Existem muitas pessoas que afirmam não ter sorte no amor e ter o “dedo podre”.
Não é raro encontrarmos na clínica e entre nossas relações, pessoas que parecem não se acertar com ninguém. Essas pessoas, muitas vezes, viveram um significativo número de relacionamentos que não duraram. Não falaremos em sucesso, até porque o sucesso de um relacionamento não está ligado ao tempo que ele durou.
Para alguns, isso é carma; para outros, falta de sorte ou o famoso “dedo podre”. O que acontece, na realidade, é que essas pessoas tendem a repetir padrões em suas relações; padrões esses que são desajustados e as levam ao sofrimento em seus relacionamentos.
Mas como assim padrões?
Padrões de comportamento são os modos de encarar a vida, são as respostas aos desafios que cada um dá. Esses padrões são aprendidos desde a infância e moldam o jeitinho de cada um. Todos agem a partir de seus padrões. O que acontece com alguns indivíduos, como já mencionado anteriormente, é que esses padrões são desadaptativos. Ou seja, não permitem que a pessoa consiga se desenvolver seus relacionamentos de modo sadio.
Os padrões de comportamento surgem a partir das crenças subjacentes, que são as regras, as atitudes e as suposições de cada um. Essas, por sua vez, surgem das crenças centrais, que são as “verdades” de cada um; são a base para cada sujeito encarar a realidade. As crenças centrais surgem e se desenvolvem desde muito cedo. Elas podem ser explicadas por aquilo que cada um vivenciou e guardou para si como verdade.
Por exemplo, uma criança que experienciou a traição de um dos pais no relacionamento, poderá internalizar que nas relações as pessoas sempre são traídas. Uma criança que perdeu um dos pais e foi abandonada por outro, terá dificuldade em se aproximar intimamente de alguém, devido à crença de que as pessoas sempre vão embora. Um indivíduo que desde muito cedo experienciou o amor e o carinho, tenderá a ser carinhoso e amável em suas relações. As crenças centrais são de difícil identificação, sendo analisadas a partir dos padrões de comportamento e dos pensamentos automáticos.
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Então o que acontece com quem não consegue manter um relacionamento, ou não consegue manter um relacionamento saudável? Para essas pessoas, as crenças desadaptativas fazem com que elas desenvolvam padrões de relacionamento desadaptativos. Ou seja, elas se relacionam de modo não saudável. Também tendem ao sofrimento ou seus relacionamentos ficam destinados ao fim.
Simples? Não, nada simples, pois as crenças centrais, que definirão os padrões de comportamento, são de difícil identificação e acesso. Isso porque são inconscientes, fazendo com que o indivíduo não reconheça outros modos de agir em seus relacionamentos.
Alguém que recebeu pouco afeto físico em seus primeiros anos de vida, principalmente das figuras parentais, tende a levar seus relacionamentos de modo menos afetuoso, com poucas trocas de carinho. Essa frieza, não é reconhecida pelo indivíduo como um padrão disfuncional, pois foi assim que ele aprendeu que as coisas são. Por mais que esse indivíduo observe outros relacionamentos, não reconhece o carinho e o afeto como verdades, pois a sua realidade interna é outra.
Em vista disso, podemos entender que a falta de sucesso nos relacionamentos está ligado aos padrões de comportamento dos indivíduos. A pessoa acaba não se adaptando, pois o levam ao sofrimento em suas relações, levam ao final, porque o outro também tem seus padrões, mais adaptativos ou não, mas que são incompatíveis.
E como resolver isso? Buscando a ajuda de um profissional da psicologia. As crenças e, consequentemente, os padrões desadaptativos, só serão reconhecidos e passíveis de mudança através da psicoterapia. Por serem inconscientes, muitas vezes a pessoa sabe que sofre, sabe porque sofre, mas não reconhece seus padrões e as crenças centrais.
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Por isso, se você sofre para ter ou para manter um relacionamento amoroso, a busca de um profissional se faz necessária. Assim você identificará onde está o problema e a melhor maneira de solucioná-lo; mudando os modos de pensar e de agir. Todo mundo merece a sua metade da laranja e, para alguns, a ajuda se faz necessária para este relacionamento ser satisfatório.
Por Anne Griza – Psicóloga da Psicotér
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