É aí que a autocrítica aparece, e nem sempre ela é a melhor companhia…
Autocrítica é a capacidade de se analisar de maneira honesta e objetiva, reconhecendo tanto seus pontos fortes quanto seus pontos fracos. É como se você fosse um detetive, tentando entender o que funcionou e o que não funcionou nas suas ações.
Só que, assim como em qualquer investigação, existem dois tipos de detetives: os que vasculham cada detalhe com lupa e outros que deixam passar “detalhes” sem muita análise.
Um estudo da Universidade da Califórnia, feito por Juliana Breines (Forbes), por exemplo, descobriu que as pessoas que se cobram mais são as que mais sofrem na carreira. Elas ficam tão focadas nos próprios erros que acabam travando o crescimento – como se estivessem sempre com o freio de mão puxado.
Então, que tal usar a autocrítica a seu favor? A gente reuniu algumas informações importantes para te ajudar, tudo com o apoio da psicologia.
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ToggleO que é autocrítica?
“Nossa, que erro besta eu fiz! Eu sou tão burra(a)!”. Frases assim te parecem familiares? Essa autocobrança exagerada, pode ter efeitos significativos na nossa saúde mental e bem-estar.
A autocrítica, na verdade, é um processo natural e saudável. É como se fosse um espelho interno que nos ajuda a identificar pontos fracos, aprender com os erros e buscar o crescimento pessoal.
O problema surge quando a gente exagera na dose e transforma esse espelho em um distorcedor da realidade, só mostrando nossos lados ruins e aumentando nossa insegurança.
Nesse caso, a autocrítica se torna um ciclo vicioso de pensamentos negativos e emoções ruins, como tristeza, raiva e frustração, que pode levar a diversos problemas, como:
- Depressão e ansiedade;
- Baixa autoestima;
- Dificuldades nos relacionamentos;
- Comportamentos autodestrutivos;
- Etc.
A importância da autocrítica para o desenvolvimento pessoal
Nem sempre a autocrítica é algo que nos leva à tristeza e ao desânimo. Na verdade, quando usada de forma equilibrada e construtiva, ela pode ser uma ferramenta poderosa para o nosso crescimento pessoal.
Do ponto de vista clínico, a autocrítica saudável se caracteriza por ser objetiva, específica e focada em soluções.
Imagine duas situações: você se atrapalha na apresentação de um trabalho e, em vez de se afundar em pensamentos negativos, decide analisar o que deu errado. “Faltou organização nas ideias”, você conclui.
“Na próxima vez, vou fazer um roteiro e praticar mais.”. Essa atitude te impulsiona a melhorar, sem te rotular como um fracasso. Ou, você recebe uma crítica construtiva do seu chefe e, em vez de se sentir humilhada, decide usá-la como oportunidade de crescimento.
“Posso aprimorar minha comunicação”, você pensa. “Vou conversar com colegas e buscar cursos na área.”. Atitudes assim te deixam mais forte e te aproximam do seu objetivo.
Quando nos criticamos de maneira saudável, ativamos áreas do cérebro relacionadas à aprendizagem e à memória. Isso nos ajuda a reter lições e a evitar cometer os mesmos erros no futuro.
Essa rede inclui áreas como o córtex pré-frontal medial, o córtex cingulado posterior e o hipocampo. Então, por que autocrítica é benéfica?
Faz você se conhecer melhor
Quando a gente analisa nossos comportamentos e pensamentos, descobrimos mais sobre nós mesmos, nossos pontos fortes e fracos, o que nos motiva e o que nos desmotiva.
Do ponto de vista clínico, essa autoanálise ajuda no desenvolvimento pessoal, fortalece a autoestima e pode facilitar o processo terapêutico ao identificar padrões de comportamento e pensamento que influenciam nossa saúde mental e emocional.
Ajuda a tomar decisões melhores
Sabe aquela sensação de estar no piloto automático, sem ter muita clareza sobre o que realmente quer? Pois é, a falta de autoconsciência pode te levar por caminhos bem diferentes dos seus sonhos e objetivos.
Ter autoconsciência facilita o autocontrole emocional, promove a autorregulação comportamental e melhora a capacidade de planejamento e resolução de problemas, contribuindo para uma vida mais equilibrada e satisfatória.
Ajuda a lidar melhor com os desafios
Ninguém está livre de tropeços e tombos. Mas a boa notícia é que, cada vez que a gente levanta, a gente aprende e fica mais forte. É como se a gente fosse construindo uma armadura, peça por peça, para enfrentar os desafios da vida.
Fortalece os relacionamentos
Quando a gente reconhece nossos erros e busca se comunicar de forma mais eficaz, acabamos construindo relacionamentos mais saudáveis e duradouros.
Essa habilidade de auto-reflexão e comunicação clara pode melhorar a empatia, reduzir conflitos e fortalecer os vínculos emocionais, contribuindo para o bem-estar emocional e social.
Promove o crescimento pessoal
A autocrítica saudável nos ajuda a buscar sempre o nosso melhor, a aprender com nossos erros e a nos superar constantemente.
No ponto de vista clínico, essa autocrítica construtiva pode promover o crescimento pessoal, melhorar a resiliência e fortalecer a autoestima, desde que seja equilibrada e não se transforme em autossabotagem.
Como fazer autocrítica?
O nosso cérebro possui um sistema de recompensas que nos motiva a repetir comportamentos que nos trazem prazer. É por isso que às vezes caímos em armadilhas como a procrastinação ou a autocomiseração: elas liberam dopamina, a substância da felicidade instantânea.
Funciona assim: quando a gente analisa os erros e acertos sem se julgar, o cérebro ativa áreas ligadas ao aprendizado e à memória. É como se a gente criasse novas “conexões” na mente, que depois vão te ajudar a tomar decisões melhores lá na frente.
Mas como fazer essa tal autocrítica da forma certa? Para te ajudar nessa jornada, reunimos 4 dicas baseadas em pesquisas e estudos comprovados.
- Observe-se: fique de olho nos seus pensamentos, emoções e comportamentos em diferentes situações. Pode escrever tudo num diário ou fazer um mapa mental para ter uma visão geral. Isso vai te ajudar a entender seus padrões e ver o que precisa de atenção.
- Desconstrua o “Monstro Crítico”: críticas negativas distorcidas geralmente vêm de um “monstro crítico” interno, que te bombardeia com frases como “você não é bom o suficiente” ou “nunca vai conseguir”. Questione seus pensamentos negativos, busque evidências que os refutem e lembre-se: você é muito mais do que seus erros.
- Veja de fora: tente se imaginar como um observador externo, sem julgamentos. Analise suas ações como se fossem de outra pessoa. Isso ajuda a ver as coisas de forma mais objetiva e a identificar pontos de melhoria com mais clareza.
- Transforme erros em oportunidades: erros são inevitáveis, mas podem ser ótimos professores. Em vez de se afundar em culpa, veja cada erro como uma chance de aprender e crescer. Analise o que deu errado, busque soluções e trace um plano para evitar o mesmo erro no futuro.
Cuidados com a autocrítica
Críticas internas, você se identifica? Sabe aquela voizinha chata que fica te colocando pra baixo, te lembrando de todos os seus erros e te fazendo duvidar das suas capacidades?
A gente critica, se cobra, se sente mal, e aí… critica mais ainda! É como se tornássemos nossa pior inimiga. Mas o que será que tá por trás dessa autocrítica?
Na maioria das vezes, a gente tá só tentando se motivar. “Se eu me criticar o suficiente, vou trabalhar mais e melhorar”, pensamos.
Só que, na prática, o efeito é o contrário: ser muito crítico pode levar à desmotivação, à frustração e até à depressão, aumentando o risco de tentativa de suicídio.
Outra ideia errada é que, se a gente for duro o suficiente, os outros vão pensar melhor de nós. Nem sempre! As pessoas se sentem atraídas por quem é confiante e tem autoestima no lugar, e não por quem tá sempre se desvalorizando.
E tem também o fator hábito. Nesse caso, nos cobramos tanto que vira automático.
Se isso está te incomodando, é hora de resolver! Mas como você pode fazer isso?
- Entenda o que te incomoda. Qual parte da situação te deixa mais frustrada? Segundo o filósofo prussiano Friedrich Wilhelm Nietzsche, reconhecer nossos defeitos é o primeiro passo para o autoconhecimento, nos ajudando a encontrar a melhor solução.
- Fale sobre isso. Seja com os envolvidos, com um amigo, familiar ou até mesmo com um profissional. Desabafar pode te ajudar a se sentir melhor e te dar mais clareza sobre o que fazer.
- Peça Feedback: a opinião de outras pessoas, principalmente de quem te conhece bem, pode te dar uma visão diferente das suas ações.
- Evite comparações: cada um tem seu ritmo e suas qualidades. Se comparar com os outros só vai te frustrar e impedir de ver o seu próprio progresso.
- Metas realistas: defina objetivos pequenos e alcançáveis para te ajudar a progredir gradativamente.
Como lidar com a autocrítica negativa?
Na prática, para desenvolver inteligência emocional e liderança, é muito importante começar com exercícios de autoanálise. O primeiro passo é entender que essa voz crítica faz parte de quem nós somos, mas nem sempre é a verdade absoluta.
Seu cérebro recebe milhões de informações por dia, mas nem todas são verdadeiras ou úteis. É aí que entra a análise: examinar esses pensamentos e sentimentos, verificar se são válidos e se estão te ajudando ou te atrapalhando.
Quando a gente analisa esses pensamentos, percebemos padrões e gatilhos. E isso é crucial porque, muitas vezes, esses pensamentos negativos são automáticos e passam batido.
Na prática:
1. Ressignifique
Transforme o negativo em positivo! Em vez de “Sou um desastre”, tente “Posso melhorar da próxima vez”.
Exemplo: imagine que você não manda bem em matemática. O crítico ataca: “Sou burra, nunca vou entender isso!”. Mas você pode rebater: “Ok, não domino a matéria, mas posso estudar mais e pedir ajuda. Com esforço, vou conseguir!”.
2. Afirmações positivas
Repita frases legais sobre você mesma! “Sou capaz”, “Sou inteligente”, “Tenho qualidades incríveis”. ️
Exemplo: toda manhã, olhe no espelho e diga: “Sou forte, bonita e vou ter um dia incrível!”. Acredite: o poder das palavras é real!
3. Conteste o crítico
Sempre que um pensamento negativo aparecer, pergunte-se: “Espere aí, essa crítica é justa? Tenho provas que a sustentam?”. Muitas vezes, a gente percebe que esses pensamentos são exagerados ou até mesmo infundados.
Exemplo: o crítico te diz que você é preguiçosa. Conteste: “Será? Fiz X, Y e Z essa semana. Talvez eu só precise me organizar melhor, não sou preguiçoso(a)”.
Como a Psicologia ajuda a ser uma pessoa autocrítica equilibrada?
A psicologia é uma área interessante que estuda o comportamento humano e os processos mentais, como pensamentos, emoções e ações. A ideia é entender como a cabeça funciona, como as pessoas interagem com o mundo e entre si, e como podem melhorar seu bem-estar mental.
A psicologia abrange diversas áreas, desde o tratamento de doenças mentais até a melhoria de desempenho em várias esferas da vida, como o trabalho e os relacionamentos.
Agora, quando a gente fala de autocrítica exagerada, estamos falando daquela voz interna que nos julga e avalia. Ser muito autocrítico é importante porque nos ajuda a melhorar, reconhecer nossos erros e buscar aprimoramento.
Mas, às vezes, essa voz pode ser dura, tornando prejudicial. É aí que a psicologia entra em cena.
Os profissionais da psicologia, entre eles psicólogos e terapeutas, são treinados para ajudar as pessoas a encontrar um equilíbrio saudável. Eles podem ensinar técnicas para identificar e mudar padrões de pensamento negativo.
Por exemplo, se uma pessoa é extremamente autocrítica, ela pode acabar se sentindo sempre inadequada ou ansiosa. Um terapeuta pode ajudar essa pessoa a entender de onde vêm esses pensamentos, como eles afetam suas emoções e comportamentos, e como substituí-los por pensamentos mais realistas e compassivos.
Na terapia, você também vai aprender a se tratar com a gentileza e compreensão que você daria para um amigo. Isso significa parar de se julgar tão duramente e começar a se tratar com o mesmo carinho e compreensão que você teria com um amigo.
Com o tempo e a prática, você vai aprender a ouvir sua voz interna de forma mais equilibrada. Vai reconhecer seus pontos fortes e áreas de desenvolvimento sem se afogar em críticas negativas.
É um processo, mas com a ajuda de um profissional, você se torna mais forte e aprende a lidar com o crítico interior de maneira saudável.
Dúvidas frequentes sobre autocrítica
“Teria feito diferente?”, “Por que agi assim?” – Essas dúvidas te ajudam? Neste FAQ, vamos desvendar se essas reflexões te ajudam ou te atrapalham.
O que é ser uma pessoa autocrítica?
Uma pessoa autocrítica é aquela que sempre se avalia e se julga de forma rigorosa. Ela tende a ser muito exigente consigo mesma, colocando padrões altos e, muitas vezes, inalcançáveis.
Isso pode ser bom em alguns casos, já que pode levar ao crescimento pessoal e profissional, mas, em excesso, pode ser prejudicial para a saúde mental.
Como saber se sou uma pessoa autocrítica?
Para saber se você é uma pessoa autocrítica, pense em como você reage aos seus próprios atos. Você costuma se culpar demais? Fica se martirizando por pequenos deslizes? Nunca está satisfeita com o que faz, mesmo quando os outros elogiam?
Se você respondeu “sim” para essas perguntas, é provável que você tenha características autocríticas.
Quando a pessoa se auto critica?
As possíveis causas da autocrítica costumam surgir quando a pessoa comete erros ou sente que não alcançou um padrão que esperava atingir.
Pode acontecer no trabalho, nos estudos, em relações pessoais ou em qualquer situação onde a pessoa sente que não foi “boa o suficiente”.
É um hábito que, se não for controlado, pode levar a problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
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Fundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.