É fato que, a convivência familiar, é a mais importante e também a que mais gera insatisfações em nosso cotidiano. Cada vez que convivemos e conhecemos alguém profundamente – sejam familiares, sejam amigos, estamos sujeitos a relacionar-se integralmente, inclusos nisso, tanto defeitos como qualidades.
Brigas na família acontecem principalmente devido a intimidade entre os familiares. A intimidade, apesar de benéfica para o desenvolvimento amoroso e pessoal dos indivíduos, também pode ser alvo de muitos atritos. Esses atritos normalmente ocorrem por meio de brigas na família devido a choques de personalidades, descaso, ciúmes, decisões pessoais e financeiras e até mesmo a educação dos filhos.
É apropriado lembrar que certos desentendimentos familiares são normais no que se refere às diferenças de opiniões e desejos,. No entanto, quando passam a ser constantes e mal resolvidos, podem sujeitar-se a quebra de confiança. O resultado é decepção e sentimento de desamparo.
Independente do motivo desses dessas brigas na família eles acabam refletindo no sentimento e comportamento das pessoas envolvidas; elas tendem a sentirem-se frustradas e muitas vezes culpadas.
Por fim, essas situações crônicas podem produzir muitos sentimentos ruins; podem servir de gatilho para transtornos emocionais como ansiedade e depressão. Tais como:
- Raiva;
- Mágoas;
- Agressividade;
No caso de famílias compostas por filhos, um ambiente doméstico constituído de discussões e desentendimentos, pode também propiciar baixo rendimento escolar e problemas relacionais.
Já é sabido através de estudos e pesquisas que crianças criadas em ambientes violento tendem a perpetuar esse comportamento ao longo da vida. Além disso, se as brigas na família acontecem por causa delas, é bem comum que as mesmas se sintam responsáveis pelos conflitos parentais. Não obstante, crescem sintomas como ansiedade, insônia, distúrbios de humor e comportamentais.
Nesse sentido, não só pelo bem estar dos filhos, mas pela parceria familiar é imprescindível que as tensões sejam aliviadas ou até mesmo evitadas. Sabemos que não é um processo fácil, mas também não é impossível.
O respeito pelo próximo bem como suas opiniões é algo que se deve ponderar, visto que, somos criaturas diferentes uma das outras. Ademais, é aconselhável que discussões passem a serem conversas visando ajuda mútua.
Uma boa dica se a situação estiver fora do controle, tente não ser defensivo; escute o que o outro tem a dizer. Caso necessário, se retire do ambiente, de uma volta, relaxe um pouco. Coloque suas ideias em ordem para posteriormente se expressar autenticamente, sem entrar num jogo de poder.
É necessário perceber que as pessoas não são padronizadas, e que somos seres integrais e suscetíveis a erros. Estabelecendo mais empatia ao próximo, podemos abrir nosso coração e sentimentos de maneira equilibrada; colocando não somente os nossos interesses, mas sim respeitando e zelando para que todos estejam bem.
O melhor caminho é o do meio. Significa buscar o equilíbrio diante das tempestades da vida; ter a consciência e auto responsabilidade sobre as escolhas. Reconhecer os erros; caso necessário, admitir as vulnerabilidades e partilhar, com certeza abrirá um espaço para o diálogo e compreensão, fortalecendo a cooperação e união.
Se mesmo assim ainda é difícil resolver os problemas familiares, talvez esteja na hora de você procurar ajuda. Entender o que está implícito na relação e perceber esses brigas na família de forma realista, buscando sempre o autoconhecimento e aprendizagem.
Nina Guarnieri – CRP 07/18746
Psicóloga Clínica com especialização em Psicologia Transpessoal