Você tem se preocupado demais com o seu filho ou marido? Sua sobrinha tem apresentado algum comportamento diferente durante o passar dos dias? Você não sabe mais o que fazer para ajudar? Sente que já fez tudo o que podia e parece que não existe mais solução?
Muitos de nós já tivemos ou temos um familiar que está passando por problemas. A pessoa se sente mal, cansada, estressada, sobrecarregada com o trabalho ou estudos. Por vezes chora, fica triste, reclama que o coração acelera, se sente nervosa. Estar nestas condições – algumas vezes – é normal, dependendo do que a pessoa se propôs a fazer da vida e dos seus objetivos. Porém, quando ela passa muito tempo com esses sintomas, significa que algo não está bem; que está com algum sofrimento emocional.
Ver um familiar sofrendo nos aflige. Dá-nos a sensação de impotência, ficamos angustiados tentando achar um meio de ajudar e parece que a pessoa não reage. Ver um familiar sofrer gera frustração. Como resultado, pode acabar refletindo negativamente em nós e nos demais familiares que moram com a pessoa.
Começamos a nos questionar: como pode uma pessoa que antes era cheia de vida e alegre estar assim? Tento ajudar, mas nada do que eu falo adianta, o que mais posso fazer?
Se este familiar for um filho, por exemplo, alguns pais começam a se questionar onde foi que erraram na criação, se sentem culpados e tentam justificar as dores emocionais do filho com algo que fizeram de errado. Estes pensamentos e sentimentos que ocorrem frente ao problema podem desestabilizar a família que, se não procurar recurso adequado para auxiliar o familiar, pode agravar a situação e gerar maiores sofrimentos, não só para quem já está sofrendo, mas para os demais membros da família.
O primeiro passo é entender que não existe um fator único que explique o motivo de o familiar ter desenvolvido o transtorno; o segundo passo é se tranquilizar e entender que não há um culpado. Um transtorno pode ocorrer por diversos fatores que incluem fatores genéticos, biológicos, alguma desregulação hormonal, a má interpretação de algumas emoções vividas durante a vida, além do estresse. Portanto, não podemos explicar um sofrimento emocional de um familiar culpando-nos.
Ao invés de abraçar a culpa, lembre-se: você é essencial no processo de melhora do familiar. Ao se deparar com o sofrimento dele, ouça e entenda o que se passa com ele, o que está sentindo. Evite criticar, superproteger e vá de encontro com sentimentos positivos de apoio, incentivo, compreensão, tolerância, valorização e confiança.
A família faz parte da efetividade do tratamento e do processo de cura. Auxilie seu familiar na procura de psicoterapia. Ofereça-se para ir junto, respeite o seu sofrimento, não o culpe e reconheça que ele não está assim porque quer. Não é de uma hora para outra que ele vai superar o problema. Mudando o modo como você vê o problema do seu familiar e como irá enfrenta-lo junto com ele, com certeza seu apoio irá contribuir positivamente para o processo de melhora e cura do seu familiar. Além disso, você também se sentirá muito melhor.