Quem nunca passou pela experiência de estar se sentindo bem e, logo após interagir com alguém com mau humor, sentir-se afetado pelas emoções negativas vindas dessa pessoa?
O mau humor e outras emoções alheias podem ser contagiosas, sejam elas positivas ou não. A boa notícia, no entanto, é que podemos nos proteger contra emoções que não nos fazem bem.
Você já percebeu que quando está se sentindo muito bem, irradiando alegria, sente que nada de ruim pode lhe afetar? Isso acontece porque quando estamos muito bem ou muito mal estamos fora da neutralidade; fora de nossa modulação cotidiana e essa diferença na modulação do humor faz com que tomemos consciência de nossas emoções e voltemos nossa atenção para nós mesmos sem prestarmos tanta atenção no externo.
Ao prestarmos atenção no externo, na pessoa à nossa frente, tendemos a repetir inconscientemente os mesmos gestos dela. Quando interagimos com uma pessoa ansiosa, por exemplo, que gesticula, respira, caminha e fala aceleradamente, tendemos a repetir inconscientemente essas atitudes e nos pegamos falando e respirando rápido também. Pouco tempo depois, estaremos nos sentindo ansiosos sem saber por quê.
Essa imitação inconsciente dos gestos alheios nos leva a sentir as mesmas emoções sentidas pela pessoa a qual estamos imitando. Isso acontece porque a emoção desencadeada será proporcional ao nosso comportamento. Por essa razão, quando a pessoa está deprimida indicamos que faça gestos incongruentes com os da tristeza. Assim como olhar para cima (o deprimido tende a olhar para baixo) e assistir a filmes engraçados que possam desencadear o riso.
Então, a melhor forma de nos protegermos contra as emoções alheias é estarmos conscientes das nossas emoções. Também não devemos repetirmos os gestos de alguém que esteja com mau humor, raiva, medo, ansiedade ou tristeza.
Pelo contrário, podemos nós, com uma atitude calma, servirmos como espelho àquela pessoa. Experimente respirar e falar devagar frente a uma pessoa agitada. No final da interação é bem possível que ela verbalize que se sente calma na sua presença.
A presença constante de pessoas frequentemente mal humoradas tende a nos desequilibrar emocionalmente, por mais que tentemos nos manter neutros. Nesse caso o esforço é muito maior; podendo evitar a presença dessas pessoas, será melhor para nossa saúde. Entretanto, nem sempre podemos fazer esse arranjo e temos que conviver diariamente com alguém com essa tendência negativa.
Quando a convivência é inevitável e temos intimidade com essa pessoa, cabe a nós falarmos a ela como nos sentimos em sua presença; podemos ajudá-la a ser mais positiva. Vale lembrar que, se a pessoa tem ou está com mau humor, está na defensiva e, se optarmos por falar algo criticando sua atitude, que seja de forma amorosa, sem julgamento.
É preciso ter claro que quando o mau humor se torna frequente e intenso, podemos estar falando de uma doença, ou seja, um tipo de depressão chamado DISTIMIA. Veja mais informações: https://psicoter.com.br/distimia-e-mau-humor/
Psic. Sandra Arreal – CRP 07/12064
Psicóloga Clínica, em formação em Técnicas de Revivência Transpessoal