A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é considerada uma das metodologias mais assertivas no tratamento contra a insônia. Ela promove mudanças em ações e pensamentos que interferem na capacidade de dormir bem. Além de ajudar a desenvolver hábitos saudáveis de sono.
Uma sessão de terapia simples para estágios iniciais de insônia pode ser suficiente para ajudar a tratar a condição.
A TCC ajuda os pacientes a compreender melhor a insônia e ensina-lhes estratégias de enfrentamento; quase ¾ dos participantes relataram melhorias na qualidade do sono. A abordagem não é nada revolucionária – os cientistas utilizam a terapia cognitivo-comportamental há décadas para ajudar as pessoas a dormirem melhor – mas esta é a primeira vez que alguém tentou tratar a insônia aguda nos primeiros três meses de interrupção do sono, antes que a condição se tornasse crônica.
“Os resultados do nosso estudo mostraram claramente que uma única sessão de terapia teve resultados bem sucedidos; com uma melhoria na qualidade do sono em cerca de 60% das pessoas com insônia aguda no prazo de um mês”, disse Jason Ellis, pesquisador-chefe e psicólogo da Universidade de Northumbria, no Reino Unido. “Os benefícios a longo prazo foram ainda melhores. Quase ¾ das pessoas que receberam a intervenção sem desenvolver insônia crônica”.
Os primeiros três meses são cruciais ao tratamento; as pessoas nos estágios iniciais da insônia são mais suscetíveis a desenvolver depressão. Atualmente, muitos costumam esperar para ver se a condição irá melhorar por conta própria. Somente depois prescrevem tratamentos, tais como aconselhamentos ou comprimidos para dormir.
Ellis e sua equipe estimaram que cerca de 1/3 dos adultos, no Reino Unido, sofrem de insônia aguda em algum momento. É uma “resposta biológica a uma situação estressante”. Os sintomas envolvem qualquer coisa, desde a queda da qualidade do sono, dificuldades para dormir e agitação durante a noite – todos conduzem a problemas de memória, humor e concentração – por isso é crucial saber o quanto antes como funciona a doença e como encontrar maneiras melhores de ajudar as pessoas a lidar com isso desde cedo.
No estudo, a equipe trabalhou com 40 voluntários que sofreram insônia de duas semanas a três meses. Estes voluntários não tinham sido submetidos a qualquer terapia cognitivo-comportamental no passado, e não foram atualmente medicados para dormir. Todos os participantes foram convidados a documentar seus padrões de sono e qualidade de sete dias antes do estudo, e avaliaram a gravidade de sua insônia.
Os pesquisadores, em seguida, dividiram esses voluntários em dois grupos. Um passou pela terapia cognitivo-comportamental individual, em que foram ensinados sobre as estratégias para dormir. Eles passaram a escrever dados diários sobre o sono e ganharam um folheto com mais informações sobre maneiras para acalmar a mente e minimizar distrações antes de dormir. O outro grupo serviu como controle e não recebeu qualquer suporte ou aconselhamento.
Após um mês, 60% do primeiro grupo relatou a melhoria da qualidade do sono, melhorando em 73% depois de três meses, em contraste com apenas 15% do grupo de controle.
Assim, depois de ouvir os resultados, 70% do grupo de controle quis experimentar a sessão de aconselhamento. Obviamente, este é um estudo muito pequeno, e é necessária mais investigação para confirmar a eficácia deste tratamento. Mas isso mostra que pode haver uma maneira simples de ajudar as pessoas a controlar sua própria insônia.