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Proibir o celular nas escolas, certo ou errado?

Imagem - proibir o celular

Proibir o celular nas escolas é um assunto que precisa ser discutido. Engana-se quem acredita que as crianças e jovens da atualidade nascem acelerados; capazes de produzir várias tarefas ao mesmo tempo.

O que ocorre é um bombardeio de informações e sobrecarga de estímulos. Crianças e jovens já nascem e crescem nesse contexto. Quase 100% dos alunos tem acesso a seus próprios aparelhos celulares, fazendo uso excessivo, indevido e indiscriminado. Causando prejuízos para a aprendizagem e novos problemas no ambiente escolar.

Os alunos de hoje em dia certamente não precisam de incentivo a tecnologia, pois naturalmente aprendem e manejam muito bem esses equipamentos para além de suas necessidades. Carecem de orientação e limites para um uso saudável. Assim, surgem consequências e aumento de dificuldades diversas por conta da utilização excessiva dos eletrônicos. Principalmente dos telefones móveis em sala de aula.

Ha muitas razões para proibir o celular nas escolas. O uso do aparelho causa a distraibilidade do aluno, assim como um aumento de excitação. O foco é perdido e há a redução da qualidade nas multitarefas realizadas. O uso excessivo desse equipamento tem levado alunos a exaustão e a dependência. O vício do celular um problema recente enfrentado no mundo todo.

Logo, na escola que deveria ser um local de convivência social e aprendizagem primordialmente, o celular torna-se nocivo. O aparelho marca de forma negativa o desenvolvimento cognitivo e interpessoal de jovens e crianças.

Cerca de 8 anos atrás já se falava em proibir o celular em sala de aula.  Afinal,  é um meio eletrônico de comunicação que afeta o rendimento escolar como um todo. Uma estratégia de desintoxicação foi implantada na França, constituindo uma lei já reconhecida em diversos outros locais.

Os celulares estão repletos de aplicativos; redes sociais; grupos de conversas; podendo ouvir musicas; assistir filmes e interagir com jogos eletrônicos simultaneamente; recebendo curiosidades e entrando avisos e recadinhos da internet a todo instante.

Por mais que os jovens não percebam e não reconheçam as dificuldades criadas por conta do uso do celular na sala de aula, eles são movidos pelo interesse. Comprovadamente o aparelho celular diminui a capacidade de atenção na aprendizagem. Ele divide o foco com outros estímulos direcionados conforme a sua motivação, levando muitas vezes ao estresse e ao TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, afetando a qualidade da aprendizagem como um todo. Portanto, o rendimento escolar fica prejudicado com a distração do aluno. Além da atenção ser uma função necessária para o processo de aprendizagem, a a capacidade de concentração é afetada e a memória prejudicada.

Imagem - uso do celular na escolaO avanço das tecnologias e a utilização do aparelho celular nas salas de aula transformam até mesmo os relacionamentos interpessoais na escola; interferindo na troca de informações entre colegas ou com as pessoas de autoridade (educadores e gestores); afetando a convivência no grupo e a capacidade de comunicação necessários para o processo de aprendizagem formal e relacional.

A maioria dos alunos da atualidade não leem livros, artigos ou revistas, eles podem conversar com o aparelho e ouvir sobre o conteúdo que quiser. O aluno não precisa copiar as matérias dadas em aula, ele pode tirar fotos dos conteúdos. Os alunos aprenderam a “colar” pelo meio eletrônico. O celular não oferece conhecimento, não ensina a pensar, ele simplifica o caminho; abrevia, portanto, a capacidade de raciocínio oferecendo respostas prontas e rápidas.

O aluno da atualidade usa os fones de ouvido alienantes e faz uso de câmeras e gravadores com total facilidade e sem custo. O acesso é indiscriminado. Como resultado, o celular pode multiplicar exposições e conflitos, como o cyberbullying (processo de intimidação, humilhação e violência praticada nas redes virtuais) compartilhando fotos e comentários que se espalham rapidamente.

Há quem diga que o celular pode ser comparado a uma “arma”. Ou seja, exige treinamento, supervisão e responsabilidade. Até poderia se utilizar o aparelho celular em sala de aula com orientação e de forma guiada para fins pedagógicos. No entanto, os riscos e prejuízos estão superando as vantagens.

A escola certamente é um ambiente que deve ser exemplo para a própria família, um local social com regras, combinações, reconhecimento de limites e relacionamentos que não seria capaz de normatizar um grupo de alunos cada qual com seu aparelho celular, estabelecendo contatos pessoais fora do ambiente escolar, para além do conhecimento dos professores e demais responsáveis.

A escola não tem como assegurar os tipos de acessos dos alunos ou se responsabilizar pelos conteúdos prestados e compartilhados nesse espaço virtual, porem é ela quem deveria orientar e conduzir o processo de desenvolvimento e aprendizagem enquanto o aluno frequenta as dependências da escola.

Portanto, os educadores e representantes da escola devem ser capazes de promover a reflexão, ensinar a pensar, propiciar a interação entre as pessoas, incentivar a capacidade de iniciativa e a resolução de problemas de forma mais inteligente e autônoma, oferecendo um espaço neutro, seguro, livre de maus hábitos, vícios e utilização indevida do aparelho celular.

Psic. Márcia Moraes – CRP 07/12844

Psicóloga Cognitivo Comportamental

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