Amar dói. E viver uma desilusão amorosa não é lá uma das coisas que alguém busca viver, nem ao menos uma vez na vida.
Desilusão prevê muitas vezes aquele sofrimento absoluto pelo qual passamos após sermos rejeitados por alguém a quem temos apego profundo. E, embora essa seja uma dor emocional, suas descrições muitas vezes vêm acompanhadas de dor física.
Pelo menos é o que diz um estudo publicado no Science Daily (abrir em outra página), onde pesquisadores acompanharam 15 pessoas com a “síndrome do coração partido” e compararam exames cerebrais dessas pessoas com os de outras 39.
O resultado? Quem estava com “coração partido” tinha menos comunicação entre certas áreas do cérebro. As regiões de controle emotivo se comunicaram menos com aquelas que controlam o sistema nervoso. E essa falha comunicativa pode afetar diretamente as frequências cardíacas.
Então, se você já sentiu seu coração literalmente doer após um rompimento, saiba que não está sozinha. Esta mensagem é para você: não é apenas algo da sua cabeça, é real. Seu corpo também sente essa dor.
E é por isso que convidamos você a ler o texto completo sobre este assunto tão importante, com dicas e informações que podem ajudar a entender melhor uma decepção e como lidar com ela.
O que é sofrer uma desilusão amorosa?
Você já se perguntou por que a paixão é tão intensa e, ao mesmo tempo, tão angustiante? A resposta pode estar na atividade cerebral.
Quando nos apaixonamos, partes do nosso cérebro responsáveis pela produção de hormônios do estresse entram em ação. É como se, desde o início, nosso cérebro estivesse se preparando para o pior.
Em um relacionamento, essa preparação se manifesta de diferentes formas. Se o parceiro se afasta ou desaparece, a angústia antecipada nos impulsiona a ir atrás dele. E quando ele volta, a sensação de alívio e gratidão é imensa.
Mas o que acontece quando o relacionamento termina de vez? Qual o significado de desilusão amorosa e o que é sofrer disso?
A desilusão amorosa é a decepção profunda causada pelo fim de um relacionamento ou pela descoberta de que o objeto do nosso afeto não corresponde às nossas expectativas. É um sofrimento intenso que afeta tanto o corpo quanto a mente.
Nosso cérebro, que já estava em alerta desde o início da paixão, entra em modo de sobrevivência. Os hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina, inundam nosso organismo, preparando-nos para lutar ou fugir.
Para uma mulher, essa resposta pode ser ainda mais intensa devido às variações hormonais que ocorrem naturalmente em seu corpo.
Essa resposta fisiológica pode se manifestar de diversas formas, desde insônia e perda de apetite até dores físicas intensas. É, resumidamente, uma consequência real da liberação de hormônios do estresse.
Por que temos decepção amorosa nos relacionamentos?
Já viu o que acontece quando um filhote de algum animal é separado de sua mãe? Ele se debate, tenta subir pelas paredes, chora… Esse comportamento está ligado à alta produção de dopamina e norepinefrina, dois neurotransmissores que deixam a pessoa alerta e a incentivam a buscar ajuda.
Do ponto de vista evolutivo, não era seguro ficar sozinho na selva, sem apoio para conseguir comida ou se proteger de ameaças.
Nos humanos, isso se manifesta de forma um pouco diferente. Quando estamos apaixonados, experimentamos uma euforia que só se acalma quando estamos ao lado da pessoa amada – é, de fato, como uma droga.
A dopamina, responsável pela sensação de prazer e recompensa, e a norepinefrina, que nos deixa em estado de alerta, são liberadas em grandes quantidades. Esse coquetel químico faz com que o simples pensamento na pessoa querida nos deixe nas nuvens.
Mas aí vem o problema: o rompimento. Quando levamos um fora, esses mesmos hormônios são os culpados por uma verdadeira crise de abstinência e por aquele inconformismo profundo.
A dopamina, que antes era nossa aliada, agora nos deixa com uma sensação de vazio. Além disso, os níveis de cortisol, o hormônio que produzimos em situações de estresse intenso, também aumentam, prolongando o estado de alerta.
Por isso, após um rompimento, você pode passar a noite inteira olhando para o teto, pensando na situação e sem conseguir dormir. Essa combinação de substâncias químicas explica por que a decepção amorosa pode ser tão devastadora.
A paixão nos coloca em um estado de dependência emocional e química, e quando essa fonte de prazer e segurança é retirada, nosso corpo e mente entram em estado de alerta máximo, buscando desesperadamente uma forma de voltar àquele estado de euforia.
Sintomas de uma desilusão amorosa
Álbuns musicais que revolucionaram a indústria frequentemente abordam a dor da desilusão amorosa. Pense no “Rumours” do Fleetwood Mac, onde cada faixa é carregada com a intensidade de traições e corações partidos.
Ou “21” da Adele, que se tornou um hino global para aqueles que passaram por términos difíceis.
Seja na música, nos filmes ou até nos livros, a dor e desilusão de um amor não correspondido pode ser visceral. Isso porque essa dor não é apenas emocional, ela vem acompanhada de diversos sintomas físicos e psicológicos.
- Tristeza profunda: esse é o sintoma mais óbvio e talvez o mais comum. A tristeza de uma desilusão amorosa pode ser tão intensa que parece que nunca vai acabar. Pode se manifestar como um episódio depressivo, onde a pessoa sente uma perda de interesse nas atividades diárias, alteração no apetite e no sono, e uma sensação constante de desespero;
- Ansiedade: pode incluir desde preocupações excessivas sobre o futuro até ataques de pânico. A ansiedade pode se manifestar fisicamente com palpitações, tremores, e até dificuldades respiratórias;
- Perda de apetite: esse sintoma é resultado da resposta do corpo ao estresse, onde o sistema nervoso simpático reduz a sensação de fome.
- Problemas de sono: dificuldades para dormir são comuns após uma desilusão amorosa. Isso pode incluir insônia (dificuldade em adormecer ou manter o sono) ou hipersonia (sono excessivo). A mente pode ficar presa em pensamentos obsessivos sobre o término, impedindo o relaxamento necessário para um sono reparador.
Como superar uma desilusão amorosa? 7 dicas da psicologia
Sofrer por amor, não tem coisa pior. É como se o mundo desabasse, o coração se partisse em mil pedaços e a gente perdesse o rumo da vida. Cada pessoa lida com essa dor de um jeito, é quase como uma arte, onde cada um dança a sua própria coreografia da superação.
No entanto, a ciência, a psicologia e outras áreas que lidam com o comportamento humano, têm dicas que podem ajudar a lidar com essa dor.
Terapia de casais
Fazer terapia depois do término de um relacionamento pode ser útil para entender melhor o que aconteceu e dar um ponto final na história. Isso pode ajudar a resolver questões que ficaram no ar e facilitar o processo de seguir em frente.
Busque psicoterapia individual
Conversar com um terapeuta pode ser muito importante para entender melhor seus sentimentos e, através da reflexão, encontrar formas de lidar com a dor da decepção.
Mantenha-se ativa
Praticar exercícios físicos libera endorfinas e melhora o humor. Além disso, se manter ativa pode distrair a mente de pensamentos negativos e trazer uma sensação de bem-estar que ajuda a focar em sonhos e objetivos.
Redescubra Hobbies e paixões
Retomar atividades que você gosta ou descobrir novos interesses pode ocupar seu tempo e ajudar a redescobrir quem você é fora do relacionamento.
Escrever um poema, por exemplo, pode ser uma forma de expressar seus sentimentos e processar suas emoções de maneira criativa.
E essa fala é muito comum entre especialistas: afinal, para superar a falta de um amor e desilusão, a melhor coisa é se manter ocupada e experimentar coisas novas.
Conecte-se com amigos e família
Estar com pessoas que te amam e te valorizam pode trazer conforto e te lembrar que você é importante e querida.
Pratique o autocuidado
Reservar um tempo para se cuidar, seja através de um banho relaxante, lendo ou fazendo algo que você gosta, pode ajudar a restaurar seu equilíbrio emocional.
Essas atividades também podem ser uma forma de lidar com a saudade, proporcionando momentos de conforto e alívio.
Evite contato com o Ex parceiro
Ficar um tempo sem contato pode ser importante para evitar recaídas emocionais e permitir que você se concentre em sua própria recuperação. Durante esse período, o choro pode até ser uma forma natural de liberar a dor e ajudar no processo de cura.
Perguntas Frequentes sobre decepção amorosa
Se você está passando por um término difícil, sentir dor é uma parte inevitável desse processo. Aqui, vamos explorar algumas das perguntas mais comuns sobre desilusão amorosa.
Quanto tempo dura uma desilusão amorosa?
A duração de uma desilusão amorosa varia de pessoa para pessoa e depende de diversos fatores, como a profundidade do relacionamento, a intensidade dos sentimentos envolvidos e o suporte emocional disponível.
Em média, especialistas sugerem que pode levar de seis meses a dois anos para que uma pessoa se recupere completamente. Mas essa é só uma estimativa geral; um indivíduo pode se recuperar mais rápido, enquanto outra pessoa pode levar mais tempo.
O que uma decepção amorosa pode causar no corpo?
A dor de um coração partido não é apenas emocional. A decepção amorosa desencadeia uma série de reações no corpo.
O estresse libera cortisol, o hormônio do estresse, que pode causar insônia, perda de apetite, dores de cabeça e até problemas gastrointestinais. A tristeza profunda pode levar à depressão, com sintomas como fadiga, falta de energia e dificuldade de concentração.
Esses efeitos podem ser ainda mais intensos após o término de um casamento, onde as expectativas e planos futuros são mais profundos e significativos.
Porque a dor de um término dói tanto?
As dores que sentimos nos términos amorosos são intensas porque envolvem várias áreas do cérebro associadas à dor física e emocional.
Quando estamos apaixonados, nosso cérebro libera neurotransmissores como dopamina e oxitocina, que nos fazem sentir bem. Quando perdemos essa fonte de prazer e segurança, nosso cérebro reage como se estivesse em abstinência de uma droga.
Desilusão amorosa pode matar?
Embora a desilusão amorosa em si não seja fatal, os efeitos associados ao estresse extremo podem, em casos raros, levar a condições sérias.
A “síndrome do coração partido” mencionada anteriormente pode, em casos graves, resultar em insuficiência cardíaca temporária. No entanto, essa condição é rara e geralmente reversível com tratamento adequado.
O impacto emocional de uma desilusão, geralmente após um noivado ou namoro rompido, pode levar a comportamentos de risco, como abuso de substâncias ou ideação suicida.
Por isso, é importante procurar apoio emocional e psicológico se você ou alguém que conhece estiver passando por uma desilusão amorosa severa.
