Autoagressão é um tema importante e precisamos falar sobre isso. Confira nosso artigo para entender melhor.
Já se sentiu tão mal, com tudo tão pesado, que a dor física parecia um alívio? Ou já se perguntou por que alguém se machucaria de forma intencional?
No Brasil, estima-se que 27,39% de jovens adultos pratiquem algum tipo de autoagressão, um número que pode ser ainda maior devido à subnotificação.
Autoagressão não é apenas ‘cortar os pulsos’. É qualquer comportamento intencional de causar dor ou dano ao próprio corpo, como queimaduras, arranhões, socos ou até mesmo privação de sono ou alimentação.
Pode ser desencadeada por transtornos mentais como depressão, ansiedade, transtorno de personalidade borderline, traumas passados ou dificuldades em lidar com emoções intensas.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a autoagressão, seus riscos, os sinais de alerta e como buscar ajuda. Continue lendo para entender melhor esse problema complexo e descobrir como você pode ajudar a si mesma ou a alguém que você ama.
O que é a autoagressão?
Autoagressão é um comportamento onde uma pessoa se machuca intencionalmente, geralmente sem intenção de suicídio.
É um comportamento complexo, com motivações variadas que podem incluir alívio emocional, sensação de controle, ou até como uma forma de autopunição.
Tecnicamente, autoagressão é qualquer ação autoinfligida que cause dano ao próprio corpo.
Existem diferentes tipos de autoagressão, incluindo cortes, queimaduras, arranhões, beliscões, e até bater a cabeça contra a parede. Cada forma de autoagressão pode servir a um propósito diferente para a pessoa que a pratica.
Em poucas palavras, a autoagressão é um pedido de ajuda silencioso de quem está sofrendo muito emocionalmente. Compreender e oferecer apoio é essencial para ajudar quem está passando por isso.
Causas de autoagressão
Sabendo o que é autoagressão, resta a dúvida: quais são as causas desse comportamento?
A autoagressão pode ter diferentes causas, e cada pessoa pode ter motivações distintas para se autoagredir intencionalmente. Abaixo exploramos algumas causas comuns para entender um pouco mais sobre.
- Transtornos mentais: muitas vezes, a automutilação está associada a transtornos mentais como depressão, ansiedade e transtorno de personalidade borderline. Nesses casos, a pessoa pode usar a dor física como uma forma de aliviar a dor emocional intensa, uma espécie de escape temporário do sofrimento mental;
- Traumas passados: abuso físico, emocional ou sexual, podem levar à autoagressão. A dor física pode se tornar uma maneira de lidar com memórias traumáticas, como uma tentativa de transformar a dor emocional em algo mais tangível e controlável;
- Dificuldades em lidar com emoções: nesses casos, a autoagressão pode surgir como uma forma de liberar essas emoções através do corpo, quando falar não resolve ou quando a pessoa se sente sem opções;
- Baixa autoestima: baixa autoestima pode levar a sentimentos de ódio ou repulsa em relação a si mesma. Nesses casos, a autoagressão pode ser uma forma de se castigar ou de expressar a frustração e a raiva que a pessoa sente de si mesma;
- Busca por controle: para algumas pessoas, a autoagressão pode ser uma forma de retomar o controle quando se sentem sem poder sobre suas vidas. A dor que causam a si mesmas pode ser vista como algo que elas podem dominar em meio a tantas dificuldades.
Tipos de autoagressão
A autoagressão é um comportamento complexo e multifacetado, que se manifesta de diversas formas, tanto físicas quanto emocionais. É importante ressaltar que, apesar de muitas vezes ser associada ao suicídio, a autoagressão nem sempre tem essa intenção.
Vamos explorar os diferentes tipos de autoagressão, suas manifestações e motivações.
Autoagressão não-suicida
É o tipo mais comum e envolve machucar o próprio corpo sem a intenção de morrer. Pode incluir cortes, queimaduras, arranhões, bater a cabeça na parede ou arrancar cabelos.
Os motivos podem ser diferentes para cada pessoa, desde aliviar um sofrimento emocional até sentir que está no controle da própria dor.
Autoagressão suicida
Neste caso, a intenção, motivada por uma profunda tristeza e nervoso extremo, é tirar a própria vida. Pode envolver overdoses de medicamentos, envenenamento e tentativas de enforcamento.
Autoagressão com socos na cabeça
Esse tipo específico de autoagressão pode ser uma forma de punição ou de lidar com a raiva e frustração intensas. A agressão física, que pode ser vista como uma forma de violência contra si mesma, pode causar danos graves ao cérebro e precisa de atenção médica urgente.
Autoagressão infantil
Crianças também podem se autoagredir, muitas vezes como forma de expressar emoções que não conseguem verbalizar. Morder-se, bater a cabeça na parede e arrancar os cabelos são alguns exemplos.
É muito importante que os pais e cuidadores fiquem atentos a esses sinais e procurem ajuda profissional.
Autoagressão no autismo
Pessoas no espectro autista podem se autoagredir como forma de lidar com a sobrecarga sensorial, frustração ou ansiedade.
Esses comportamentos podem ser sintomas de um estado emocional sobrecarregado e não devem ser reduzidos a estereótipos simplistas, pois refletem a complexidade das experiências vividas por quem está no espectro.
Autossabotagem
Essa forma de autoagressão é mais sutil, mas igualmente prejudicial. Envolve coisas como procrastinar, evitar oportunidades e tomar decisões que prejudicam o próprio bem-estar.
Isolamento social
Comum entre adolescentes, o isolamento social de amigos, da família e das coisas que gosta pode ser uma forma de se machucar, mesmo que não pareça. Isso impede o apoio emocional e aumenta o risco de depressão e ansiedade.
Abuso de substâncias
Uso de álcool, drogas ou remédios para se sentir melhor pode parecer uma solução, porém faz mal ao corpo e a cabeça. Isso é ainda mais perigoso quando a pessoa já está passando por um momento difícil, como quando durante uma crise.
Quais os riscos da autoagressão?
A autoagressão é um comportamento autodestrutivo que pode ter consequências graves tanto para o corpo quanto para a mente. Muitas vezes, é um pedido de ajuda silencioso, mas suas repercussões podem ser profundas e duradouras.
Fisicamente, uma das maiores preocupações são as lesões graves e permanentes. Cortes profundos podem danificar nervos, resultando em perda de sensibilidade ou função motora em certas áreas, como dificuldade de movimentar a mão devido a cortes frequentes nos pulsos.
Feridas abertas também são perigosas porque podem infeccionar. Se não cuidar direito, a infecção pode se espalhar pelo corpo e até matar.
Perder muito sangue também é um problema sério. Cortes profundos ou frequentes podem resultar em anemia, causando fadiga extrema e outras complicações de saúde.
Os riscos psicológicos são igualmente alarmantes. Muitas vezes, quem se automutila já está com depressão, ansiedade ou outros problemas parecidos. E se machucar só piora tudo.
É como um ciclo sem fim: a pessoa se machuca para tentar aliviar a dor que sente por dentro, mas acaba se sentindo ainda pior. E a coisa pode virar um vício.
Nesse momento, o corpo libera substâncias que dão sensação de alívio, que passa rápido. A pessoa sente que precisa se machucar mais e mais para se sentir melhor, perpetuando o ciclo de autoagressão.
Outro problema é que a pessoa acaba se isolando. Muitas vezes, ela sente vergonha ou culpa e se afasta dos outros, o que aumenta a solidão e o desespero, dificultando ainda mais a busca por ajuda e suporte.
Como lidar com essa vontade de agredir a si própria?
Quando você sente essa vontade, é importante reconhecer que geralmente está ligada a um sofrimento interno intenso. A autoagressão pode aparecer como uma forma de externalizar a dor que não conseguimos expressar de outras maneiras.
Muitas vezes, é um sinal de que há emoções ou situações não resolvidas que estão gerando uma pressão insuportável. Nesses momentos, seu cérebro está reagindo a um estresse emocional ou psicológico, e a autoagressão ansiedade pode parecer um alívio temporário para essa tensão.
O primeiro passo para lidar com essa vontade é buscar entender suas origens. Para isso, a terapia é muito importante. Um psicólogo ou outro profissional da área pode te ajudar a descobrir os sentimentos e pensamentos que te levam a querer se machucar.
Na terapia, você vai conversar sobre o que está sentindo e, aos poucos, vai entender melhor o que está acontecendo dentro de você.
Na psicologia, a terapia cognitivo-comportamental é muito eficaz para ajudar a mudar esses padrões e desenvolver estratégias mais saudáveis para lidar com o estresse e a dor emocional.
Além disso, é importante encontrar alternativas que canalizem essa energia de forma segura e construtiva.
Atividades como exercícios físicos, meditação e escrita podem ser úteis. Essas práticas não apenas distraem a mente, mas também proporcionam um espaço para processar emoções de forma mais saudável.
A ideia é encontrar formas de expressar e lidar com a dor que não envolvam agressão.
Como a psicoterapia pode ajudar a resolver problemas de auto agressão?
A psicoterapia é uma abordagem de tratamento mental que visa ajudar as pessoas a entender e resolver questões emocionais e comportamentais.
Em vez de lidar com problemas sozinha, você trabalha com um profissional treinado, chamado psicoterapeuta, para explorar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
O objetivo é ajudar você a se entender melhor e a desenvolver habilidades para enfrentar os desafios da vida.
Quando se trata de autoagressão, a psicoterapia é essencial. Quem enfrenta esse tipo de comportamento geralmente lida com uma grande quantidade de emoções e pensamentos dolorosos.
Ao trabalhar com um terapeuta, você pode começar a entender as raízes da autoagressão, que podem estar ligadas a questões como baixa autoestima, trauma ou estresse emocional.
A terapia também ajuda a identificar os pensamentos e comportamentos que te levam à autoagressão ansiedade. Por exemplo, você pode perceber que alguns pensamentos negativos ou ideias erradas sobre você mesma estão te fazendo mal.
Com a ajuda do terapeuta, você aprende a mudar esses pensamentos e a ter uma visão melhor de si mesma. Além disso, a terapia te ensina a lidar melhor com as emoções e com os problemas da vida, o que também é muito importante para quem se automutila.
Existem algumas terapias que podem te ajudar a lidar melhor com o estresse e a tristeza, como a terapia cognitivo-comportamental.
Isso pode incluir aprender a reconhecer e gerenciar emoções intensas, encontrar maneiras mais construtivas de lidar com a frustração e construir uma rede de apoio.