A identidade de gênero refere-se ao modo como a pessoa se reconhece e deseja ser reconhecida pelos outros. Ou seja, refere-se ao jeito de ser, como agimos; a forma que nos comunicamos; nos vestimos; do que gostamos; de como nos percebemos e como nos apresentamos para o mundo. Sendo assim, esse papel, masculino ou feminino, está presente em maior ou menor grau em cada indivíduo.
Desde que nascemos, vamos constituindo a nossa identidade de gênero naturalmente através das nossas experiências, convivendo com outros exemplos, pai, mãe, tios, tias, professores, professoras, amigos e amigas, construindo dessa forma quem somos e com quem nos identificamos nessa construção social.
É na adolescência, contudo, que se valida essa escolha. Esse é o período em que o jovem sofre transformações físicas, emocionais e sociais. Ocorre a perda pelo corpo infantil e o surgimento de um corpo adulto. Então, acontece o distanciamento dos pais e a necessidade de se aproximar dos amigos da mesma idade; identificando-se com o grupo de iguais.
Como acontece o processo de identidade de gênero?
Portanto, é na fase da adolescência que a pessoa tem mais condições de perceber quem é e quem gostaria de ser. Aumentam as curiosidades, buscam formar seus próprios valores, ideias e relacionamentos, muitas vezes diferentes dos aprendidos na família de origem.
Dessa forma, surge a necessidade de experimentação com intuito de formar a sua própria identidade de gênero. Assim, assumindo na vida adulta um papel na sociedade, que pode ser masculino ou feminino.
A identidade de gênero não é o mesmo que o sexo biológico (quem nasce homem ou mulher), mas sim de como o indivíduo se percebe. Temos o caso de transexuais ou transgêneros que se identificam com o sexo oposto ao seu de nascimento.
A identidade de gênero se refere ao gênero ao qual a pessoa se identifica; em nada tem a ver com a orientação sexual. O desejo sexual pode ser em relação ao sexo oposto (heterossexualidade), ao seu próprio sexo (homossexualidade) ou dirigido aos dois sexos (bissexualidade).
Uma pesquisa divulgada pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos (2016) realizada com mais de 1.500 jovens entre 18 e 34 anos de ambos os sexos, estima que 72% desse público são heterossexuais, 16% homossexuais e 11% bissexuais, sendo entre os homossexuais a grande maioria homens e bissexuais a maioria mulheres. Sem dúvida há muitos mitos, preconceitos e tabus que perpassam esse assunto, sendo a vivência da adolescência uma etapa tão primordial e decisiva na vida desses jovens para que formem a sua própria identidade de gênero de forma saudável. É importante buscar informações e manter um diálogo aberto em casa, na escola e no grupo de amigos, promovendo a compreensão da diversidade humana.
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