Uma receita infalível para quem quer manter sua felicidade baixa é viver se comparando com os outros. Quando fazemos isso, a tendência é a de menosprezarmos nossas capacidades. Isso acontece porque dificilmente nos comparamos com quem achamos que possua menos atributos que nós, não é mesmo?
A tendência é a de nos compararmos a quem, de alguma forma, possui determinada característica que desejamos ter, ou alguma posição social ou hierárquica superior a nossa , isto de certa forma afeta nossa autoestima.
É natural do ser humano querer mais, pois somos insatisfeitos por natureza. Essa característica nos impulsiona para o movimento, para a busca de sucesso, de conhecimento e de evolução. O que varia com o passar dos anos e do amadurecimento, bem como da sociedade a qual fazemos parte é o “objeto” comparado e com quem nos comparamos.
Desejamos ser mais inteligentes, mais bonitos, mais ricos, mais amados, mais espiritualizados, mais… Então, estudamos, cuidamos da aparência, adquirimos bens, aprendemos, ensinamos, enfim, agimos em busca daquilo que consideramos importante possuir.
Esse desejo de ser e de ter mais já é visível na infância, quando a criança quer ser melhor que o irmão, melhor que o amigo, ter mais privilégios e brinquedos do que os demais que o cercam. A criança compete até mesmo com os pais pelo amor e atenção de um ou de outro.
Concomitantemente, a autoestima também é formada na fase infantil e é permeada por essas comparações que a criança faz com os outros, pelas frustrações decorrentes de seus resultados, bem como das comparações que as figuras parentais fazem entre ela e as demais pessoas.
Quando um pai comenta com alguém na frente do filho constantemente que seu irmão é mais inteligente que ele, por exemplo, a visão que essa criança terá de si mesmo é de que não é bom o bastante e provavelmente passará boa parte da vida achando que é menos inteligente que os demais.
A criança acima tenderá a evitar testes e avaliações por medo de fracasso; ou, numa postura contrafóbica, participará incessantemente de desafios para provar a si mesmo (inconscientemente provar ao pai) de que é mais inteligente que o irmão e que os outros. Dessa forma, a competição movida pela comparação será incessante e frustrante enquanto não resolver seu trauma de infância.
Durante boa parte de nossa vida, os outros são modelos de comparação para buscarmos mais. Entretanto, conforme vamos amadurecendo, deixamos de nos compararmos com as pessoas e passamos a nos comparar conosco mesmos. Desejamos ser melhores do que fomos ou do que somos.
A pessoa que tem a autoestima baixa, no entanto, tem dificuldade de se aceitar e vê os outros sempre como superiores, menosprezando suas capacidades e atributos. A comparação com os demais, nesse caso, torna-se exacerbada, constante e permanente; atuando de forma contrária à evolução, pois a pessoa se compara em tantas coisas que se sente impotente em conseguir mudar.
O AUTOCONHECIMENTO é fundamental para a pessoa aprender a se aceitar: descobrir seus pontos fortes para tê-los em mente quando surgirem pensamentos de desvalia; conhecer suas fraquezas para que consiga compensá-las ou não se frustrar criando falsas expectativas; conhecer suas potencialidades para desenvolvê-las ou fortalecê-las.
Por Sandra Arreal – Psicóloga da Equipe Psicotér
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