O termo baby blues refere-se a uma condição que pode manifestar-se nos primeiros dias após o parto e que costuma ser confundida com a depressão pós-parto.
Entretanto, os dois transtornos são distintos e, por isso, afetam as mulheres de maneiras diferentes, por isso é que se deve conhecer o que cada um significa.
O baby blues puerperal gera sintomas bem específicos nas mulheres durante a fase do puerpério, como mudanças de humor constante, alterações no apetite, tristeza em excesso, ansiedade, entre outros.
Por ser um tema tão importante, neste conteúdo vamos mostrar o que ele é, quais os sintomas mais comuns para ajudar na identificação do problema e ainda sua diferença para a depressão pós-parto.
Se você quer entender de verdade o significado baby blues, não deixe de ler este conteúdo completo.
O que é Baby Blues?
O baby blues, que é conhecido também por blues pós-parto ou tristeza materna, trata-se de uma condição que manifesta-se em algumas mulheres logo após os primeiros dias depois do parto.
A característica principal desta condição é um grande sentimento de tristeza profunda, mas as mães podem sentir também sentimentos de insegurança, de impotência e medo.
Esta condição tende a manifestar-se entre o primeiro e o terceiro dia após a ocorrência do parto e é diferente da depressão pós-parto, como você verá mais à frente.
Sintomas do Baby Blues
As mães que passam pelo baby blues puerperal podem apresentar alguns sintomas que são bem característicos desta condição.
Entre os principais estão os seguintes:
- Tristeza em excesso;
- Constantes mudanças de humor;
- Insegurança;
- Alterações no apetite, como excesso ou falta de fome;
- Baixa ou falta de libido;
- Alterações no sono, principalmente insônia;
- Ansiedade;
- Vontade constante de chorar;
- Sensação de impotência e incapacidade.
Causas da Baby Blues
As causas do baby blues puerperal são muito variadas, por isso é importante ter auxílio profissional para entender o que está ocasionando este problema.
A condição tem como motivos mais comuns as alterações nos níveis de hormônios que acontecem ao longo da gestão e logo depois do nascimento do bebê.
No período gestacional, o corpo da mulher produz uma alta quantidade do hormônio estradiol.
Logo depois do parto, há uma grande queda nos níveis deste hormônio no organismo, então isso gera alguns dos sintomas como ansiedade e tristeza excessiva.
A menor produção dos hormônios tireoidianos depois do parto também ajuda a explicar essa sensação maior de tristeza e o enorme cansaço que a mulher sente.
De forma geral, é possível descrever como principais causas desta condição:
- Mudanças hormonais;
- Complicações no parto;
- Dificuldades em amamentar o bebê;
- Transtornos psiquiátricos que a mulher tinha antes da gestação;
- As dificuldades com os cuidados iniciais do bebê;
- Questões emocionais.
Quanto tempo dura o baby blues?
Um dos pontos mais importantes que gera dúvidas sobre o baby blues é quanto tempo dura esta condição.
Como dito antes, ela pode aparecer entre as primeiras 24 horas depois do parto até três dias depois.
A duração desta condição pode ir de 10 dias até 14 dias, portanto, ela possui um tempo mais curto e esta é uma das diferenças para a depressão pós-parto.
No próximo tópico, você vai entender melhor o que é este outro transtorno que surge após o nascimento do bebê.
O que é a depressão pós-parto?
A depressão pós-parto trata-se de um tipo de transtorno de humor muito intenso que afeta as mulheres que deram à luz e que dura muito mais tempo em comparação ao baby blues puerperal.
A condição da depressão pós-parto é bem menos frequente do que aquele transtorno, mas por outro lado, é bem mais sério e preocupante.
A depressão pós-parto, em geral, costuma aparecer duas semanas depois do parto e tem uma duração que pode ir de um ano a mais tempo.
Ela tem como causa uma combinação existente entre os diferentes fatores físicos e também emocionais, devido a possíveis traumas ou ainda dificuldades que ocorrem ao longo da gravidez ou depois do parto.
Este quadro faz com que a mãe encontre-se impossibilitada de fazer qualquer atividade com o seu bebê durante aquele período.
Os sintomas que as mulheres com depressão pós-parto costumam apresentar são:
- Alterações de apetite
- Alterações no sono
- Ansiedade
- Perda do sentimento de prazer
- Dificuldade de concentração
- Humor instável e deprimido
- Ideação de suicídio
- Pensamentos de morte
- Sentimentos de culpa
- Desânimo intenso
- Cansaço excessivo
- Instabilidade emocional
Aqui no Brasil, os números mostram que uma a cada quatro mulheres que deram à luz sofrem com a condição da depressão pós-parto, algo que deixa profissionais da saúde preocupados, pois nem todas buscam auxílio.
O tratamento para a depressão pós-parto irá depender de fatores e da avaliação do psicólogo e psiquiatra sobre a condição da mulher, podendo incluir o uso de medicamentos.
Em casos de depressão pós-parto menos graves, o acompanhamento é feito com psicólogo em terapia sem a necessidade de medicação acessória ao tratamento.
Naqueles casos de maior gravidade, o tratamento é feito com acompanhamento de um psiquiatra e a utilização de remédios.
Diferenças entre Baby Blues e depressão pós-parto
Entender as diferenças entre baby blues e a depressão pós-parto é fundamental para que se possa buscar o tratamento adequado.
Como os dois tipos de transtornos contam com sintomas que são semelhantes, é comum que muitos confundam-se quanto à situação pela qual está passando.
Em geral, a maioria acredita que a principal diferença entre os transtornos se dá pelo tempo que os sintomas perduram, mas não é verdade.
O que difere um transtorno do outro, na realidade, é a intensidade com que esses sintomas aparecem na mulher.
Uma mãe que está no período do puerpério tende a sentir uma grande desesperança, ao passo que uma mulher com depressão pós-parto sente uma enorme falta de vontade de viver.
A mãe que encontra-se sofrendo com o baby blue puerperal, muito provavelmente, irá ter condições de manter a sua rotina e mesmo cuidar com seu filho.
Por outro lado, a mulher que sofre com a depressão pós-parto não tem capacidade para manter seus hábitos diários e cuidar do bebê recém-nascido, bem como dos outros filhos que tenha.
Além disso, não há como negar que há uma diferença também na duração de cada transtorno.
Como explicado antes, o baby blues é um quadro que dura em torno de 15 dias, ao passo que a depressão no pós-parto pode durar meses até anos.
Entender todos esses pontos ajuda a compreender como a mulher com baby blues puerperal difere daquela que está apresentando um quadro da depressão pós-parto.
Tratamento do Baby Blues com a psicologia
Um ponto importante que não pode ser deixado de lado é o tratamento do baby blues com a psicologia.
Não é porque essa condição é não tão grave quanto a depressão pós-parto e que seus sintomas desaparecem em duas semanas que não se deve ter os cuidados necessários.
O baby blues puerperal tende a sumir após algumas semanas por conta da própria adaptação que a mulher tem com a sua nova situação e com o equilíbrio alcançado pelo corpo.
Entretanto, há formas de conseguir amenizar estes sintomas que surgem e que abalam a rotina do sono e o próprio organismo devido à desregulação hormonal.
Sendo assim, o acompanhamento com uma psicóloga se mostra importante porque a nova mamãe terá alguém com quem conversar a respeito dos seus medos e da ansiedade com a nova vida que se inicia.
O mais importante é que a mulher consiga tirar os fatores estressores que podem agravar bastante o seu quadro.
A terapia com a psicóloga permite que a mulher possa expor seus sentimentos de uma maneira mais livre e possa ter o aconselhamento necessário para lidar com essa nova fase em sua vida.
Nem sempre a mulher terá todo o suporte familiar que precisa para lidar com a situação do puerpério em casa, então o auxílio de um profissional de psicologia vai ter um peso enorme para ela.
Afinal, existe uma enorme pressão para que ela seja uma mãe perfeita e muitas mulheres sentem enorme culpa por apresentar baby blues.
Isso mostra como o acompanhamento com um psicólogo evita que a mulher entre em um processo mais profundo de culpa e coloque muita pressão sobre si mesma.
Fora isso, ao ter um acompanhamento psicológico, é possível que o profissional verifique se a mulher não está apresentando sintomas intensos que possam indicar um quadro mais grave.
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Texto de: Luísa de Oliveira – redatora da Equipe Psicotér
Aprovado por:
Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.
Fundadora da
