A violência psicológica configura 21,3% da totalidade de violências no Brasil, segundo um estudo apurado feito pela UFN.
De acordo com essa mesma pesquisa, foram registrado mais 655 mil casos de violência psicológica entre 2011 e 2021 só no país, causando um impacto enorme na saúde mental da população e, consequentemente, nas suas relações.
A violência psicológica não é um tópico novo, muito menos algo que pouco acontece… É justamente ao contrário: ela configura acontecimentos que atravessam diversas relações abusivas, principalmente casamentos.
Se você já ouviu falar sobre isso e quer conhecer mais detalhes e perigos da violência psicológica, acompanhe o artigo até o final!
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ToggleO que é violência psicológica?
A agressão psicológica é um tipo de violência. Porém, em vez de machucar o corpo da vítima, ela acarreta em danos ao seu psicológico e emocional.
Além disso, prejudica o equilíbrio afetivo, a capacidade de tomar decisões e o estado de bem-estar necessário para que o indivíduo possa viver em plenas condições de saúde. Esse tipo de violência não deixa sinais físicos, na maioria das vezes.
Por isso é tão difícil de percebê-la. No entanto, por vezes, causa marcas negativas muito profundas em quem a sofre. Assim, abalando e traumatizando a vítima pelo resto da vida.
4 Tipos de agressões psicológicas e exemplos
Geralmente a agressão psicológica está relacionada a dependência afetiva da vítima. De alguma forma, o agredido vê, na brutalidade do agressor, uma espécie de segurança para ele.
A carência afetiva o faz manter uma certa cumplicidade com tais sofrimentos; associa que o parceiro com temperamento explosivo é o protetor. Acha que todas aquelas atitudes agressivas, algumas vezes até com ameaças, são gestos desesperados de amor.
Outra questão importante é que a pessoa que está sofrendo esse tipo de violência, na maioria das vezes, tem baixa autoestima. É um provável reflexo de opressões e sentimentos de angústia vivenciadas durante sua vida.
Para te ajudar a compreender melhor os tipos de agressões psicológicas, vamos listar e descrever algumas de forma simplificadas:
Violência no trabalho – assédio moral
Existem pessoas que ocupam cargos elevados ou de liderança e acabam utilizando disso para tirar vantagem, ameaçar ou até mesmo manipular pessoas com cargos menores. Isso envolve desvio de cargo, abuso de autoridade, agressividade ou excesso de cobrança.
Gaslighting – manipulação
Ainda mais presente nas relações amorosas, o gaslighting está relacionado a manipulação perversa realizada por pessoas que se consideram dominantes e/ou dominadoras na relação.
O problema é que essa violência acontece de forma mais velada e silenciosa, dificultando a identificação por parte de quem é agredido.
Bullying
Essa violência pode ser psicológica, mas também física! Geralmente, está relacionada ao xingamento constante, agressividade contra alguém, criação de piadas e até mesmo chacota. É muito mais comum no ambiente escolar, entre crianças e adolescentes.
Violência contra a mulher
Um tipo de violência muito comum em relacionamentos abusivos e tóxicos, a violência psicológica contra a mulher engloba uma dependência emocional, dificuldade de comunicação, abusos (físicos e emocionais), entre diversas outras questões.
Sinais do agressor do abuso psicológico
Uma parte muito importante durante o abuso psicológico, senão a mais importante, é o sinal ou o sintoma determinante dessa agressividade.
Como identificar a violência psicológica? Qual o perfil do agressor?
A gente te responde tudo isso com essa lista a seguir, confira:
- Ser agressivo privativamente e passivo na frente dos outros;
- Fazer comparações constantemente com outras pessoas ou relacionamentos;
- Falar em voz mais alta para causar constrangimento;
- Levantar durante discussões;
- Bater na mesa, socar a parede ou demonstrar fisicamente o descontrole emocional;
- Trair e colocar a culpa no outro;
- Fazer manipulação psicológica;
- Ser agressivo sem motivo aparente;
- Fazer tratamento de silêncio;
- Se fazer de vítima;
- Culpabilizar a pessoa agredida;
- Falar mal do corpo do outro;
- Criticar tudo que é dito e/ou feito;
- Falar em tom baixo quando deseja algo;
- Ser passivo-agressivo.
Consequências do abuso psicológico:
O abuso psicológico conta com diversas consequências, mas a mais comum entre elas é o trauma!
Pessoas que são vítimas de violência psicológica, geralmente, criam medos para a vida toda, deixando de se relacionar, fugindo de novos relacionamentos por falta de confiança, se isolando do mundo e do contato com as pessoas.
O medo se torna irracional nessas situações, fazendo com que a pessoa responda de forma completamente inesperada. Alguns riem de nervoso, outros se afastam, uns são agressivos e até mesmo violentos.
Tudo isso pode ser uma resposta para o trauma!
Além dessa situação, a pessoa também acaba desenvolvendo outras questões, como: insegurança constante, baixa autoestima, medo de se relacionar, complexo de inferioridade, crises de ansiedade, depressão e descontrole emocional.
O que fazer ao ser vítima de violência psicológica?
O primeiro passo a ser feito é ir em busca de ajuda de alguém que possa te proteger, ou seja, relatar para a polícia ou um segurança. Essas pessoas podem te defender de diversas formas e te ajudar a evitar que aquela situação de violência se estenda.
Em segundo plano, é preciso romper de vez com o agressor e isso nem sempre é fácil, especialmente se a relação envolve dependência emocional ou financeira, por exemplo.
Por fim, é preciso encontrar o suporte emocional através de família, amigos e, sem dúvidas, um profissional da saúde mental.
O que é a Lei Maria da Penha?
A Lei Maria da Penha é uma legislação brasileira criada com o objetivo de combater a violência doméstica e familiar contra as mulheres.
Ela foi sancionada em 7 de agosto de 2006 e recebeu o nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma mulher que foi vítima de violência doméstica e ficou paraplégica em consequência dos abusos sofridos pelo seu ex-marido.
A violência psicológica é crime. Está descrita no artigo 7º da lei Maria da Penha: “Constrangimentos, ridicularização e perseguição, entre outras ações causadoras de danos emocionais”.
Como provar a violência psicológica?
A complexidade em definir, por exemplo, o que é uma crise de relacionamento da agressão moral e psíquica, torna difícil trazer à tona provas que a identifiquem. É importante salientar que esse tipo de agressão não ocorre somente com casais.
Acontece, portanto, com crianças, pessoas com deficiência e idosos que dependem dos cuidados de outras pessoas.
De qualquer forma, é sempre possível contar com registros de mensagens, gravar áudios ou até mesmo vídeos da violência acontecendo.
Terapia para recuperar a autoestima
Primeiramente, deve-se identificar esse tipo de agressão e o agressor. O segundo passo é denunciar. Após esses dois passos, a vítima deve se dirigir à autoridade mais próxima e pedir ajuda. Se não for possível, sugere-se que a vítima peça ajuda ou um conselho de alguém de sua confiança.
Portanto, não deixando esse problema guardado somente com ela. Se não for você a vítima, vá ao órgão competente (polícia, delegacia de defesa da mulher, juizado de menores, defensoria pública) e faça a denúncia.
“Ele estava nervoso, “foi sem querer” ou “fui eu que provoquei” nunca devem ser consideradas desculpas. Tampouco, motivos para esse tipo de agressão.
A primeira atitude a ser tomada diante de uma agressão ou ameaça é reconhecer que a mesma pessoa que pede desculpas ou que diz “eu te amo”, na verdade, não sente amor algum.
Neste caso, a separação pode ser inevitável. Mas caso homem e mulher decidam ficar juntos, o ideal é que o agressor procure tratamento e se sinta disposto a lidar com a sua insegurança.
Por ser uma busca pessoal antes de qualquer outra coisa, é importante ressaltar que terapia de casal não ajuda nesse primeiro momento. Nesse sentido, a psicoterapia individual é uma forma de lidar com essas questões.
A mulher na relação ou a pessoa agredida em questão também podem buscar ajuda para refazer a autoestima e evitar o acúmulo de traumas, por exemplo. É altamente indicado, inclusive.
Se você já passou por isso, saiba que estamos aqui para te ajudar! Entre em contato com nossa equipe de atendimento e marque já a sua Consulta VIP!
Texto de: Luísa de Oliveira – redatora da Equipe Psicotér
Aprovado por:
Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.