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A Química do Amor

Se você já se apaixonou alguma vez, provavelmente chegou a pensar em classificar esse sentimento como um vício. E adivinhe só: você estava certo.

Os cientistas estão descobrindo que o mesmo processo q  uímico que ocorre nos viciados, ocorre quando nos apaixonamos por alguém.

O amor é um estado mental químico que faz parte de nossos genes e é influenciado pela nossa criação. Somos loucos por romance, em parte porque temos que ser pais amorosos que cuidam com muito carinho de nossos bebês desprotegidos.

Neste artigo, descobriremos o que é realmente o amor e o que acontece em nossos corpos que faz com que nos apaixonemos – e mantém-nos apaixonados. Também descobriremos o que nos faz sentir atração por alguém. É por causa dos feromônios, ou a pessoa simplesmente se encaixa no nosso “modelo de amor”?

O amor romântico nos estimula e motiva. Ele também é essencial para a continuidade de nossa espécie. Sem os laços do amor romântico, viveríamos em uma sociedade completamente diferente, que lembraria uma sociedade primitiva, dos animais (mas não todos). As substâncias químicas que percorrem nosso cérebro quando estamos apaixonados têm várias finalidades, mas seu objetivo primordial é a continuação de nossa espécie. São estas substâncias que nos fazem querer formar famílias e ter filhos. Depois que temos filhos, estas substâncias mudam para nos encorajar a permanecermos juntos e criar as crianças.

Veja também: O que é gaslighting

Todos temos um modelo de parceiro ideal escondido em algum lugar de nosso subconsciente. É esse modelo de amor que vai decidir qual pessoa, em uma multidão, vai chamar nossa atenção. Mas como se forma esse modelo?

Aparência

Muitos pesquisadores defendem que temos tendência a procurar parceiros do sexo oposto parecidos com nossos pais. Alguns acreditam até que somos atraídos por pessoas parecidas conosco. De fato, o psicólogo cognitivo David Perrett, da Universidade de St. Andrews, na Escócia, realizou uma experiência onde manipulava fotos do rosto de cada indivíduo, transformando-o em um rosto do sexo oposto. Então, ele pediu para que o indivíduo selecionasse, em uma série de fotos, qual achava mais atraente. Segundo o Dr. Perrett, as pessoas que participaram da experiência sempre preferiam a versão manipulada de seu próprio rosto e não reconheciam-na como sua.

Personalidade

Assim como acontece em relação à aparência, tendemos a preferir aqueles que lembram nossos pais ou outras pessoas próximas de nós durante a infância, por causa da personalidade, senso de humor, gostos etc.

Feromônios

A questão dos feromônios humanos ainda é importante no campo da pesquisa do amor. A palavra “feromônio” vem das palavras gregas phéro e hormôn, que juntas significam “trazer excitação”.

No mundo animal, os feromônios são “marcas” olfativas individuais encontradas na urina e no suor, que ditam o regulamento sexual e atraem o sexo oposto. Eles ajudam os animais a identificarem-se e escolher um parceiro com sistema imunológico suficientemente diferente do seu para garantir que a descendência seja resistente.

De certa forma, a paixão é apenas um vício químico que existe para que continuemos nos reproduzindo. Independentemente do país ou da cultura, a paixão é muito importante. As maneiras de mostrá-la variam muito de acordo com a cultura, mas ninguém discute a existência dela.

Você já ouviu esta frase: Rolou uma química entre nós! Será que existe mesmo uma explicação científica para a paixão?

O sentimento não afeta só o nosso ego de forma figurada, mas está presente de forma mais concreta, produz reações visíveis em nosso corpo inteiro. Se não fosse assim como explicar as mãos suando, coração acelerado, respiração pesada, olhar perdido (tipo “peixe morto”), o ficar rubro quando se está perto do ser amado?

Afinal, a paixão tem algo a ver com a Química? Na verdade a paixão É QUÍMICA! Todos os sintomas relatados acima têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, a serotonina e as endorfinas. Viu como são necessários vários hormônios para sentir aquela sensação maravilhosa quando se está amando?

A dopamina produz a sensação de felicidade, a adrenalina causa a aceleração do coração e a excitação. A noradrenalina é o hormônio responsável pelo desejo sexual entre um casal, nesse estágio é que se diz que existe uma verdadeira química, pois os corpos se misturam como elementos em uma reação química.

Mas acontece que essa sensação pode não durar muito tempo, neste ponto os casais têm a impressão que a paixão esfriou.

Com o passar do tempo o organismo vai se acostumando e adquirindo resistência, passa a necessitar de doses cada vez maiores de substâncias químicas para provocar as mesmas sensações do início. É aí que entra os hormônios ocitocina e vasopressina, são eles os responsáveis pela atração que evolui para uma relação calma, duradoura e segura, afinal, o amor é eterno!

Os sentimentos de amor apaixonado acabam enfraquecendo com o passar do tempo. Estudos mostram que o amor apaixonado perde a força rapidamente e praticamente desaparece depois de 2 ou 3 anos. As substâncias responsáveis pelo sentimento de amor (adrenalina, dopamina, norepinefrina, feniletilamina, etc.) definham. De repente, seu parceiro começa a ter defeitos. Você fica se perguntando por que ele mudou. Na verdade, ele provavelmente não mudou nada; é você que agora consegue enxergá-lo racionalmente, sem o filtro dos hormônios do amor cego e apaixonado. Nessa fase, ou a relação é forte o suficiente para durar, ou termina.

Se o relacionamento prossegue, outros elementos químicos entram em cena. As endorfinas, por exemplo, ainda garantem a sensação de bem-estar e segurança. Além disso, a oxitocina ainda é eliminada quando você faz sexo, produzindo sentimentos de satisfação e união. A vasopressina também continua a agir.

Por Líria Alves

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