A importância da psicoterapia
A importância da psicoterapia nos dias de hoje, vem tomando espaço considerável. As pessoas tem se dado conta que muitas das desculpas usadas para não se fazer psicoterapia, não passam de mitos, pré-conceitos e julgamentos errados que as levam a interromper e desistir da terapia.
Não é fácil começar algo novo, dar o primeiro passo para a mudança, pois implica em sair da zona de conforto. Sair da zona onde nos sentimos seguros e adentrar em uma zona desconhecida, que pode gerar medo e ansiedade.
Com a terapia não é diferente. Nem sempre é fácil iniciar um tratamento psicológico, pois o medo em mexer com sentimentos podem se sobressair. E a vontade de querer se autoconhecer ou, mudar e reconhecer determinados comportamentos que prejudicam nossa vida, pode ficar pequena diante deste medo.
Embora muito se fale em saúde física nos dias de hoje, precisamos entender que a saúde psicológica faz parte do todo que engloba a saúde, pois se não estamos bem psiquicamente, com certeza os outros fatores de nossa vida serão prejudicados.
No entanto, existem mitos que precisam ser esclarecidos para que assim se dilua o receio de iniciar um tratamento psicológico e se perceba a importância da psicoterapia. Entre os quatro principais mitos, estão:
O paciente fala, o terapeuta só escuta:
Para início de conversa, vamos esclarecer um pouco como se dá a primeira ida ao psicólogo. Em um primeiro momento, o terapeuta irá fazer uma avaliação, ou seja, precisará saber seus dados e sobre você. Então, você terá que contar sua história, o porquê de ter procurado ajuda, suas expectativas.
Nesse primeiro momento, também são acertados horários e valores do tratamento. A partir desse contato, cria-se um vínculo entre paciente e terapeuta. Um vínculo de confiança, acolhimento, escuta adequada, suporte e ajuda para lidarmos com nossas emoções e fraquezas.
Contudo, terapeutas mais ortodoxos podem usar da técnica da escuta e fazer poucas intervenções durante a terapia. Alguns pacientes preferem ser escutados e se escutar mais, e com isso, o profissional faz intervenções mais pontuais. Isso também é terapêutico. Mas, na maioria dos casos, o terapeuta irá sim conversar sobre nossas questões, intervir e interpretar quando necessário.
O psicólogo está aberto para ajudar, mostrar novos caminhos, fazendo com que nos questionemos para sairmos da “caixa”.
Acessar emoções profundas e dolorosas que serão insuportáveis de lidar:
Embora seja muito doloroso enfrentarmos nossas feridas, aos poucos, no tempo certo, isso se fará necessário. No entanto, o suporte de um profissional capacitado irá ajudar muito com nossas questões. É um processo, que muitas vezes não irá ser agradável, mas necessário para que possamos seguir em frente aprendendo, elaborando e desfazendo nossas amarras.
Não há um prazo para que isso ocorra, pois cada pessoa tem seu tempo e sua disponibilidade para lidar com suas emoções. Com a ajuda do profissional, será possível suportar e seguir em frente, por isso a importância da psicoterapia.
O psicólogo dará conselhos do que fazer:
A psicologia é uma ciência que estuda a mente e o comportamento humano. Embora o profissional possa abrir nossos caminhos, ele não irá dar conselhos do que fazer ou o que falar. Essa decisão é individual, daí a importância da psicoterapia.
O profissional também não irá julgar o que fazemos e pensamos, mas sim, tentará compreender os motivos que nos levam a isso. Contudo, o terapeuta, irá nos mostrar novas possibilidades, pois, muitas vezes, estamos tão submersos no problema que não enxergamos as várias soluções e oportunidades que estão em nossa frente.
Às vezes, não paramos para nos questionar o porquê estamos agindo de tal maneira, ou porque estamos magoados com determinadas pessoas. Às vezes, só precisamos organizar nossa mente e nossos pensamentos para desfazer os nós que nós mesmos criamos. O psicólogo ajudará com isso.
Só vai a terapia quem tem problemas emocionais graves:
Esse é um dos mitos mais escutados pelos terapeutas: “Eu não sou maluco para ir no psicólogo”! Embora seja um mito que está se desfazendo com o tempo, ainda escutamos muito frases como esta. A psicoterapia é eficiente com diferentes tipos de problemáticas, não somente com transtornos mentais graves.
Exemplos disso, são: problemas no relacionamento, autoconhecimento, melhora na autoestima, ansiedade, depressão, perdas, traumas, tristeza sem motivo, estresse, aprender a lidar com as emoções e muito mais. Se privar de procurar ajuda, por medo de fazer terapia, só irá atrasar a qualidade de vida tão almejada.
Voltando para a importância da psicoterapia
Sendo assim, com a vida cada vez mais acelerada que levamos, ter um tempo para cuidar de nós é essencial. Por isso, a importância da psicoterapia. Pode ser um problema de ordem sexual ou pode ser uma crise no relacionamento.
No entanto, não podemos nos deixar levar por medos que freiam nosso desejo de buscar ser nossa melhor versão. Procurar uma terapia, será essencial para ultrapassar medos e dificuldades. Este pode ser um sinal de que visamos um futuro com mais plenitude, não somente para nós, mas para as pessoas que permeiam nossas vidas.
Por que desistimos da Psicoterapia então?
Muitas pessoas acreditam que a psicoterapia é algo mágico, em que alguém irá dizer o que fazer e, com isso, os seus problemas serão resolvidos de uma hora para outra. Caso isso não ocorra de forma rápida, podem abandonar o tratamento e desistir da terapia.
A terapia é um trabalho que se estabelece entre um intermediador e o paciente. O profissional intervém na realidade psíquica do paciente. A partir de tais intervenções, reorganiza sua maneira de pensar, agir e ver o mundo.
Muitas vezes, quem está no processo terapêutico, sente que o trabalho não está evoluindo e não percebe a importância da psicoterapia, sugerindo que o tratamento está estagnado. Contudo, trata-se de momento delicado e difícil de superar.
Resultados de diversas circunstâncias que atrapalham a aderência ao tratamento e fazem o paciente desistir da terapia, tais como:
- O atendimento pode ser interrompido na fase inicial da Psicoterapia. Antes que os objetivos estabelecidos para o tratamento estejam claros para ambos;
- A psicoterapia é uma relação e, muitas vezes, nesta relação, o paciente sente-se pouco visto, compreendido ou aceito, por isso, ele pode rechaçar o terapeuta. O terapeuta, na maioria das vezes, percebe que algo não está bem. Porém, é importante que o paciente tente expressar seus sentimentos ao profissional, para que, juntos, possam ajustar sua relação. Em alguns casos, encaminhar o paciente a outro profissional, assim evitando desistir da terapia;
A negação
- Em certos casos, quando paciente e terapeuta começam a conversar sobre assuntos delicados, que mexem com os sentimentos e pensamentos, o paciente resiste. É difícil mudar, é complicado libertar-se de seus comportamentos, pois é uma nova maneira de perceber a vida. Isso gera medo e insegurança, o que faz com que o paciente busque motivos racionais para explicar seu desejo inconsciente de desistir da psicoterapia. Argumentos a favor do seu status. Interrupção frente a incertezas de uma mudança. Negação de não querer modificar o próprio comportamento. Ou um pessimismo com relação à mudança;
- A rede de apoio do paciente pode estranhar suas mudanças e boicotar o tratamento, com afirmações como: “esta terapia não está te ajudando”, “fala pra tua terapeuta que tu está cada vez pior”, “depois que tu começou a fazer terapia, só reclama de tudo”. Quando mudamos, as pessoas ao nosso redor percebem, e diversos sentimentos podem surgir nelas, fazendo com que o paciente se sinta inseguro e descrente em relação às mudanças. Por isso, ele acaba desistindo da psicoterapia, para manter seu bom relacionamento com os demais;
A Ansiedade
- A ansiedade pela melhora de alguns sintomas pode fazer a pessoa desistir da terapia. A psicoterapia tem início, meio e fim e não é de uma hora pra outra que a mudança acontece;
- O outro ponto é que o paciente melhora de seus sintomas e acredita que já esteja bem para seguir sozinho e desistir da terapia. As dificuldades que o levaram à psicoterapia não são mais vistas como prioridades e importantes em sua vida, por isso, ele acredita que não tenha mais conteúdos a trabalhar. Neste caso, também a resistência está presente. Pois, o que o levou a determinados sintomas, pensamentos e comportamentos, precisa ser visto. Só assim conseguirá encarar sua vida de maneira mais saudável, sem retornar a maneiras de viver disfuncionais;
O medo
- Quando a mudança parece acontecer de maneira rápida demais, o paciente pode ficar assustado com tudo e acreditar que a interrupção seja o melhor caminho, desistir da terapia. Pode sentir que irá se desorganizar demais com tudo que tem sentido e pensado, optando por desistir da terapia;
- O medo de tornar-se outra pessoa pode fazer o paciente desistir da terapia. Este sentimento é bastante comum. Para esclarecer, a psicoterapia tem como objetivo geral tornar a vida das pessoas mais funcional. Ou seja, mais feliz, com decisões mais acertadas para que consiga se adaptar melhor à sua vida e às mudanças que ocorrem;
O dinheiro
- O fator econômico também é relevante para desistir da terapia. Em momentos de aperto financeiro, muitas pessoas desistem da psicoterapia, por acreditarem que ela é um gasto e não um investimento em saúde mental para o seu bem estar, que não pode ser medido em valores financeiros. A importância da psicoterapia não é levada em consideração. Nestes casos, terapeuta e paciente podem conversar e reorganizar as consultas, para que fique confortável para os dois. Porém, pesquisas já mostraram que o retorno financeiro de quem investe em autoconhecimento é de 100%.
As mudanças costumam ser graduais e lentas. É importante ter paciência para superar esta etapa. As mudanças, às vezes, são perceptíveis, aos poucos, mas, se houver engajamento, comprometimento e desejo de alcançar o objetivo, os benefícios serão extremante observados.
Não existe mudança sem sacrifício. Mas para que tudo corra bem, é fundamental entender a importância da psicoterapia.
Confira aqui: 8 motivos para fazer psicoterapia
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Anne Griza – CRP 07/13524
Lisiane Duarte da Silva – CRP 07/12563
Psicóloga Cognitivo Comportamental e Diretora Técnica da Psicotér
Especialista em Gestão de Pessoas