O comportamento antissocial na adolescência é caracterizado pela transgressão as regras e normas estabelecidas socialmente. Além disso, o adolescente envolve-se frequentemente em brigas, roubos, mentiras e destruição do patrimônio público, sem se importar com os danos decorrentes da delinquência.
Questionar regras e agir contrariamente certamente é comum na adolescência, principalmente quando os jovens discordam das ordens impostas pelas figuras de poder. Portanto, as atitudes de rebeldia podem ser um meio de expressar a insatisfação pessoal e se impor no grupo. Apesar de gerar conflitos, ser antissocial está longe de ser um transtorno de comportamento.
❌ O problema aparece quando o comportamento do jovem é diferente da atitude esperada. Portanto a rebeldia começa a gerar problemas comportamentais na família, na escola ou bairro onde mora. Envolve-se em brigas na sala de aula ou fora da escola. Tem dificuldade de relacionamento com os colegas, falta de empatia, discussões e ameaças.
Geralmente a adolescência antissocial é marcada por infrações. Por exemplo, sair no intervalo e não retornar, fica perambulando com os amigos, praticando pequenos delitos como roubo ou vandalismo, podendo vir a se envolver com drogas.
O que caracteriza o funcionamento anormal de comportamento é a forma de agir inapropriadamente. Na maioria das situações, o jovem usa seu poder de repreender e intimidar para alcançar seus objetivos. Não respeita normas, cria suas próprias regras a procura discípulos seguidores. Quando contrariado, intimida, grita, diz palavrões e usa a violência física, colocando em risco a vida das pessoas. Se tiver que roubar pra conseguir o que deseja, assim fará, sofrendo as consequências destas atitudes impulsivas.
A família geralmente é acionada pela escola, através de uma solicitação da visita de alguém responsável para conversar sobre as atitudes do aluno, esse jovem pode apresentar histórico recorrente de queixas relacionadas ao seu modo de agir, abstenção escolar e dificuldades de aprendizagem advertem provável repetência escolar.
O comportamento antissocial além de ser prejudicial às pessoas que convivem com o jovem, traz consequências ao próprio agressor. Consequentemente ele sentirá uma incapacidade social, e como resultado acabará sendo excluído e rotulado pela sociedade, fato que poderá reforçar o seu comportamento negativo ainda mais.
Não havendo intervenção efetiva e acompanhamento terapêutico o desvio de conduta pode evoluir para transtorno de personalidade antissocial ou psicopatia. O diagnóstico pode ser feito somente a partir dos 18 anos de idade, sendo mais prejudicial ao jovem.
Vários fatores devem ser considerados como causas deste distúrbio; vulnerabilidade e conflito familiar; falta de apoio e orientação da parte dos pais; ausência de acompanhamento familiar e escolar; histórico de abuso ou negligência familiar; convivência em ambiente violento e agressivo; problemas emocionais; envolvimento com drogas, entre outras causas.
É de extrema importância a avaliação psicológica, de modo que sejam avaliados as causas e fatores que podem estar influenciando o comportamento antissocial, a participação da família será fundamental, integrando estratégias saudáveis e positivas para a mudança de comportamento, dependendo do caso pode ser favorável o uso de medicamentos associados à terapia.
Quanto mais cedo for feita uma avaliação e intervenção psicológica por meio de novas estratégias emocionais e comportamentais, melhor será o desenvolvimento do adolescente, trazendo de volta a paz e harmonia, através de relações mais saudáveis e positivas.