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Gaslighting: O que é e como lidar com a manipulação psicológica?

gaslighting

Gaslighting é um termo que tem ganhado uma enorme popularidade nos últimos tempos, especialmente com o crescimento da era cibernética e da linguagem das redes.

A palavra, reproduzida diretamente do inglês, traz no significado um tipo de manipulação silenciosa, isto é, uma violação feita nas entrelinhas, sem agressividade ou clareza.

O termo surgiu através de uma obra de 1944, a adaptação cinematográfica “Gas Light”, onde um homem tenta enganar sua esposa, alterando as luzes da própria casa e, assim, forçando-a acreditar que está alucinando.

O gaslighting corresponde ao mesmo objetivo: manipular alguém de maneira discreta e estratégica, distorcendo a realidade e atingindo o emocional dessa pessoa.

Isso sempre foi feito, especialmente em relações afetivo-amorosas, mas nem sempre se tem o conhecimento das consequências reais dessa manipulação.

Pensando nisso, elaboramos este artigo para te contar tudo que o gaslighting pode causar, sem falar nos principais sinais dele e nas formas alternativas de tratamento.

Fique atento e acompanhe até o final para saber todos os detalhes!

 gaslighting e manipulação psicológica

 

O que é gaslighting?

O gaslighting é conferido por especialistas da saúde mental como uma violação sutil psicológica, onde o manipulador tem como objetivo mexer com a emoção do outro na tentativa de se beneficiar de alguma forma.

A explicação pode parecer difícil, mas, na prática, essa é uma ação clássica dentro de relacionamentos tóxicos, sejam eles amorosos, familiares ou de amizade.

Muitas pessoas chegam a praticar o gaslighting sem nem perceber, pois estão tão habituadas a usar da manipulação para se beneficiar, que já interpretam a prática como um “traço de personalidade”.

De fato, quem possui o costume de usar desse comportamento, acaba utilizando dele em inúmeras relações, sem distinção.

Obviamente, se trata de uma atividade invasiva e nada saudável para ambos os lados, afinal a relação se torna flácida, frágil e totalmente falsa, já que não há comunicação real em nenhum dos lados, somente manipulação.

Geralmente, o gaslighting vem acompanhado de situações desconfortáveis e muitos comentários apelativos, como: “você está ficando doida”, “isso é invenção da sua cabeça” ou “se você fizer isso, eu vou…”

Os cenários onde essas falas se encaixam podem ser os mais variados possíveis, desde um relacionamento com muitas brigas e desconfianças, até uma família com falhas de comunicação e comparação de filhos, por exemplo.

Ter controle sobre esse tipo de manipulação pode ser difícil, especialmente quando vem de alguém que criamos certa confiança e troca de afeto.

No entanto, é importante se manter atento, pois pessoas com tendência ao gaslighting são muito habilidosas na alternância de discurso, ou seja, mesmo que você tente argumentar, elas irão tentar mudar as cartas do jogo.

Isso pode ser uma grande armadilha nas nossas relações, pois gera muita insegurança, além de ansiedade, desconfiança e desregulação das nossas emoções.

Ninguém gosta de se manter em um ambiente assim, certo? Mas se relacionar com algum perito em gaslighting é, também, ser constantemente levado a acreditar que precisa ficar naquele lugar, mesmo se sentindo mal.

Por quê?

É simples! O manipulador precisa que você acredite que precisa mais dele do que qualquer outra coisa e não medirá esforços para te levar a pensar isso.

Assustador, né? Mas muito real também… Essas situações se repetem de forma estratégica e muito silenciosa, nos menores detalhes, o que faz com que muitos demorem a identificar o gaslighting.

Gaslighting é crime?

A violência psicológica pode ser considerada crime, sim!

Apesar de ser algo de difícil identificação, toda e qualquer ação que cause danos emocionais, físicos ou psicológicos podem ser considerados crimes.

Isso serve especialmente para mulheres, que são os principais alvos do gaslighting no mundo, nos dias de hoje.

Suas relações se iniciam recheadas de romance e sonhos, até se revelarem um espaço de pura manipulação, abuso e prisões emocionais muito dolorosas.

No entanto, não é só parceiros amorosos que podem ser vistos como um problema. Em relações de trabalho e serviço também é possível identificar o gaslighting.

As vítimas demoram até identificar o crime e, ainda assim, encontram grandes dificuldades para denunciar, já que reunir provas suficientes pode ser outro obstáculo enorme.

O gaslighting pode configurar crime quando envolver alguma postura de ameaça, perseguição, ataque verbal ou físico, exposição (podendo configurar violência moral) chantagens, humilhações e semelhantes.

As redes sociais acabam sendo um grande fator nesses momentos, pois muitas pessoas sofrem a manipulação a distância também, o que permite o registro e a recuperação desses dados na hora de denunciar.

Pode parecer simples, mas como já citamos anteriormente, o gaslighting não é fácil de identificar e, muito menos, comprovar perante a lei.

No entanto, é importante que as vítimas permaneçam alerta a qualquer possível detalhe, especialmente quando se sentirem agredidas e/ou violadas de alguma forma.

Há legislações que protegem essas pessoas de situações como essa.

gaslighting

 

Quais os sinais e como identificar um gaslighting?

Atentar-se aos comportamentos das pessoas nem sempre é o suficiente para identificar o gaslighting, já que estamos tão tomados por algumas relações.

No entanto, existe uma coisa que ninguém pode tirar de você, depois de conquistado, que é o autoconhecimento.

Quando você se entende e aprende mais sobre os próprios funcionamentos, consegue compreender quando algo não anda certo e, principalmente, quando não faz parte de você.

Isso é extremamente importante, porque não importa quantas relações apareçam ao longo da sua vida, a mais forte sempre será a que você estabeleceu consigo mesmo.

Esse é um processo positivo, pois ainda que você acabe se perdendo ao longo dos relacionamentos de trabalho, amorosos, familiares ou de amizade, sempre conseguirá se reconectar, mesmo que leve um tempo.

Quanto aos sinais do gaslighting, é preciso de muito cuidado e atenção aos mínimos detalhes.

Como já concluído anteriormente, é muito delicado decifrar atitudes que possam representar o gaslighting quando se está na relação. Entretanto, você sempre pode avaliar como se sente nela.

Essa é, inclusive, uma tática muito importante para todo e qualquer tipo de relacionamento que a gente estabeleça.

Não é um erro analisar seus sentimentos! Muito pelo contrário!

Pensar sobre eles é praticar a autoconsciência, o que vai te permitir aprofundar seus conhecimentos sobre si, além de ajudar a identificar problemas e rachaduras naquela relação.

Geralmente, é aí que a desconfiança do gaslighting surge.

Então, se você praticar essa autoanálise, procure pensar se tem se sentido sobrecarregado de pensamentos e inseguranças na relação.

O gaslighting possui a tendência de gerar dúvidas e até o complexo de inferioridade nas pessoas, então fique atento!

Não é normal duvidar de si mesmo o tempo todo e se seu parceiro, chefe ou amigo alimenta esse tipo de pensamento, talvez esteja na hora de repensar algumas decisões.

Sentir-se tão distante da felicidade ou satisfação consigo mesmo também pode ser um grande sinal, afinal as relações deveriam somar e nunca subtrair nada de nós mesmos.

Outro sinal importante para ficar ligado é se você tem se podado muito para caber em algum padrão solicitado pelos outros.

Esse é um típico comportamento de quem está refém de alguma relação, mesmo sem perceber.

Além, é claro, de estar sempre tenso ou preocupado com a aprovação das pessoas sobre as suas próprias ações.

Essas tentativas desesperadas e pensamentos obsessivos são sinais muito nítidos que algo não anda certo na maneira que você se coloca no mundo e isso pode, sim, ser consequência do gaslighting.

 

5 Exemplos de gaslighting:

O gaslighting é feito com o intuito de invalidar e mexer com as estruturas emocionais de uma pessoa, portanto as bandeiras vermelhas podem ser as mais variadas possíveis.

Estando dentro dessa relação de abuso, é realmente muito difícil identificar os sinais, mas não o sofrimento.

Sentir pressão ou desrespeito dentro de um espaço que deveria ser seguro e confortável pode ser um grande sinal de alerta.

Ainda assim, há quem se prenda a esses relacionamentos, já que tem sua realidade completamente controlada pelo outro.

Pensando nisso, listamos aqui alguns exemplos muito claros de gaslighting que podem estar acontecendo dentro da sua relação.

Fique atento!

Falsas afirmações

O manipulador sempre fará de tudo para ter controle sobre as emoções da vítima e isso pode incluir mentiras das mais variadas.

O objetivo dele é fazer com que o outro se sinta desconfortável e fora de controle, algo de fácil alcance se a manipulação for administrada do jeito certo.

Contar mentiras e “brincar” com a realidade do outro é um caminho muito usado pelos manipuladores de plantão, porque eles sabem exatamente como criar um cenário de incoerência na cabeça de terceiros.

E é diante dessa incoerência que as pessoas se sentem confusas e distantes dos próprios sentidos.

Distorção da realidade

Esse deve ser o movimento mais baixo e, ao mesmo tempo, o mais clássico de quem usa da manipulação psicológica.

A distorção da realidade consiste em negar qualquer contestação do outro, isto é, considerar tudo “loucura” ou “desentendimento”.

Invalidar os questionamentos do outro ou transformá-los em algo pequeno, sempre que possível, deixa aquela pessoa perdida, se sentindo insuficiente e, consequentemente, se sentindo inferior a outra.

Isso é um prato cheio para um manipulador, pois assim ele consegue se colocar acima daquela pessoa, tentando controlá-la e persuadi-la a fazer, basicamente, qualquer coisa.

Alguém que se vê como inferior, não se prioriza e tenta, o tempo todo, buscar por alguma aprovação.

Utilizar de inseguranças

Quem cria qualquer tipo de relação acaba ganhando intimidade, tendo trocas e conversas realmente próximas.

Nesse processo, segredos, medos e inseguranças são compartilhados o tempo todo, especialmente quando se cria uma confiança.

Em um cenário de abuso, como é o caso do gaslighting, o violador sempre utilizará das artimanhas mais minuciosas para atingir o psicológico do outro, mesmo que isso o destrua.

Sendo assim, os segredos e os medos mais profundos da vítima podem vir à tona em discussões ou até em tom de ameaça.

Um manipulador sabe usar isso ao seu favor, seja fazendo ciúmes, criando uma cena ou simplesmente chantageando o outro até chegar ao seu limite emocional.

Tudo isso é feito como forma de estratégia para deixar aquela pessoa mexida e realmente refém da situação.

Tom de voz

Pessoas que querem criar um cenário desconfortável para as outras sempre vão utilizar das estratégias mais simples para fazer com que elas pareçam erradas na situação.

Isso inclui se munir de um personagem, falar mais baixo, colocar-se no papel de vítima ou alguém que está sendo agredido de alguma forma.

Essas ações fazem as pessoas mudarem o olhar sobre o agressor e sempre colocarem ele no espaço de injustiçado.

É o típico comportamento de um manipulador que gosta desse jogo emocional e faz de tudo para que a pessoa se envolva nas suas armadilhas.

Exposição

Por fim, outra grande estratégia das pessoas que atuam por meio do gaslighting é a humilhação e exposição do outro.

A vítima é colocada sempre como alguém muito sensível ou que distorce a realidade, quando, na verdade, é o manipulador que faz isso.

Tudo é construído para que o outro seja visto como errado, desde suas reclamações até o jeito que se porta.

De fato, fica muito difícil argumentar, porque o agressor consegue trazer todos ao redor para o seu lado, construindo um cenário nada favorável à vítima.

Essas ações podem ser feitas mediante chantagem ou ameaças também, o que piora ainda mais o cenário de ansiedade e toxicidade na relação do agressor com o agredido.

gaslighting

 

Quem faz gaslighting?

A pessoa que faz gaslighting, geralmente, carrega dentro de si algumas lacunas emocionais e procura projetar isso em cima das relações que “constrói” por aí.

Geralmente, podem ser pessoas com traços narcisistas e histriônicos, querendo sempre fazer com que as situações sejam sobre si, de modo que o outro colabore para isso.

É comum, no entanto, que essas pessoas se comportem de forma agradável com os outros, mantendo sempre uma postura serena e controlada.

Esse cenário é totalmente construído com o intuito de manipular e levar o outro ao seu limite, ou seja, o agressor usa de provocações, armadilhas emocionais e estratégias para que o outro faça as suas vontades.

Por ser muito comum em relações amorosas, pode ser que o manipulador seja o próprio parceiro da pessoa, sempre munido de intimidade e das fraquezas do outro.

Isso não é nada saudável e pode corroer a saúde mental de uma pessoa, abalando sua autoestima e até autoconfiança.

Imagine: sentir-se perdido dentro do próprio relacionamento é algo extremamente desgastante.

Contudo, não é todo mundo que consegue se distanciar disso e pular fora da relação nos primeiros sinais.

Isso acontece, pois o agressor é, no geral, uma pessoa articulada, com intenções disfarçadas e que sabe transformar o ambiente para algo favorável a ele. Algo que só dificulta a liberdade do outro.

Daí a necessidade de se atentar aos sinais antes listados! Qualquer alerta relacionado a toxicidade, ainda que não seja o famoso gaslighting, precisa do nosso olhar crítico.

 

Como lidar e se defender desse abuso psicológico no relacionamento?

Em casos de abuso psicológico, como é o do gaslighting, pode ser realmente delicado lidar e se defender do agressor, especialmente sozinho.

Por isso, é tão importante cercar-se de pessoas que realmente se importam com a gente.

Uma vez identificada, a agressão pode ser denunciada e exposta da forma certa, contanto que haja provas concretas e suficientes para comprovar o abuso.

É de extrema importância contar com alguém durante esse processo, uma pessoa que sirva de apoio e te ajude a passar pelo enfrentamento do agressor.

Encontrar alguém assim nem sempre é fácil, especialmente se o manipulador for tão próximo da nossa vida. Sendo assim, há sempre a possibilidade de contar com o terapeuta ou um médico responsável.

Essa figura será importante em todos os momentos em que você se sentir fragilizado ou for ameaçado, de alguma forma.

É normal que ao longo do processo da denúncia ou da superação da relação tóxica a pessoa encontre recaídas ou lembre dos momentos em que o relacionamento era bom.

Essa pessoa também servirá para te manter forte e decisivo nos passos que se seguirem, afinal você não pode arriscar se colocar em uma situação como essa novamente.

Por isso, também, é tão indicado seguir com um acompanhamento psicológico!

Um profissional pode ajudar muito nessa superação, pois ele irá te ouvir e analisar cada um dos sentimentos envolvidos ali. O processo de cura será muito mais otimizado, você vai ver!

Sou vítima de gaslighting, como denunciar?

Para denunciar um crime como o de violência psicológica, é importante que haja provas o suficiente e que sejam validadas perante a legislação.

Fotos, vídeos, prints e semelhantes são aceitáveis, especialmente quando demonstram a violência de forma clara, com ameaças ou chantagens, por exemplo.

Reunir esse material e ter a coragem de ir em busca da denúncia nunca é uma tarefa fácil, por isso é sempre aconselhável ter alguém por perto que possa servir de encorajador.

Um familiar, um amigo ou o próprio psicólogo são ótimas opções, porque assim você não precisa tomar decisões baseadas no medo e nem na insegurança.

Como seres humanos, não há nada de errado em assumir que precisamos de ajuda, por mais que isso possa nos exigir um pouco de coragem e confiança.

 

Como a psicologia pode ajudar em casos de violência psicológica?

 psicologia pode ajudar em casos de violência psicológica

 

Em casos como o gaslighting, não há maneira melhor de se recuperar do que na terapia.

Com ela, é possível compreender o que se passava dentro daquela relação abusiva, reavaliando detalhes, comportamentos e até pensamentos que ocorriam durante o período.

Isso é importante tanto para o processo de cura e superação, quanto de autoconhecimento da pessoa, afinal ela vai conseguir entender a partir de que estágio deixou de cuidar de si mesma ou passou a ser manipulada.

Certamente, se trata de um processo que lida com dores, traumas e coisas desagradáveis, mas é o paciente que dita o ritmo do acompanhamento.

Isso significa que nenhum limite será ultrapassado! A pessoa poderá falar das suas dores quando e apenas se sentir confortável o suficiente para isso.

O trabalho da psicologia no combate do gaslighting funciona como uma parceria entre o paciente e a psicóloga, que trabalharão juntos para revisar cada ponto emocional que tem se mostrado frágil.

Esse processo inclui as demandas do possível abuso, mas também as do dia a dia, do trabalho, família e os conflitos pessoais que essa pessoa pode estar enfrentando.

Uma grande vantagem da psicoterapia é justamente essa: cuidar e tratar do que estiver atrapalhando o bem-estar! Se preferir, você pode fazer a psicoterapia online, de onde estive.

Você sente que já enfrentou o gaslighting em algum momento da vida? Percebe pessoas agindo assim ao seu redor, tendo comportamentos abusivos e controladores?

É possível lidar com isso! Aqui, na Psicotér, nós contamos com uma equipe especializada de psicólogas que pode te ajudar a superar esses problemas!

Entre em contato com nossa equipe de atendimento e marque já a sua consulta BÔNUS!

Lisiane Duarte

Lisiane DuarteFundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.

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