“Eu não preciso de psicólogo, eu vou conversar com o padre”! “Pra quê psicólogo se eu vou conversar com a entidade e ela me dá todas as dicas”? “Psicólogo é coisa de louco! Se estou com dificuldades, converso com meu pastor”!
Não existe problema algum em ter fé; em acreditar que exista um ou mais seres superiores que estão nos ajudando na difícil arte de viver. Isso, inclusive, contribui para que as pessoas tenham mais força e motivação para enfrentar os problemas. A questão aqui é confundir aconselhamento espiritual com psicologia.
A psicologia é a ciência que estuda os pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas e de que modo eles influenciam na maneira de viver de cada um. Assim, a religião é a fé, a crença que cada um tem: é um sentimento, uma emoção, uma paixão.
Além disso, a psicologia cuida do que é universal e de cada um, a partir das vivências de cada pessoa. O psicólogo trabalha a partir de uma base científica e de uma linha teórica. Esta linha determina o olhar que ele terá sobre seu paciente. O psicólogo trabalha a partir da realidade que a pessoa relata. Ele procura compreender seu mundo, seus modos de pensar e as estratégias que cada um utiliza para encarar seu dia a dia.
Nas consultas, o paciente traz suas angústias e juntos, psicólogo e paciente, tentam encontrar a melhor forma de lidar com isso. O que ambos utilizam é o vínculo, a comunicação e o olhar empático. O psicólogo não aconselha; ele enxerga de outro ângulo a situação; mostra ao paciente de que diferentes modos ele pode resolver o que o angustia.
O psicólogo não usa cartas, búzios, Deus, entidades, espíritos ou santos para escutar seu paciente. Tampouco, ele faz rituais para melhora ou cura. Tudo acontece a partir da escuta empática da pessoa que sofre e da teoria e técnica do profissional.
A psicologia entende que as pessoas agem a partir das suas experiências, das suas vivências, das suas crenças e não em função de outro ser que deseja algo, que colocou algo no caminho de cada um ou que pode mudar algumas situações. As pessoas são, para a psicologia, seres autônomos, que tomam suas próprias decisões e que são responsáveis pelo que acontece em suas vidas. Além disso, são elas as responsáveis por mudar suas vidas e sua realidade.
Muitas pessoas consultam o psicólogo, engajam-se em um processo de psicoterapia e ainda assim, conversam com seu pastor, com a entidade, com o padre, com o guru espiritual. Apesar de seu viés científico, os psicólogos respeitam a crença de seus pacientes, entendem que cada um tem a liberdade de pensar e acreditar naquilo que quiser. É a postura do profissional na sua prática que não pode ultrapassar os limites da ciência. É o profissional que não pode misturar fé e teoria.
Algumas linhas teóricas usam técnicas um pouco alternativas para ajudar a diminuir a ansiedade, os medos e as tristezas, como a hipnose, a regressão, os diferentes tipos de relaxamento e de respiração. No entanto, mesmo consideradas pouco ortodoxas, estas técnicas estão embasadas em teorias e são aceitas pelo Conselho Federal de Psicologia. Porém, se algum profissional utiliza métodos mais místicos, utiliza ferramentas e o discurso religioso, é preciso atenção e cuidado.
Se você consultar um psicólogo e ele propuser algo místico, fique atento: psicólogo não é guru. Ele não vislumbra o futuro, ele não dá conselhos e não manda em você. Você é responsável pelo seu processo de mudança e ninguém, nem mesmo seu psicólogo, pode proibir ou julgas suas escolhas.
Por Anne Griza- Psicóloga da Equipe Psicotér
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