Nem tudo era melhor no passado, o melhor ainda está por vir.
Este oposto de o melhor está por vir nasce de uma visão nostálgica, sobretudo das pessoas mais velhas e que já viveram muitos anos, por tudo o que já aconteceu em suas vidas. No entanto, sentir saudade do que já foi perdido não nos permite desfrutar do que ainda temos para viver. Por isso, nem tudo era melhor no passado, já que, como diria a grande Mafalda, o melhor está por vir.
Temos a capacidade maravilhosa de nos surpreendermos uma vez ou outra, e não deveríamos desperdiçá-la. Sempre teremos coisas novas para conhecer, aprender e sentir na nossa pele.
O que quero que me corra bem é a vida. Queremos ser felizes a todo custo. Isso, muitas vezes, faz com que caiamos no erro de esquecer que a felicidade exige um pouco de lágrimas. Em outras palavras, para que haja um arco-íris, é preciso que chova primeiro. Isto é, as duas coisas formam parte da natureza, a felicidade e as lágrimas se complementam; são igualmente reais e obrigatórias.
Queremos que a vida ‘corra bem’, mas não assumimos que isso implica momentos de todo tipo: bons e maus, cair da montanha várias vezes até chegar ao topo. Normalmente nós não aceitamos que essa ‘vida’ é aquela que realmente nos permite viver de forma plena até darmos valor a tudo de positivo que ela nos oferece. Os acontecimentos da vida nos sacodem e nos levam a crescer. Por isso, ‘o melhor está por vir’, porque as montanhas, assim como as emoções, são infinitas até deixarmos de viver.
Também dizia Mafalda, com muita razão, que a vida começa aos quarenta. É nesta fase que nós já vivemos o suficiente para começarmos a admitir que o passado é aprendizagem e, às vezes, nostalgia. É nessa altura que entendemos que o futuro é ilusório, porque depende do presente, e que este presente é o único que molda aquilo que está por vir: temos a oportunidade de melhorar continuamente e de não retroceder.
Aos quarenta, nós começamos a entender que a felicidade não depende de alguém que não seja nós mesmos, e então começamos também a exigir da vida o que merecemos de verdade: começamos a nos amar um pouco mais, somos mais humildes e sonhamos com mais coerência. Ou seja, entendemos os nossos limites e já experimentamos quedas suficientes para saber que existe sempre algo melhor.
Quando passamos o marco da adolescência e da juventude temos o que poderia ser considerado a ‘mania’ de reviver uma vez ou outra momentos do passado. Recordar é mais frequente quanto mais anos temos, e isso não é algo negativo. O negativo é ficar para trás recordando os maus momentos e esquecer do ‘hoje’. Não podemos nunca negligenciar o momento atual das nossas vidas, porque é somente a partir daí que podemos estabelecer os princípios suficientes para o dia de amanhã. Recordar não é ruim, e muito menos sonhar: devemos ter sonhos que nos mantenham animados, motivados e vivos. No entanto, não podemos deixar que os sonhos nos façam perder a nossa própria realidade.
O melhor está por vir desde o momento em que aceitamos que um passado sirva de ferramenta para sustentarmos um presente e um futuro que mantenha a nossa curiosidade, mas que nos permita estar com os pés no chão.
O melhor ainda está por vir.
Sempre haverá um lampejo de positividade que pode nos ajudar a crescer e a não nos mantermos estagnados na vida.