Quem é que nunca se questionou e se sentiu culpado por estar descansando, quando, a seu ver, deveria estar fazendo uma das inúmeras tarefas que tinha por realizar?
Por incrível que pareça, relaxar, realizar atividades de lazer, ‘não fazer nada’, exige muito esforço! Estamos tão habituados à escassez destes momentos que parece que nos esquecemos de como o fazer… É preciso treinar e focar o cérebro em outros estímulos. Somente assim é possível se consiga desligar do barulho do dia a dia.
Fazer nada pode, portanto, ser uma perda de tempo ou uma forma de arte. Não basta ter tempo livre para se usufruir dos momentos de lazer. É preciso saber como ocupá-lo e saborear cada momento. “Assumir que temos vários momentos que integram diferentes funções, ocupações, tarefas e atividades é o primeiro passo para podermos estar de forma envolvida em cada um deles”, explica Teresa Freire.
Aprender a concretizar e experienciar diferentes momentos é, segundo a psicóloga, o passo seguinte para usufruirmos do que cada tempo tem para nos oferecer em relação a nós mesmos, aos outros e ao bem comum.
É importante “entender que a vida tem múltiplas fontes de bem-estar e satisfação e que o trabalho, sendo uma destas fontes, não é a única. Para, além disso, o que retiramos de cada experiência contribuirá para sermos pessoas mais completas e realizadas.”
Não se esqueça que existe um tempo para tudo. Um tempo para trabalhar, para produzir saber, para diversão, para descansar, para estar com a família e, claro, para estar consigo mesmo.
“Nesse tempo pode-se fazer muita coisa, estar com amigos, fazer atividades criativas, contemplar a natureza, etc. Mas, sobretudo deve-se fazer aquilo que sabe bem à pessoa (e aqui não há fórmulas mágicas)!”, realça Diogo Guerreiro.
Ao contrário do que se apregoou ao longo do tempo, o ócio é nosso amigo. Está na altura de fazermos as pazes com ele. Renda-se e pratique a verdadeira arte de não fazer nada, sem qualquer tipo de culpa ou ressentimento. Afinal, relaxar tornou-se essencial para o bem-estar físico e mental de todos nós.