento.
Além disso, a psicoeducação permite que a pessoa compreenda seu quadro, reduzindo culpa, medo e autocrítica. Ao longo do processo, é possível desenvolver estratégias mais saudáveis de enfrentamento.
Medicamentos
Em quadros moderados ou graves, o psiquiatra pode indicar o uso de antidepressivos e ansiolíticos. Esses medicamentos auxiliam no equilíbrio dos neurotransmissores.
O uso deve ser sempre acompanhado por um profissional e, preferencialmente, associado à psicoterapia.
Mudanças no estilo de vida que complementam o tratamento
Mudanças no estilo de vida são importantes aliadas no tratamento da depressão ansiosa e ajudam a manter os resultados ao longo do tempo.
- Atividade física regular: melhora o humor e reduz a ansiedade
- Alimentação equilibrada: contribui para o funcionamento do cérebro
- Redução de álcool, drogas e cafeína: evita agravamento dos sintomas
- Sono de qualidade: a higiene do sono é essencial para a regulação emocional
- Rotina estruturada: traz sensação de controle e segurança
- Técnicas de relaxamento: ajudam a reduzir a tensão
- Rede de apoio: fortalece o enfrentamento emocional
Esses cuidados não substituem o tratamento profissional, mas fazem grande diferença na recuperação.
Veja também mais conteúdos sobre depressão:
- Depressão Psicótica: O que é, Causas, Sintomas e Tratamento
- Tipos de depressão
- Principais tratamentos para depressão
- Como sair da depressão
- Depressão tem cura? Conheça
Como a Psicotér ajuda no tratamento?
A Psicotér oferece acompanhamento psicológico especializado, com foco em escuta empática, acolhimento e cuidado individualizado. O objetivo é ajudar cada pessoa a compreender sua história e desenvolver recursos emocionais para lidar com o sofrimento.
O trabalho terapêutico respeita o ritmo de cada paciente e busca promover autonomia emocional e qualidade de vida.
Dúvidas frequentes sobre depressão ansiosa
Como se sente uma pessoa com ansiedade e depressão?
A pessoa costuma se sentir triste, cansada e preocupada ao mesmo tempo. A mente acelera, enquanto o corpo parece sem energia para reagir.
Essa contradição interna gera sofrimento intenso e sensação de impotência.
O que é uma crise depressiva?
A crise depressiva é a intensificação dos sintomas. Pode envolver isolamento, choro frequente, desesperança profunda e pensamentos negativos persistentes.
Nesses momentos, o apoio profissional é essencial para evitar agravamento.
O que fazer para sair de um estado depressivo ansioso?
Buscar ajuda profissional é o primeiro passo. Psicoterapia, acompanhamento médico e mudanças no estilo de vida fazem diferença real.
Conhecer a nós mesmos e saber quando precisamos entrar em ação para não adoecermos é sempre a melhor pedida.
Acima de tudo: equilíbrio sempre é o melhor caminho.



Respostas de 2
Sofro do síndrome do pânico e tenho depressão ansiosa ????
Olá Daniela, tudo bem?
Quando se trata de sintomas de um transtorno ou de uma síndrome, por exemplo, é sempre interessante ir em busca de um profissional para que ele possa investigar o seu caso e identificar qual o diagnóstico apropriado para a sua situação! Isso porque ele tem a formação necessária e ainda te garante um tratamento personalizado.
Nós da Psicotér contamos com uma equipe completamente capacitada que pode te ajudar nesse processo de identificação, fique à vontade para nos contatar: https://psicoter.com.br/fale-conosco/
Abraço!