Você sente em profundidade ou tem medo de sentir?
Qual é o grau de espontaneidade dos seus sentimentos?
Você consegue falar ou expressar o que sente com sinceridade? Ou tem a sensação de que não conseguiu expressar o que realmente desejava; deveria ter agido de outra forma?
A maioria das pessoas da nossa cultura vive num nível muito raso e não conseguem ter uma “vida vibrante”. Assim, só se preocupam com a saúde quando as doenças colocam sua vida em risco. Vão à academia de forma mecânica e acham que suas emoções não tem nada a ver com a saúde física.
Lamentável que os sentimentos das pessoas se restrinjam à superfície e que não sintam em profundidade.
Isso faz com que as pessoas vivam amores superficiais, “ficadas e ficantes”, vivam em empregos medíocres, vivam relacionamentos familiares e sociais sem entusiasmo e, na grande maioria das vezes, prefiram estar sozinhas.
E o medo? Medo de expor seus sentimentos e serem rejeitadas, mas não se dão por conta que não é questão de rejeição e sim a falta de habilidade das pessoas em sentir emoções. Afinal de contas, como lidar com aquilo que eu não entendo?
O objetivo da bioenergética é ajudar as pessoas a recuperar sua natureza essencial e abrir o coração para a vida. Assim, através do corpo as pessoas podem alcançar uma mente saudável.
Sensibilidade, sensações e movimentos espontâneos são qualidades essenciais da VIDA. Na saúde essas funções acontecem livremente e qualquer perturbação no fluxo natural de excitação num corpo, enfraquece a sensação de bem-estar.
Todos os bloqueios a este fluxo são gerados através de contrações na musculatura, o medo contrai. Cada músculo tenso é um um músculo amedrontado que deve ser entendido, sentido e liberado. Estas contrações também significam tristezas e raivas reprimidas, mágoas e culpas que precisam ser descarregadas.
No processo da psicologia corporal, através da bioenergética e da análise psicológica com a interpretação de situações vivenciadas pela pessoa, é possível libertar o corpo e a mente para uma vida vibrante e profunda.
A bioenergética dá atenção aos processos orgânicos e energéticos para que se dê o alívio de bloqueios e dificuldades. Todos nós queremos nos sentir mais vivos, sentir tudo com mais intensidade, porém temos MEDO. Acreditamos que é ruim ou perigoso nos deixar levar pelas emoções. Nosso medo de sentir nos faz fugir e transparece na forma como agimos diante da vida: correndo o tempo todo sem tempo de nos encontrar, nos intoxicando com drogas e bebidas para não sentir quem somos.
Como temos MEDO da VIDA, tentamos controlá-la ou dominá-la. Admiramos as pessoas que são controladas e que agem sem expor seus sentimentos. Nosso lema contemporâneo é fazer mais e sentir menos… mais ação, menos paixão.
A maioria dos indivíduos experimenta uma espécie de fracasso íntimo. Não estamos quase nada conscientes da dor, da angústia e do desespero presentes logo abaixo da superfície, bloqueamos por medo. Porém estamos determinados a dominar as fraquezas, superar os medos e vencer as dores. Infelizmente esses esforços estão fadados a fracassar, pois ser uma pessoa certamente não é algo que possamos fazer.
Primeiramente, ser uma pessoa pode exigir que paremos com toda a pressa e dediquemos tempo a respirar e sentir. Este processo pode levar à dor porque evoluir também é saber lidar com as dificuldades, mas se pudermos aceitá-la também sentiremos prazer. Se formos capazes de encarar nosso vazio interior, poderemos preenchê-lo e nos sentir realizados. Se pudermos atravessar nosso desespero sem fugir dele, alcançaremos a alegria e daí se faz presente a tão necessária ajuda psicoterapêutica para realizar esta jornada.
A psicologia corporal traz a possibilidade de mais liberdade e satisfação. Poucas pessoas estão dispostas a vivenciar o seu grau de insegurança, as suas tristezas ou o vazio de uma vida sem satisfação e privadas de amor. Se você está disposto a se encontrar, deixar seu corpo vibrar e experimentar o prazer do fluxo de energia, os exercícios da psicologia corporal destinam-se a ajudar as pessoas a alcançar este objetivo.
Você é o seu corpo e o objetivo da terapia é ajudá-lo a se identificar com ele, mas mesmo sendo nosso corpo, muitas pessoas tem medo das sensações dele e esse medo limita porque produz músculos cronicamente contraídos e isso reduz a espontaneidade dos movimentos e sensações. O compromisso com o corpo, com as sensações e vibrações é o que constitui o processo curativo.
Por Lisiane Duarte – Diretora Técnica da Psicotér