Todo mundo já se sentiu um pouco sozinho em algum momento da vida, não? Aquela vontade de ficar abraçado em alguém, contar sobre o seu dia, abrir o coração ou só viver um amor simples daqueles que a gente assiste em filmes da televisão.
Seria lindo se bastasse a vontade e essas coisas todas pudessem acontecer, mas essa não é bem a realidade. Você já se perguntou de onde vem essa necessidade? Por que estamos sempre em busca de algo para nos preencher?
Muito se vive isso e pouco se pergunta sobre e é exatamente por esse motivo que hoje iremos te explicar um pouco mais sobre a carência afetiva, como ela acontece, se manifesta e de que forma podemos tratar.
Afinal, somos humanos e compartilhar momentos, processos e trocas fazem parte desse processo. O problema aparece quando não conseguimos ficar sozinhos e tudo fica fora do lugar por não termos a presença de um “alguém”.
O que é a carência afetiva?
Basicamente, a carência afetiva é uma necessidade extraordinária de afeto ou amor, isto é, pessoas carentes são aquelas que buscam constantemente por esses sentimentos nas pessoas, nas coisas e até mesmo nas atividades que exercem.
Pode parecer simples, mas a realidade é que essas pessoas, por terem essa grande lacuna, acabam se submetendo a relacionamentos abusivos, estressantes e até mesmo dolorosos. São aqueles que aceitam migalhas e não entendem muito bem que estão sendo machucados constantemente.
É exatamente por isso que a carência afetiva pode ser uma situação perigosa, afinal ela derruba nossos filtros e nos coloca em contextos delicados.
Além disso, ela pode fazer com que você não viva os seus sentimentos plenamente, como: a tristeza, os medos, inseguranças… Isso porque tudo é depositado dentro das suas relações e da forma como você se dispõe para o outro.
Geralmente, a carência afetiva vem acompanhada de uma dependência emocional, uma vez que a pessoa busca tanto por aquele afeto que quando finalmente encontra, acaba dando tudo de si e projetando todo o seu interior naquele relacionamento.
Dessa forma, o desequilíbrio já está feito.
Veja também: Como superar amores do passado
Sintomas da carência afetiva
A carência afetiva pode se manifestar de diversas formas e engana-se quem pensa que ela se resume somente a relacionamentos amorosos, viu? Muitas pessoas acabam projetando sua carência em amizades, relações de trabalho e até mesmo na família ou com pets.
A grande realidade é que essa carência mostra grandes lacunas interiores que estamos acostumados a ignorar no nosso cotidiano. Pensando nisso, listamos aqui os principais sintomas para você observar:
- Medo de ficar sozinho;
- Ciúmes de coisas grandes ou pequenas;
- Necessidade de contato constante;
- Medo de nunca encontrar a felicidade, a menos que esteja com alguém;
- Se sentir incompleto sozinho;
- Depender do outro para ir aos lugares ou fazer tarefas;
- Sentir que é preciso perguntar antes de tomar qualquer atitude;
- Ser submisso ao relacionamento;
- Ter dificuldade para controlar as próprias emoções;
- Querer ter controle das emoções e atitudes do outro;
- Necessidade de reafirmação;
- Insegurança constante.
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Carência afetiva x dependência emocional
A carência afetiva e a dependência emocional estão completamente ligadas uma na outra, sabia?
Isso porque é através da carência que nos submetemos a relacionamentos que claramente não nos fazem muito bem, não levantam nosso autoestima e, muitas vezes, sugam toda a nossa energia.
A carência nos faz agir e pensar assim, pois ela coloca nossa autoestima lá embaixo: “nunca vou encontrar alguém tão bom assim para mim”, “momentos felizes como esses não vão mais existir”, “e se eu já senti tudo que tinha para sentir e agora não vai ter nada de novo no meu caminho?”
Muitos desses pensamentos acontecem por pura insuficiência e pelas mentiras que a gente conta pra a nossa própria mente.
Acreditamos que o afeto é algo raro e que não somos merecedores de recebê-lo e aí, quando ele finalmente acontece, seguramos aquilo com toda força. Mesmo quando não há respeito, mesmo quando não somos tratados da melhor forma. A gente só aceita e se submete àquela situação para nos sentirmos melhores.
Eu não preciso nem te dizer que isso não é nem um pouco saudável, não é?
A dependência acontece quando não conseguimos ficar longe e quando a necessidade de ficar perto acaba nos machucando pouco a pouco.
Quais são as consequências da carência afetiva?
As consequências para a carência afetiva podem ser muitas, principalmente quando ela não for devidamente trabalhada com a ajuda de um profissional. Isso acontece porque são sentimentos reais que podem machucar e até mesmo sufocar aquela pessoa pouco a pouco.
Sendo assim, é preciso conhecer de perto as possíveis consequências, acompanhe:
- Dependência emocional;
- Dificuldade em ficar sozinho por muito tempo;
- Necessidade de aprovação dos outros;
- Baixa autoestima;
- Dificuldade de comunicação;
- Afastamento ou Isolamento;
- Traumas;
- Doar-se mais do que deve para os outros;
- Abrir mão dos próprios limites;
- Dificuldade em dizer “não”;
- Submeter-se a relacionamentos abusivos ou tóxicos;
- Dores emocionais;
- Ansiedade de separação;
- Depressão Profunda;
- Tristeza constante;
- Vazio existencial.
Como acabar com a carência emocional? Conheça os tratamentos!
A carência afetiva é o tipo de situação que carece de tratamento, afinal, como já vimos anteriormente, ela pode acabar engrenando em outros problemas como a dependência, necessidade de aprovação, entre muitos outros!
Por esse motivo, você precisa ter consciência de tratamentos que podem te auxiliar nesse processo de cura, acompanhe:
Psicoterapia
O primeiro tratamento e mais indispensável é a psicoterapia! Com ela, você vai entender quais as motivações por trás da sua carência, ou seja, os motivos que têm te levado a se sentir sozinho, abandonado ou em algum contexto que você necessite desesperadamente do afeto de alguém.
A psicoterapia vai te ensinar mais sobre você, os seus funcionamentos internos e até mesmo sobre mecanismos de defesa que você nem nota, mas estão bem aí!
Isso vai te ajudar a entender profundamente sobre as suas características, mas também vai te permitir mudar aquilo que não parece tão certo e que pode ser melhorado. Isso vai contribuir para que você crie relações mais saudáveis e otimize aquelas que já existem.
É um passo indispensável porque irá te tornar mais forte, além de melhorar a sua confiança e a sua forma de ver o mundo!
Tratamento Medicamentoso
Esse tipo de tratamento está muito mais relacionado às consequências da carência afetiva. Diversas pessoas se sentem ansiosas ou deprimidas, por exemplo, quando lidam com esse tipo de sensação.
E é aí que entra o acompanhamento com o psiquiatra. Somente um médico especializado poderá julgar e receitar o medicamento, pois ele precisa averiguar a sua situação emocional com o auxílio do psicólogo.
É como um tratamento combinado que irá ajudar a diminuir aquela sensação de insuficiência e desânimo, melhorando o seu olhar para si mesmo e para as suas próprias relações.
Ajuda psicológica para tratar a carência e suas consequências
Lidar com a carência é encarar constantemente uma série de sentimentos negativos e desgastantes que nos puxam para baixo todos os dias.
É se achar insuficiente, mesmo quando todos dizem o contrário, tentando te colocar para cima. É sentir que só estará completo quando encontrar “a pessoa certa” e viver aquele romance de filme que estamos acostumados a ver na televisão.
A carência lida com excesso de expectativas, muita frustração e relacionamentos nada saudáveis e é exatamente por isso que ela precisa do tratamento certo: a psicoterapia.
Pouco se fala sobre isso, mas essa é a verdade: a terapia pode te ajudar a reconstruir a sua autoestima, afastando esses sentimentos negativos e reconstruindo a sua própria confiança.
Isso é mais que necessário para que você dê os passos certos e se sinta confortável na sua própria jornada.
Se você sente que busca isso, venha contar com uma equipe completa de profissionais prontos para te receber!
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Texto de: Luísa de Oliveira – redatora da Equipe Psicotér
Aprovado por:
Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.
Fundadora da
