Imagine você chegar um dia em sua casa e ter a certeza de que toda sua família foi substituída por impostores, que tem a mesma aparência que sua mãe, seu marido, seu filho, este é um dos sintomas da Síndrome de Capgras.
Essas pessoas sabem todos os detalhes relevantes e íntimos da sua vida. No entanto, você tem convicção de que estão tentando enganar você porque acha que tudo é uma farsa e não consegue sentir qualquer vínculo com essas pessoas devido a essa certeza isto é Síndrome de Capgras.
Parece uma situação muito estranha, mas existem pessoas que passam exatamente por essa experiência. Esse distúrbio foi descrito pelos médicos Joseph Capgras e Jean Reboul-Lachaux. Os dois franceses trataram uma mulher que estava convencida de que sua família e vizinhos tinham sido trocados por impostores.
A Síndrome de Capgras é um distúrbio raro; caracteriza-se basicamente pela crença ilusória de que pessoas próximas foram substituídas por um impostor idêntico.
Também chamada de delírio de sósias, a síndrome é considerada um transtorno psiquiátrico em que a pessoa que sofre não identifica emocionalmente seus familiares e amigos, mas existe um reconhecimento sem sensação de familiaridade.
Os sintomas mais perceptíveis do distúrbio são: o evitamento de proximidade com o membro da família que antes havia um vinculo emocional forte e a rejeição.
Desde 1923, quando foi descrito o primeiro caso, até hoje, os pesquisadores ainda não tem certeza do que desencadeia esse distúrbio. Estudos mostram que aparece mais em pessoas que já sofrem de alterações psicóticas; como esquizofrenia e transtornos de humor. Além disso, pode ocorrer em pessoas que sofrem de Alzheimer, epilepsia e traumatismos cranianos.
Certamente, por ser uma síndrome sem muitas explicações sobre a causa, a Ilusão de Capgras também é de difícil tratamento. Em geral, o tratamento se dá através da terapia individual para conduzir o paciente a restabelecer a realidade. Além disso, também são utilizadas intervenções com familiares, devido ao desgaste emocional que a síndrome causa. Também é importante o uso de medicamentos antipsicóticos e antidepressivos.
Por Lívia Atkinson – Psicóloga da Equipe Psicotér
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