Vivemos em uma sociedade que busca o prazer momentâneo, o prazer imediato, como se não houvesse tempo a perder.
Neste contexto, a maioria das pessoas, por falta de informação, encoraja o enlutado a deixar para trás a experiência do luto. Em consequência, devido à pressão social, o indivíduo vive o processo da perda solitariamente. Em silêncio, esforça-se a abandoná-lo, sem que se conclua o “processo”.
Aqueles que expressam o seu sofrimento através do choro ou em palavras geralmente são vistos como fracos. Pessoas próximas, bem intencionadas, mas com pouco conhecimento dessa situação, incentivam o enlutado à busca do autocontrole, pela sublimação do sofrimento, que acaba por manter a repressão emocional da pessoa em luto.
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Para sustentar essa “cobrança”, o enlutado começa a comportar-se de maneira socialmente aceita, mas contra a sua realidade psicológica. Mascarando a situação, e fugindo da dor, a ansiedade aumenta, gerando depressão. Se a pessoa não recebe aprovação da família, dos amigos ou da sociedade para viver o luto, ela poderá pensar que seus sentimentos não são normais.
O indivíduo pode apresentar-se com um sorriso no rosto, mas estar extremamente deprimido. É, principalmente nestas situações, que precisa-se ter muita atenção; diante do risco da permanência contínua desse estado. A depressão gera diminuição das atividades cotidianas; desinteresse por atividades que geravam prazer; distúrbios do sono; perda ou aumento de apetite e isolamento social. A dor deve ser vivida. O enlutado precisa viver e enfrentar o luto. Não há outra maneira de lidar com essa situação. A dor tem que ser compreendida e superada, nunca ignorada e jamais negligenciada.