Junho é o mês dos namorados no Brasil. É a época das declarações de amor sem fim, das promessas de fidelidade e de companheirismo, de presentes, flores e corações distribuídos pelas cidades, que parecem respirar o amor. Existe, porém, significativa parcela das pessoas que não está vivendo este momento lindo e romântico; pelo contrário, estão sofrendo com o final de um relacionamento.
Diferentemente do que se imagina, ambos sofrem quando terminam alguma relação amorosa, seja ele namoro, união estável ou casamento. Para quem quer terminar a união, é uma decisão muitas vezes difícil de ser tomada, que gera angústia e muita dor; para o outro, aquele que recebe o “fora”, o “cartão vermelho”, a dor, muitas vezes, é ainda maior.
A maioria das pessoas já levou pelo menos um fora na vida, já foi a pessoa que foi convidada a se retirar da relação. Pessoas que se envolveram emocionalmente com alguém, namoraram, casaram ou tiveram somente um rolo, já se envolveram, também, com o término da ligação. E sobreviveram. Sim, apesar da dor da perda de alguém, do sentir-se rejeitado, sozinho, cheio de lembranças, tudo isso um dia passa.
O fim de uma relação pode trazer sentimentos de baixa autoestima, frustração, tristeza, raiva e até de vingança. Pode fazer com que a pessoa se sinta perdida e desorientada. Isso acontece porque é o fim, porque algo que era considerado duradouro acabou. Muitas pessoas precisam fazer uma mudança radical em suas vidas; lidar com questões de divórcio e guarda de filhos, separação de bens, etc. Tudo isso pode tornar o fim ainda mais complicado para algumas pessoas.
Para alguns, o sofrimento leva meses para passar; para outros, apenas alguns dias. Têm pessoas que saem para a balada após o fim do namoro; outras, procuram os amigos para desabafar; e outras, ainda, ficam sós com sua dor até passar.
Existem indivíduos que expressam sua raiva, outros que choram sem parar, há os que ficam em casa, de cama por alguns dias, há quem trabalhe com mais afinco, quem se dedique aos familiares, aos estudos, enfim, todos encontram uma forma de lidar com a dor, que é só sua. Essas atitudes são comuns e fazem parte do que se pode chamar de luto pela pessoa perdida.
Algumas pessoas entram em profunda depressão ao se separarem. É normal a tristeza após o fim de uma união, principalmente quando é o outro que não quer mais. Muitos planos foram feitos desde o início, esperanças foram alimentadas e o sentimento é muito presente. Quanto mais tempo tiver a ligação entre o casal, maior a probabilidade de o sofrimento ser grande.
Porém, quando a tristeza persistir e se tornar falta de esperança no mundo, dificuldade de se visualizar bem futuramente ou de ter planos para o futuro; quando a pessoa passa a descuidar de si, ficar reclusa demais, comer em demasia ou não comer, começar a ingerir drogas ou aumentar seu uso, ou, ainda, evitar contato com outras pessoas, pode ser sinal de alerta para algo mais grave. Nesses casos, a tristeza transformou-se em depressão e a busca por ajuda de um profissional da psicologia se faz necessária para o enfrentamento da situação.
Não existe receita para manter um relacionamento a dois. Tudo é muito íntimo do casal, do modo como cada um funciona e se coloca no relacionamento. O que funciona para alguns casais não funciona para outros. E também não existe receita para enfrentar a dor do final de uma relação, cada um precisa encontrar em si a melhor forma de lidar com ela.
Algumas ideias são interessantes para encarar o fim:
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Tentar não entrar na paranoia de que a culpa toda é de um ou de outro, pois, numa relação a dois, erros e acertos são cometidos por ambos. Isso envolve não se colocar no lugar de vítima e nem de algoz;
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Procurar manter sua rotina, pois as mudanças serão inevitáveis e um pouco de ordem aumenta a sensação de segurança;
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Manter a autoestima, pois o fato de ser rejeitado por alguém só significa que para aquela pessoa, particularmente, aquela relação já não faz mais sentido, mas o mundo está cheio de possibilidades de amor e de afeto;
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Lembrar-se de suas qualidades e repensar seus defeitos;
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Tentar manter distância do (a) ex-companheiro (a) ajuda também, pois assim não se alimentam falsas esperanças.
Além disso, por mais que o amor acabe, isso não significa que aquele amor não existiu ou que não deu certo. Ele deu certo pelo tempo que durou. Na vida, tudo é efêmero, inclusive as pessoas, e não seria diferente com os sentimentos. Indivíduos são seres em mutação, e seus sentimentos podem seguir a mesma linha.
O fim de uma união também pode ser uma experiência de grande aprendizado; que ensina à pessoa muito sobre ela mesma. Normalmente, as pessoas repensam a relação que mantiveram e descobrem atitudes que podem ter levado ao fim de tudo. Descobrem, ainda, o que gostam e o que não gostam que aconteça num relacionamento ou com que tipos de pessoas preferem se relacionar. Isso porque, muitas vezes, os indivíduos somente se dão conta de quem era seu parceiro quando tudo acaba.
Ao final de um romance, é preciso, muitas vezes, se redescobrir. Essa talvez seja a tarefa mais difícil, pois muitas vezes, as pessoas vivem tanto dentro do relacionamento que não sabem se ver fora dele. Porém, apesar disso tudo, as pessoas não morrem por causa de um fora que levaram de outro.
A vida continua, um novo amor pode surgir. Por mais que se esteja triste, essa tristeza passa e a felicidade voltará. Cabe dar ao coração o tempo necessário para que ele se refaça e coloque tudo no lugar novamente. Enfim, por pior que seja o fim de um romance, nada está perdido. Lidar com a perda, aceitar seus erros e seguir seu caminho acaba sendo o rumo natural.
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