A esquizofrenia é um distúrbio psicótico que surge, geralmente, no decorrer da adolescência até os 30 anos de idade, aproximadamente. Sua causa é possivelmente genética, desencadeada por estímulos que podem ser psicológicos, ambientais ou biológicos. Existe claramente um fator genético, mas que sozinho não é suficiente para desencadear a doença. Parentes de primeiro grau apresentam uma taxa de acometimento de 10%. Irmãos gêmeos idênticos, de 50%. Fatores ambientais ainda não claramente identificados apresentam grande peso.
A esquizofrenia caracteriza-se por uma grave desestruturação psíquica. A pessoa perde a capacidade de integrar suas emoções e sentimentos com seus pensamentos; podendo apresentar crenças irreais (delírios), percepções falsas do ambiente (alucinações) e comportamentos que revelam a perda do juízo crítico.
A doença produz também dificuldades sociais. Tais como as relacionadas ao trabalho e relacionamento, com a interrupção das atividades produtivas da pessoa.
No entanto é importante ressaltar que outras doenças também podem apresentar alguns destes sintomas. Um diagnóstico final só poderá ser feito por um profissional habilitado. O tratamento envolve medicamentos, psicoterapia, terapias ocupacionais e conscientização da família, que absorve a maior parte das tensões geradas pela doença.
A esquizofrenia não tem cura. Porém, com o tratamento adequado a pessoa pode se recuperar e voltar a viver uma vida normal. O tratamento deve ser feito com base na integração da psicoterapia com o uso de medicamentos e de apoio social. Os antipsicóticos de segunda geração são os medicamentos mais usados no tratamento da esquizofrenia, porque causam menos efeitos colaterais ao paciente, facilitando a sua adesão ao tratamento. O uso de medicações e psicoterapia podem proporcionar uma vida produtiva para a pessoa com esquizofrenia.
A manutenção do tratamento com os medicamentos é muito importante para evitar as recaídas e eventuais surtos. A psicoterapia pode auxiliar tanto a pessoa com esquizofrenia como os seus familiares a enfrentarem o problema e a desenvolverem estratégias para integrá-la socialmente em atividades educacionais ou profissionais facilitando e contribuindo para a sua melhora.
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As perspectivas para as pessoas com esquizofrenia têm melhorado ao longo dos últimos 25 anos. Embora não tenhamos ainda um tratamento totalmente eficaz, é importante lembrar que muitas pessoas com esquizofrenia recuperam-se e podem levar uma vida independente e satisfatória.
Estudos que acompanharam pessoas com esquizofrenia por um longo período, desde o primeiro episódio psicótico até a velhice, revelaram que uma amplitude de desfechos é possível. Quando se estudam grandes grupos de pacientes, certos fatores tendem a ser associados com uma melhor evolução. Por exemplo, um bom ajustamento social, escolar ou profissional anterior à doença. Entretanto, o estado atual do conhecimento não permite prever de maneira acurada como será a evolução da doença no longo prazo, em cada caso específico.
Dada a complexidade da doença, questões importantes tais como as causas, prevenção e o tratamento, precisam ainda ser mais pesquisadas. É importante ter cautela quando se ouve algo sobre “a cura” ou “a causa” da esquizofrenia. Tais afirmações tendem a gerar expectativas que podem levar a mais frustração na medida em que não se cumprem ou se confirmam.