A luz e as condições meteorológicas parecem exercer uma grande influência sobre o nosso humor.
Já na era grega, Hipócrates fez referência à importância das mudanças de estação na gênese de certas doenças, assim como das mudanças corporais causadas pelo frio ou calor.
Há estações do ano em que algumas doenças mentais pioram ou produzem sintomas leves. Pode ocorrer diminuição do estado de ânimo, aumento do cansaço, dificuldade para dormir e baixa concentração. Os dias mais curtos e cinzentos atraem o humor melancólico. Algumas pessoas sentem uma vontade de hibernar até que o sol volte. Saiba como lidar e reconhecer os sintomas da depressão sazonal.
Algumas pessoas no Inverno sentem vontade de dormir mais, optam por comidas mais fortes (doces e hidratos de carbono); mudanças na energia e motivação diária são apresentadas. Estas alterações manifestam-se de diferentes formas entre as pessoas. No entanto, só podemos dizer que se trata de depressão sazonal quando estas mudanças passam a apresentar problemas significativos no dia-a-dia das pessoas.
A característica principal deste problema é o início e a remissão de episódios depressivos em alturas particulares do ano. Na maioria dos casos os episódios começam no outono ou no inverno e desaparecem na primavera.
Os episódios de depressão sazonal são frequentemente caracterizados por alterações do sono e apetite, insónia ou sono prolongado, exaustão e fraqueza, isolamento ou irritabilidade, dificuldade de concentração, raciocínio lento, ataques de choro, angústia e por vezes pensamentos suicidas.
Por que motivos ocorre?
Há muitas teorias sobre por que acontecem essas mudanças de humor nos indivíduos em relação a mudanças sazonais. Mas a maioria dos pesquisadores concorda que podem ser desencadeados por resposta do cérebro à diminuição da luz e a relação com alguns hormônios chaves na regulação dos ciclos de sono-vigília, energia e humor, como a serotonina e melatonina.
A melatonina é um hormônio que secretamos naturalmente cuja função principal é a regulação dos ciclos de sono-vigília. A secreção de melatonina começa a aumentar na parte da tarde, mantendo-se em níveis elevados quase durante toda a noite e diminuindo quando o sol nasce. Com a serotonina ocorre o oposto, aumentando quando a pessoa é exposta à luz solar; seus níveis são muito baixos no inverno, associando-se, portanto, com sintomas como tristeza e irritabilidade. Assim, se a luz diminui, como costuma acontecer no outono e no inverno, podem ocorrer desequilíbrios hormonais que afetam o nosso humor. A luz influencia o nosso relógio biológico, interferindo nos ciclos de vigília e sono, mas também no humor.
A idade também parece desempenhar o seu papel, na medida em que este é um problema mais comum a partir dos 25 anos, sendo muito raro abaixo dos 20. É igualmente mais frequente entre o sexo feminino pois compreende 60 a 90% dos casos. Embora no sexo masculino os sintomas possam ser mais acentuados.
A depressao sazonal é pouco diagnosticada, no entanto, quando não tratada pode ter consequências tão graves como a depressão propriamente dita, reconhecida como uma doença do foro psicológico.
Existe solução!
Apesar da depressão sazonal estar essencialmente ligada a mecanismos biológicos, o processo psicoterapêutico pode ser bastante útil para ajudar a lidar com as mudanças de humor, sentimentos e comportamentos associados. Se começar a sentir alguns dos sintomas indicados é aconselhável que inicie o tratamento com psicoterapia, evitando que se instale a depressão. Entretanto, se os sintomas forem severos, a pessoa deve recorrer a ajuda psiquiátrica em complementaridade.
O que pode fazer para prevenir a depressão sazonal?
Faça exercício físico. Se não gosta ou não tem tempo, tente transformar as suas atividades quotidianas numa forma de se exercitar: vá a pé comprar o jornal; se utiliza transportes, procure sair numa paragem mais distante de forma a andar um pouco mais. Use as escadas em vez do elevador. Está provado que o exercício físico aumenta os níveis de endorfinas. Isso deixa-o mais bem-disposto e animado, melhorando assim, o seu funcionamento cerebral.
Procure relaxar no seu dia-a-dia. Bastam apenas 10 ou 15 minutos. Tome um banho de imersão ou ouça música, por exemplo.
Durma entre 7 a 8h por dia. É durante o sono que o cérebro integra as aprendizagens e processa as emoções, adquirindo desta forma maior energia e boa disposição para o dia seguinte.
Coma de uma forma saudável. Siga um padrão alimentar regular. Isto é, procure comer 3 refeições principais e 3 refeições secundárias (lanches) por dia, e não deixe passar mais de 3 horas entre elas.
Socialize regularmente. Procure ter qualidade de tempo com os seus amigos e familiares, uma vez que é através dos outros que nos integramos a nós próprios.
Procure fontes de prazer e bem-estar. Sorria! Dê uma boas gargalhadas no seu dia-a-dia.
Aprenda algo novo que lhe traga crescimento pessoal e ocupacional no futuro. É importante sentirmo-nos úteis e sentirmos que contribuímos de alguma forma para a vida em sociedade.
Respeite as suas necessidades para que possa conviver em maior paz e harmonia com os outros.
Foque-se naquilo que quer e valoriza. Corra atrás do que deseja.
Cuide de si e da sua imagem. Permita-se dar uns mimos a si mesma (vá ao cabeleireiro ou faça uma massagem). Sentir-se bem com a sua aparência física vai ajudá-lo a ter um dia mais bem-sucedido.