Sinais de autismo são questões que muitas pessoas já devem ter ouvido falar pelo menos uma vez na vida, já que o transtorno tem ganhado grande espaço de discussão e visibilidade nos últimos tempos.
Não é de se esperar o contrário: dados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde nos mostram que 1 a cada 160 crianças são diagnosticadas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) no mundo todo.
Esses são números que nos demonstram a importância de discutir e elevar assuntos como esse nos dias de hoje, focando nos sintomas do autista e na sua inclusão digna nos espaços da nossa sociedade.
É muito comum que se imagine o grupo de sintomas dessas pessoas como padronizado, como se elas carregassem traços únicos relacionados ao transtorno.
Isso é um equívoco dos grandes, em vista que o próprio nome já traz a ideia principal de espectro, ou seja, uma grande variedade de formas para se manifestar.
Sendo assim, a observação daqueles que cercam a pessoa com TEA precisa ser grande, para que, consequentemente, seu suporte também cresça.
Neste artigo, vamos compreender mais detalhadamente os sinais e sintomas de autismo nas pessoas, visando facilitar e fortalecer suas próprias relações com o mundo.
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ToggleO que é o autismo?
O TEA – Transtorno do Espectro Autista é conhecido como uma espécie de “pane” no sistema de desenvolvimento neurológico da pessoa, que acaba gerando dificuldades em alguns pilares principais.
Esses que são chamados de tríade autística e são caracterizados por: dificuldade na comunicação, na socialização e no comportamento inconstante da pessoa com o transtorno.
São características que podem variar muito tanto em nível, quanto na forma de se expressarem em cada um, mas sempre se apresentam como clássicos sinais do TEA.
É importante frisar a possibilidade de diferença nas manifestações dessas características, já que elas aparecem em momentos e com intensidades distintas em cada pessoa. Por isso, também, o olhar do transtorno em um espectro.
Cada indivíduo com TEA é único, pois desenvolve seus próprios funcionamentos com o tempo, o que ajuda no desenvolvimento interno e nas suas próprias relações.
Isso porque criam a chamada “concha autística”, ou “mundo singular”, como muitos chamam.
Algo que nada mais é do que um meio para expressar o isolamento social que marca a vida dessas pessoas, onde superam a dificuldade para interagir e estabelecer trocas afetivas com outras que a cercam.
Nos casos mais moderados, pode ser que a interação aconteça de forma mais tranquila. No entanto, geralmente é restrita, passiva e acontece mediante grande esforço.
Autistas relatam que se sentem cansados ao ter que se relacionar com o mundo ao seu redor e ao manter um simples diálogo com alguém, pois seu processamento de informações no cérebro é mais lento.
O autismo pode afetar até 1% da população e é, pelo menos, quatro vezes mais frequente em homens do que em mulheres.
No caso das mulheres, a manifestação do quadro costuma ser mais grave em função de aspectos genéticos e o perfil biologicamente estabelecido.
Uma parte considerável desse grupo apresenta deficiência mental associada (baixo QI) o que dificulta a aprendizagem pedagógica formal e as tarefas da vida diária.
Nesses casos, o acompanhamento educacional e psicológico se torna indispensável para que a criança cresça de maneira saudável, leve e equilibrada.
No caso de autistas de alto funcionamento (QI elevado), a principal dificuldade é a interação social e a adaptação com mudanças.
Essas pessoas, especificamente, são aquelas que apresentam um rápido e otimizado funcionamento cerebral, tendo um raciocínio lógico muito apurado e boa percepção.
Nesses casos, as relações interpessoais que podem sair mais prejudicadas.
Autistas de alto funcionamento, em muitos casos, tendem a não apreciar o contato físico, grandes trocas e conversas longas com outras pessoas.
Isso demanda energia e toca em um campo não muito explorado por essas pessoas: o afetivo.
Algo que não significa que elas não sintam amor, carinho ou admiração por algo, ao contrário! Somente as formas de expressar isso que podem ser muito limitadas ou diferentes para cada um delas.
Essas são mais algumas das características que as tornam únicas e pertencentes a esse espectro.
Quais as causas do autismo?
As causas do autismo são muito estudadas e procuradas por especialistas até os dias de hoje, pois são muito difíceis de definir.
Sendo assim, ainda não se tem um conhecimento total sobre as motivações do TEA, especialmente por se tratar de um espectro com manifestações diferentes e inconstantes nas pessoas.
De qualquer forma, existem pesquisas recentes que demonstram alguns fatos como determinantes para o desenvolvimento do autismo, algo que pode manter as pessoas alertas para possíveis sinais de autismo em bebês, por exemplo.
O primeiro deles, considerado como uma das grandes causas, é a questão hereditária, que nada mais é o compartilhamento genético na mesma família.
O que significa que pessoas com irmãos ou familiares autistas possuem maior possibilidade de desenvolver o transtorno também.
Essa situação específica não funciona como regra, mas é importante considerar as chances e manter os familiares ou responsáveis atentos aos possíveis sintomas de autismo, mesmo que leve.
Outro fator muito determinante para a possível manifestação dos sinais de autismo é a doença genética.
Pouco se fala na tendência que doenças como a Síndrome de Down, esclerose tuberosa ou Síndrome de Rett têm em ir de encontro com o autismo.
No entanto, é extremamente necessário saber que essas são condições psicológicas que podem mexer e muito com as dinâmicas mentais das pessoas, podendo inclusive, acarretar no que conhecemos como TEA.
Por fim, outro aspecto que alguns especialistas acreditam pesar como causa do autismo é o ambiente e contexto que a pessoa se insere, isto é:
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, tabaco, ter pais de mais idade, vivenciar uma gravidez conturbada ou ser um recém nascido de poucos meses, muito pequeno.
Para pesquisadores da área da saúde, acredita-se que pouco mais de 90% das causas e dos sinais de TEA são provenientes dos fatores genéticos, enquanto que o resto permanece como uma incerteza.
Certamente, as outras causas e sinais de autismo não são descartadas, pois ainda exigem estudos sobre, mas é importante frisar o peso da herança familiar e seus genes, quando o assunto é o TEA.
Isso acontece, porque estamos falando de um transtorno cujas manifestações podem ser muito variadas e distintas umas das outras, o que pode dificultar e muito nas análises feitas sobre.
Os indivíduos se comportam de jeitos diferentes e detectar as motivações disso pode se tornar complicado, especialmente quando é um transtorno que dura uma vida toda.
Identificar os sintomas de autismo em bebê exige certa atenção, mas certamente suas ações e maneiras de reagir ao mundo irão mudar de acordo com a fase da vida e contexto que for enfrentar.
O que significa que com o crescimento e a evolução daquela pessoa, os quadros acabam se transformando também.
Isso vale para qualquer pessoa, afinal nós somos de uma forma dentro da escola, depois outra na faculdade, no trabalho, na casa dos pais e assim por diante.
Nosso cérebro permite se moldar para cabermos no espaço que nos é designado e no caso das pessoas do Espectro não é nem um pouco diferente.
O que muda é o tamanho dos desafios que elas podem encontrar pela frente, algo que pode ser acompanhado e tratado da maneira que for necessária.
Como é feito o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista – TEA ?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é realizado por um especialista que vai acompanhar o paciente em alguns testes guiados que irão colaborar com resultados precisos.
Muitos pais e responsáveis não sabem o que fazer ao se deparar com os primeiros sinais do autismo em seus bebês ou crianças.
É extremamente comum, inclusive, que não saibam nem quais são os sintomas do autismo para, de fato, observarem em seus filhos.
Daí a necessidade de orientação de instituições como a escola, as mídias e os próprios médicos pediatras e neuropediatras que devem compartilhar e falar da importância da atenção para esses sinais de autismo.
Isso porque é possível diagnosticar o transtorno muito cedo, antes mesmo da criança completar dois anos de vida.
E essa é uma atitude que, não só irá otimizar e melhorar a qualidade de vida daquela criança, como vai permitir que ela se desenvolva conhecendo as próprias limitações e se libertando de pensamentos autodestrutivos.
Para chegar nesse ponto e conseguir o diagnóstico da forma mais eficaz e rápida, os pais precisam levar seus filhos a um médico especialista, de preferência um neuropsiquiatria que possa realizar testes precisos.
É possível fazer esse acompanhamento por meio de um profissional da saúde mental também, como um psicoterapeuta, mas nesses casos, a validação do diagnóstico de autismo precisa de um olhar médico também.
Já no caso de adultos ou adolescentes, é possível procurar a ajuda direta do psicólogo.
A primeira bateria de testes selecionada por ele será voltada a tríplice autística, isto é, voltada para aqueles pilares onde a pessoa mais apresenta dificuldades.
A fala, a comunicação, o reconhecimento e as relações estabelecidas pela pessoa são avaliadas e analisadas para encaminhar o diagnóstico.
Isso pode ser feito por meio de atividades práticas, exercícios guiados ou a simples interação com o psicoterapeuta.
Nesses casos, é importante lembrar também que é necessário o acompanhamento de um psiquiatra.
O acompanhamento comportamental e psicológico sempre é feito por um psicoterapeuta, que possibilitará o uso de testes práticos para descobrir, de fato, se existe a presença do autismo.
Em contrapartida, é indispensável o auxílio de um médico especialista para propor um diagnóstico mais aprofundado e, em alguns casos, contar com a prescrição de remédios e outros.
Isso vai abrir um leque maior de possibilidades para aquela pessoa, além de assegurar que seu diagnóstico será detalhado e único, voltado para as suas questões reais e não uma ideia genérica do TEA.
Quais os sinais e sintomas do autismo?
Os sinais e sintomas do autismo se assemelham muito ao longo das fases da vida, desde a época da infância, até passar pela adolescência e, por fim, chegar à adultez.
O que se diferencia, de fato, é a percepção dos próprios autistas sobre seus sintomas.
Um bebê, por exemplo, está em uma fase inicial da vida, isto é, ele não consegue olhar em volta e ter a percepção das próprias dificuldades e, muito menos, comunicar isso aos adultos ao seu redor.
Por tanto, quando se trata de crianças tão pequenas, o ideal é manter-se atento às atitudes e ações espontâneas delas.
Isso irá demonstrar as possíveis dificuldades e barreiras levantadas pelo TEA, o que facilitará o encontro com um profissional e o diagnóstico precoce.
No caso de crianças diagnosticadas cedo, há maior possibilidade de readequação no seu crescimento, porque os pais passam a se atentar mais às limitações do transtorno e assim por diante.
Bebês geralmente tendem a demonstrar problemas e dificuldades naquela mesma tríade autística, isto é, dificuldade na comunicação, na socialização e uma grande inconstância de comportamento.
Por serem pessoas no início da vida, é muito difícil realizar a detecção, já que o bebê tende a se relacionar mais com a mamãe e o papai do que com outras crianças da sua idade.
Os espaços de socialização, geralmente, permitem que os sinais apareçam mais rapidamente e, então, reconhecer os sinais de autismo já não é mais tão difícil.
Daí a importância de instituições como a escola, os parquinhos e ambientes de convivência, onde a criança possa se desenvolver em contato com outras.
Permitir que seu filho se exponha a esses lugares é de extrema importância para o aprendizado cognitivo dele, mas acima de tudo, para que ele aprenda mais sobre si mesmo.
Uma criança se comunica e se expressa através da brincadeira, de jogos e da fala… Pontos esses que são muito mais validados, quando ela se permite trocar com alguém que também se comunique assim: outras crianças.
Perceber, nessas interações, dificuldades ou o simples fechamento emocional por parte do seu filho, pode ser sinal de que algo não anda alinhado.
Daí a importância de levá-lo a um profissional que possa acompanhar o seu processo de brincar, conversar e interagir.
Esse cenário se altera um pouco, quando as crianças crescem e se tornam meninas e meninos adolescentes com TEA.
Isso porque o ambiente em que se colocam é tão sociável quanto o da infância, porém mais independente, ou seja, os adolescentes se expõem mais sozinhos e sem a presença dos pais.
Nessas horas, é a escola, os colegas, amigos e professores que ocupam um espaço de observação e diálogo.
Muitos sinais podem ser percebidos ao longo dessa fase, especialmente quando as dificuldades cognitivas aparecem durante o aprendizado ou, em caso de autistas de alto QI, a grande otimização dele.
Outro aspecto importante a ser frisado nessa fase são as bases de socialização.
Adolescentes tendem a ser fervorosos em momentos de convivência, diversão e sociabilidade, o que nem sempre é regra, mas sim uma tendência.
Hoje em dia já se entende que muitas pessoas possuem seus traços introvertidos e de timidez, por exemplo, mesmo na adolescência.
A questão do TEA e os sinais de autismo que podem se manifestar está na dificuldade dessa socialização ou total aversão à convivência com outras pessoas em uma fase de tanto enriquecimento coletivo.
Os sintomas de autismo em adolescentes aparecem muito nesse pilar, além das grandes mudanças de comportamento, que é um sinal para deixar qualquer familiar mais alerta.
Quando se chega à fase adulta, a percepção dos sintomas se torna muito mais pessoal e interna do que qualquer coisa.
Um adulto, mesmo que jovem, consegue detectar seus sentimentos e emoções com mais facilidade, ainda que seja um problema em alguns momentos.
Sendo assim, a possibilidade de buscar por ajuda é maior e até mais acessível, considerando que é uma decisão que parte de dentro para fora, mesmo que o jovem mantenha certa resistência por um tempo.
De qualquer forma, todas as fases da vida contam com sinais e sintomas muito parecidos no que diz respeito ao TEA, já que mesmo se tratando de um espectro, haja limitações estabelecidas.
Se você busca identificar esses sinais, sejam os de autismo em bebês ou em crianças, até o autismo em adolescentes e adultos, atente-se a essa lista dos mais comuns:
- dificuldade na hora de falar ou se expressar
- choro constante
- falta de contato visual e troca de olhares
- poucas expressões faciais
- a preferência por permanecer sozinho, seja na hora de brincar, produzir uma atividade ou trabalhar
- sensibilidade ao toque dos outros
- ausência de interesses em assuntos gerais ou pessoas
- dificuldade em manter afeto, falar sobre sentimento ou simplesmente expressá-lo
- ausência de resposta ao ser chamado
- baixa energia social
- ter grandes mudanças comportamentais, quando algo acontece
- não conseguir aceitar mudanças, sejam elas grandes ou pequenas coisas
- ter problemas com desordens das mais variadas
Veja também: Tudo sobre ansiedade infantil.
Tratamento para autismo
Diferentemente do que se espera, o Transtorno do Espectro Autista já possui diferentes formas de tratamento e acompanhamento disponíveis pelo mundo, sendo extremamente variadas e adaptáveis para cada situação.
Desde a infância até a fase adulta já existem clínicas especializadas e focadas no aprimoramento emocional e pessoal desses pacientes, ajudando na desenvoltura das suas habilidades e no autoconhecimento.
Já existem, também, inúmeros tratamentos alternativos espalhados pelo mundo, mas geralmente todos são voltados para a psicoterapia.
Esse é o método mais confiável e seguro para garantir a diminuição dos sintomas do autismo e o aumento da qualidade de vida dessas pessoas.
É na terapia que os pacientes de TEA se reencontram com seus próprios pensamentos, avaliando suas atitudes e apreensões.
Um profissional da saúde mental consegue administrar os fortes sinais de autismo acompanhando o andar do seu estado mental.
Tudo isso é muito importante porque exercita a parte cognitiva e emocional do autista, além de permitir que ele se sinta acolhido e visto por alguém que o entende e o prepara para o mundo exterior.
Mesmo com as sessões de psicoterapia individual, há quem busque por tratamentos em parceria no próprio campo do atendimento psicológico, isto é, a musicoterapia, ludoterapia para crianças, pet terapia e semelhantes.
Todos esses podem ser considerados para o tratamento do TEA, já que trabalham com outras partes do cérebro humano tão importantes e lúdicas quanto o que é trabalhado na terapia comum.
De qualquer forma, é indispensável que aconteça também o acompanhamento com um psiquiatra.
Esse será o profissional responsável por fazer encaminhamentos da saúde física e mental desse paciente, avaliando se há necessidade de tratamento medicamentoso, um fonoaudiólogo ou trabalhos de psicomotricidade, por exemplo.
Tudo isso somado ao cuidado mais familiar, aquele suporte feito em casa pelos pais ou amigos, que necessita de atenção total com a alimentação, bons hábitos, atividades físicas e semelhantes.
Trata-se de um grande trabalho em equipe para que a pessoa com TEA sinta-se acolhida e devidamente inserida nos espaços que gostaria de estar.
Você conhece alguém que passa por uma situação assim ou gostaria de realizar testes para tirar dúvidas de vez sobre o TEA?
Aqui, na Psicotér, tudo isso é possível! Nós contamos com um grupo de psicólogas especializadas e treinadas para te atender da melhor forma possível!
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.