A Psicoterapia de família é o processo de mudança psíquica envolvendo todos os membros do grupo familiar. Visa à resolução de dificuldades coletivas ou o tratamento de problemas individuais. Assim como:
- Transtornos de humor (ansiedade e depressão);
- Transtornos alimentares;
- Dependência química;
- Transtornos do desenvolvimento e síndromes, por exemplo, que afetam o ambiente familiar e necessitam de um manejo adequado de toda a família.
A Psicoterapia familiar tem como instrumento de trabalho o relacionamento interpessoal e o vínculo estabelecido entre as pessoas da família.
Pode se utilizar ferramentas como o Genograma, uma árvore genealógica constituída de informações detalhadas quanto às características dessa família; os tipos de relações; problemas de saúde e/ou psiquiátricos existentes; a presença de perdas, traumas e eventos importantes desse sistema, possibilitando conhecer a história da família, pré-disposições, riscos e tendências.
Não se pode atribuir um determinismo da causa das dificuldades de um integrante ou mais membros da família por conta do ambiente familiar. No entanto sabe-se que a família é um alicerce importante, podendo intensificar os sintomas e transtornos. Ou, pelo contrário, mostrar-se capaz de reduzir os danos, amenizar ou solucionar os problemas.
A falta de orientação diante de conflitos emocionais ou de comportamento leva a desorganização do sistema, necessitando, portanto, contar com auxilio profissional para todas as pessoas envolvidas.
Certamente, a confusão de papeis é um motivo que ocasiona dificuldades de relacionamento, angústia e sofrimento, trazendo os indivíduos para Psicoterapia familiar. É o caso de filhos que se comportam como os pais, ou se tornam responsáveis muito cedo. Assim, atuando como cuidadores de irmãos mais novos ou até mesmo dos próprios pais, por exemplo.
Ou então pais que estabelecem relações unilaterais com os filhos, sem a presença clara da autoridade e hierarquia, causando onipotência, oposição, empoderamento, insegurança, dificuldade com o reconhecimento de limites e teimosia, levando os pais ao esgotamento e exaustão são outros exemplos bastante comuns pela busca por atendimento psicológico de família hoje em dia.
A morte de um ente querido causa sentimentos de solidão, culpa, raiva e abandono. O momento de perda e luto afeta todo o sistema familiar com esses sentimentos negativos. Certamente, é exigindo um espaço de conforto, segurança, reflexão e mudança para toda a família.
Os relacionamentos abusivos também se mostram muito presentes na atualidade, trazendo casais, pais e filhos para Psicoterapia de família. Embora os indivíduos tenham muita dificuldade em reconhecer as relações tóxicas como abusivas. As queixas mais comuns vão desde a extrema dependência até o egoísmo e o autoritarismo excessivo que impede as pessoas de compartilhar tarefas e decisões conjuntas num casal ou família.
O tratamento familiar busca reorganizar esses papéis, redefinindo responsabilidades e funções. Desenvolve o treino social e promove meios mais saudáveis de comunicação e inter-relacionamento. O desejado é que cada um reconheça a sua individualidade, preservando a sua autoestima e autoconfiança, sendo capaz de manter a convivência, com respeito e harmonia, capaz de resolver conflitos e diferenças.
Psic. Márcia Moraes – CRP 07/12844
Psicóloga Cognitivo Comportamental