Meu nome é Maria,
venho de uma família bem estruturada, nunca vi meus pais brigarem e tenho uma boa relação com minhas duas irmãs mais velhas. Em nosso convívio familiar, nunca teve conversas sobre os acontecimentos do colégio ou sobre o que eu estava sentindo, minha mãe nunca tinha tempo, sempre estava envolvida com as atividades do lar e meu pai, chegava do trabalho cansado, nunca houve espaço para o diálogo.
Sempre fui muito quieta, lembro que na escola, nunca tive muitos amigos, sempre me senti deslocada da turma. Minha mãe era chamada seguidamente no SOE, pois a coordenadora pedagógica achava que algumas coisas estavam acontecendo comigo porque meu comportamento era muito diferente comparado com das outras crianças.
Foi sugerido procurarmos uma psicóloga para me acompanhar neste período,
mas minha mãe nunca deu bola porque estava acostumada com meu jeito quieta e sem muito contato frente à família. Para todos, eu era uma criança normal passando por uma “fase”, era só parte do meu desenvolvimento. Não aceitavam me levar a um psicólogo e fazer uma avaliação por um especialista, alguém que realmente pudesse encaminhar o caso.
No final do ensino médio, comecei a me sentir muito triste, de uma forma diferente, parecia ser mais intenso. Tinha muita vontade de chorar, percebi que minhas notas não estavam mais tão boas. Não conseguia me concentrar para estudar, me sentia inútil por ser tão diferentes das outras meninas. Todos os dias me sentia cansada, sem vontade de fazer nada. Não tinha fome, não consegui mais me alimentar e comecei a ficar muito magra. Nesta época não conseguia mais disfarçar o meu choro, parecia que tinha chorado a vida inteira.
A partir deste momento, minha família percebeu que realmente algo errado estava acontecendo comigo e me levaram para a emergência do hospital. Fui diagnosticada com transtorno depressivo e a partir deste momento comecei a tomar antidepressivo e iniciei a psicoterapia. No início, não queria fazer terapia porque sempre escutei minha mãe falar que eu não precisava. Entretanto, realmente senti que não estava bem e não iria conseguir melhorar sozinha mesmo tomando a medicação adequada para meu problema.
Foi então que finalmente cheguei no lugar certo e no tratamento adequado ao meu caso. Procurei a Psicotér e através da terapia, consegui ter uma nova perspectiva sobre eu e o mundo de uma forma geral. Antes os acontecimentos eram visto de forma negativa, não de fato como eram. Pois comecei a perceber e a questionar meus pensamentos que muitas vezes eram autodestrutivos. Hoje consigo ter maior habilidade para socializar com as pessoas, mas continuo com aquele jeito quieto de sempre. Pois aprendi a observar as dificuldades como uma forma de achar soluções. Isso fez com que eu tivesse mais coragem de seguir em frente, enfrentando os desafios da vida.
Continuo em terapia e tomando a medicação. Acredito que se não fosse esse recurso, não sei o que poderia ter me acontecido.
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