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Alcoolismo: O que é, Sintomas e Tratamento do Vício em Álcool

alcoolismo

O alcoolismo é uma doença que acomete milhões de pessoas em todo o Brasil, conforme a Organização Mundial da Saúde.

No Muno, esse é um problema de saúde pública cada vez maior, em especial após a pandemia, período no qual se observou um aumento no consumo crônico e abusivo de álcool.

De acordo com números do IBGE, houve um aumento de 2013 para o ano de 2019 no Brasil em relação ao número de pessoas acima de 18 anos que consome álcool uma ou mais vezes na semana.

Essa porcentagem era de 23,9% em 2013 e passou para 26,4% seis anos depois, um dado realmente preocupante.

Por isso, resolvemos trazer aqui este artigo para mostrar o que é o alcoolismo, quais são os seus sintomas e qual é o tratamento para o vício em álcool.

Acompanhe!

O que é o alcoolismo?

O alcoolismo pode ser descrito como um tipo de doença crônica cuja característica principal é a dependência do álcool.

À medida que o tempo passa, o indivíduo alcoólatra vai tornando-se progressivamente mais e mais tolerante à intoxicação que é produzida pelo álcool e, sempre que para de consumi-la, apresenta sinais de abstinência.

O alcoólatra faz o consumo de bebidas alcoólicas de maneira crônica e de forma descontrolada, gerando um comprometimento bastante grave do organismo e do seu funcionamento.

Desta forma, ele gera consequências irreversíveis tanto para a saúde física quanto mental, além de afetar todos ao redor do alcoólatra.

Sempre é fundamental ressaltar que o consumo abusivo de álcool é diferente do alcoolismo pelo fato que não está relacionado com uma vontade incontrolável do ato de beber, pela dependência física nem pela perda do controle.

Fora isso, a pessoa que abusa de bebidas alcoólicas, ao contrário do vício em álcool, possui menos chances de ter um aumento da tolerância, o que significa aumentar a quantidade da bebida que consome para obter os mesmos efeitos.

 

Alcoolismo é uma doença?

Sim, o alcoolismo é uma doença de acordo com a própria classificação da OMS, que o coloca como uma doença crônica e psiquiatra, que tem componentes tanto físicos quanto mentais.

Com isso, fica claro que ainda que existam fatores fisiológicos que estão diretamente envolvidos no vício em álcool, a dependência da substância na maior parte das vezes é psíquica.

As pessoas que tornam-se dependentes químicas de álcool muitas vezes sofrem preconceitos, como se elas escolhessem ficar doentes.

Entretanto, o que não se considera é que elas possuem muitas influências que as levam a adquirir essa doença, como aquelas culturais, genéticas e ambientais.

Existem também gatilhos que fazem com que as pessoas tornem-se dependentes do álcool por utilizar a substância como uma válvula de escape.

 

Causas do vício em álcool

Na verdade, o alcoolismo é uma doença multifatorial, ou seja, podem existir diferentes causas que levam uma pessoa a tornar-se viciada em álcool.

A seguir, vamos mostrar uma lista com as causas mais comuns:

 

  • Causa genética: ainda que o ambiente possua uma influência enorme sobre o desenvolvimento da doença, já ficou provado que os fatores genéticos também são importantes e podem aumentar muito o risco de alguém desenvolver o vício em álcool. Portanto, a predisposição genética jamais deve ser desprezada
  • Transtornos mentais: um indivíduo que sofre com um transtorno mental, caso do transtorno bipolar ou do transtorno depressivo, é bem mais vulnerável ao vício em álcool. Portanto, há mais chances de que elas façam consumo excessivo de álcool em grandes quantidades e tornem-se viciadas
  • Influências ambientais: não há dúvidas a respeito de quem o ambiente tem um impacto enorme no alcoolismo. A pessoa que está inserida em um ambiente com consumo excessivo de álcool por familiares e amigos tende a fazer a ingerir bastante as bebidas alcoólicas. Quando junto com os fatores ambientais, essa combinação aumenta muito a probabilidade de alguém tornar-se alcoólatra

Veja também: Como lidar com vício em jogos de azar e eletrônicos

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Sintomas do alcoolismo

Bom, agora é o momento de descrever em cada um dos tópicos a seguir quais são os principais sintomas do alcoolismo.

É importante observá-los para saber diferenciar alguém que gosta de abusar do álcool de outro que realmente tem problemas de vício com a bebida.

 

Necessidade incontrolável de consumir álcool a qualquer momento

O álcool é um tipo de substâncias químicas que atua diretamente sobre o sistema nervoso central, de modo que gera sensações de euforia, de prazer e de entorpecimento.

Dessa forma, as sensações que uma pessoa percebe ao beber podem torná-la dependente e isso leva com que um alcoólatra sinta uma necessidade de consumir álcool sempre, a qualquer momento, para manter esses efeitos.

À medida que ele toma mais álcool, vai tornando-se mais resistente e precisando de doses mais altas no sangue para alcançar os efeitos da bebida, seja ela cerveja, vinho, cachaça ou qualquer outra bebida alcoólica.

 

Fadiga constante e dificuldade no raciocínio

Como o álcool é uma substância que atua sobre o SNC, ele pode ter um efeito direto sobre a capacidade cognitiva do indivíduo.

Essa substância tem um efeito depressor e causa tanto sonolência quanto uma sensação de relaxamento.

O consumo excessivo da substância no longo prazo traz problemas de saúde como cansaço físico/fadiga constante e dificuldade para raciocinar.

Nos casos mais graves, é possível observar confusão mental e também alucinações no viciado em álcool.

 

Distúrbios alimentares e/ou distúrbios do sono

Um outro sintoma comum de quem sofre com o alcoolismo é apresentar distúrbios alimentares e/ou distúrbios do sono.

Isso acontece pelo fato de que ingerir bebidas alcoólicas inibe a vontade de alimentar-se e ocasiona sérios problemas de nutrição no indivíduo.

Assim, uma pessoa que tem vício em álcool pode sofrer de distúrbios alimentares como bulimia alcoólica ou a anorexia.

Desta forma, a pessoa vai deixar de fazer o consumo de alimentos de forma intencional ou ainda pode induzir o vômito ou a purgação pela ingestão de produtos como laxantes.

O álcool também gera a influência sobre o SNC, e apesar de causar uma sonolência, ele impacta retardando o sono do indivíduo.

Com isso, a pessoa alcoólatra tende a sofrer com os distúrbios do sono, como é o caso da insônia e do sonambulismo, entre outros.

 

Quais as consequências do consumo excessivo de álcool?

O consumo excessivo de álcool pode ocasionar sérias consequências para a pessoa alcoólatra, e elas podem aparecer tanto no curto quanto no longo prazo.

Primeiro, vamos entender quais as consequências de curto prazo que podem ser ocasionadas pelo alcoolismo.

O álcool é uma substância com atividade depressora do SNC, como dissemos, o que significa que ele reduz a atividade cerebral, gerando sonolência, lentidão, dificuldade de concentração e de coordenação.

Desse modo, as pessoas podem sofrer com problemas ao realizar atividades em seu trabalho, em manter a atenção e o foco em tarefas simples e consequências mais sérias, como acidentar-se no trânsito, entre outros.

Com relação ao longo prazo, esse consumo alcoólico excessivo pode trazer sérias consequências para a saúde, física e mental, aumentando os riscos do alcoólatra desenvolver doenças como:

 

  • Hipertensão arterial
  • Problemas cardiovasculares
  • Cirrose hepática
  • Câncer oral e hepático
  • Inflamação no pâncreas
  • Úlcera
  • Encefalopatias, que são doenças cerebrais
  • Disfunção sexual
  • Gastrite e outros problemas estomacais

 

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Tipos de alcoólatras

Para entender melhor sobre o vício em álcool, é importante conhecer os tipos de alcoólatras, afinal, as pessoas acreditam que todos os indivíduos com a doença são iguais.

Alcoólatra jovem adulto

Mais de 30% dos alcoólatras, de acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, encaixa-se dentro desta categoria, portanto, o tipo de alcoólatra jovem adulto é o grupo com mais indivíduos.

Este tipo de alcoólatra é aquele que começa a consumir álcool já no final da sua adolescência, em torno dos 19 anos, e tornam-se dependentes da substância por volta dos 24 anos.

Uma característica comum aos indivíduos que pertencem ao grupo dos alcoólatras jovens adultos é que eles possuam transtornos mentais e/ou fazem abuso do álcool e de outros tipos de substâncias químicas.

 

Alcoólatra funcional

O alcoólatra do tipo funcional trata-se daquele grupo formado com pessoas que têm uma idade um pouco mais avançada, em torno dos 40 anos e que apenas alcançaram a independência após os 30 anos.

Entretanto, por mais que tenham se tornado independentes mais tarde, eles passam a beber ainda no começo da vida adulta.

As pessoas que compõem esse grupo apresentam uma taxa de depressão moderada, porém dificilmente sofrem com outros tipos e transtornos.

Os alcoólatras funcionais ainda costumam fumar e em sua maioria são homens, possuindo melhores níveis de educação e uma variação maior na renda.

 

Alcoólatra jovem antissocial

É um outro grande grupo de alcoólatras, representando aquelas pessoas que iniciaram o consumo de álcool ainda na fase da adolescência, por volta dos 15 anos, em geral quando começa a sua vida social e passa a ir mais em festas.

Eles então alcançaram a dependência alcoólica logo no início da vida adulta, em torno de seus 20 anos.

A maior parte das pessoas que compõem esse grupo apresentam alguns traços do Transtorno de Personalidade Antissocial, além de outros, como TOC e depressão.

Além disso tudo, eles costumam abusar de outros tipos de substâncias, como cocaína e maconha, são em sua maioria homens e não tiveram um grande acesso a uma educação de maior qualidade nem bons empregos.

 

Alcoólatra crônico

Por último, temos o grupo dos alcoólatras crônicos, sendo esse o menos comum, ou seja, com menor número de pessoas com vício em álcool que se encaixam nesta classificação.

As pessoas que fazem parte deste grupo, em geral, iniciam o consumo de bebida alcoólica ainda na adolescência e vão desenvolver a dependência alcoólica em torno dos 30 anos.

Essas pessoas ainda possuem, em sua maioria, parentes que sofrem também com o vício e quase metade delas tem algum tipo de transtorno, como depressão, síndrome do pânico ou bipolaridade.

 

Tratamento do vício em álcool

Uma dúvida comum a respeito do vício em álcool é sobre seu tratamento e se há uma cura para a doença.

A verdade é que o alcoolismo é uma doença que tem sim tratamento, mas que não possui cura, ou seja, a pessoa que tem o vício precisará cuidar-se ao longo de toda a vida para evitar as recaídas.

O tipo de tratamento irá variar de acordo com qual seja o estágio do alcoolismo e a gravidade da doença.

A seguir, vamos falar sobre os tipos principais de tratamento para o vício em álcool.

 

A etapa de desintoxicação

O primeiro passo é a desintoxicação e nessa etapa é preciso que o indivíduo evite o consumo de toda bebida alcoólica, não importa a quantidade.

Não adianta somente reduzir a ingestão do álcool, é fundamental que o indivíduo mantenha a abstinência para que ele possa recuperar-se plenamente.

A desintoxicação do álcool é feita durante alguns dias e sempre com a supervisão médica com o objetivo de combater os principais efeitos agudos da abstinência.

É comum que nessa etapa ocorram recaídas, entretanto, o importante é que o indivíduo mantenha-se sempre firme e retome seu foco, bem como tenha uma boa rede de apoio.

 

O uso de medicamentos

Sob a supervisão e prescrição de um médico, o paciente pode precisar fazer o consumo de remédios para conseguir reduzir os efeitos da abstinência.

É muito importante que o alcoólatra jamais se automedique, pois isso pode gerar riscos de que ele desenvolva um outro vício.

 

Participação em programas de reabilitação

Assim que o indivíduo alcoólatra tiver com os sintomas mais agudos das crises de abstinência controlados, ele pode participar dos programas de reabilitação.

Esses programas são importantes para que a pessoa possa reaprender a viver sem o consumo do álcool, como é o caso Alcoólicos Anônimos, no qual os indivíduos compartilham suas experiências em grupo.

Além disso, cria-se uma rede de apoio e um local de acolhimento para que todos que sofrem com o vício em álcool possam se ajudar.

 

A terapia com psicólogo

Por último, e extremamente importante, temos o tratamento do alcoolismo com a terapia com a psicologia.

É muito importante que o indivíduo faça terapia para que possa desenvolver hábitos que sejam mais saudáveis e evite também as recaídas.

As sessões de terapia ajudam o paciente a encontrar soluções para problemas, a manter-se motivado no tratamento, a obter um autocontrole e ainda trabalhar as questões que possam ter levado-o para o consumo excessivo de álcool.

 

Conclusão

Como visto aqui, o alcoolismo é uma doença reconhecida pela OMS e que afeta um grande número de brasileiros, sendo um problema que gera sérias consequências ao próprio indivíduo e a todos ao seu redor.

Neste conteúdo, trouxemos aqui a explicação do que é essa doença, suas causas, principais sintomas e as melhores formas de tratamento.

O que achou do texto sobre o alcoolismo?

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Texto aprovado por:

Lisiane Duarte

Lisiane DuarteFundadora da Psicotér, CEO e Diretora Técnica, Psicóloga Cognitivo-Comportamental, completamente apaixonada pelo ser humano, realizada e privilegiada por poder participar da transformação de vidas. Experiência de mais de 20 anos de atuação clínica e empresarial. Psicoterapeuta individual e em grupo de crianças, adolescentes, adultos, idosos, casal e família, online e presencial, pós-graduada em Gestão do Capital Humano. Consultora de recolocação profissional desde 2003, capacitando e orientando profissionais em transição de carreira na busca de novas oportunidades. Também consultora em diversas empresas nacionais e multinacionais, nas diversas áreas de RH, atendimento e avaliação psicológica de profissionais.

 

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