Primeiro, como forma de sobrevivência, a mentira pode ser vista como uma adaptação, e assim, todos mentem. Quem fala que mentir é feio já mentiu e quem nem sabe o que é mentira ainda, vai mentir. As exigências que cercam a sociedade e o status que precisamos seguir contribuem fortemente para a frequência de mentiras cotidianas encontradas em qualquer lugar. Além disso, conscientemente ou não, mentimos também para evitar conflitos ou esconder pensamentos e atitudes. Porém, devemos fugir do autoengano; que pode ser um anestésico, mas implica numa cegueira sobre o que vivemos ou quem somos.
Mentir é um comportamento de afirmação de algo que se sabe ser falso. É um ato de iludir ou enganar, e mesmo assim todos mentem. Mas é possível detectar uma mentira?
De acordo com o livro “You Can’t Lie to Me”, de Janine Driver, alguns comportamentos do nosso corpo podem ajudar a descobrir quando alguém está mentindo. O estresse ou desconforto físico e psicológico desse ato pode gerar alterações de humor. Assim como a famosa situação de notar alguém estranho após uma pergunta.
A postura do corpo de alguém que mente pode ficar defensiva, percebida pelo ato de cruzar os braços ou as pernas. Além disso, alguns tiques podem aparecer: movimentos diferentes com a face, coceiras, toques no nariz ou no pescoço. Acima desses pequenos movimentos, a posição dos ombros pode ficar mais encolhida ou pode-se ver a mudança completa de direção do corpo. Não significa que cada uma dessas atitudes seja a prova de uma mentira, pois é possível que seja uma coincidência, mas ao analisar o conjunto de falas, ocasião e comportamento é possível captar mentiras.
“Mentir é mais comum do que imaginamos. Pesquisas nas quais os participantes eram observados durante conversas revelam que eles mentiam, pelo menos uma vez, a cada oito minutos. Normalmente, as mentiras não eram graves, e envolviam justificativas para comportamentos que são censurados socialmente.” – Marco Callegaro
Ser um mentiroso não é estar fora do padrão da sociedade, que, como um ciclo, estabelece o hábito de mentir. Todos mentem. Porém, é importante que pensemos sobre o que estamos contorcendo ou alterando. O autoengano dificulta tanto nosso conhecimento com nós mesmos, quanto nossos relacionamentos com o externo.
A mentira é comum entre os seres humanos, a cada dez palavras ditas, três são mentiras; isto em uma pessoa normal. A mentira faz parte do nosso dia-a-dia, convivemos com ela em todas as situações. Em casa, no trabalho, no lazer, mentimos para sobreviver; em nosso mundo, nem sempre a verdade é a melhor resposta. Mentimos para não gerar conflitos entre nós mesmos e a sociedade. Há pessoas que mentem porque veem em sua mentira aquilo que deseja ou o que quer ser tendo a possibilidade de tornar real algo irreal tornando o que é falso real em sua mente.
Tudo que é exagerado se torna prejudicial. A mentira em exagero, pode se tornar uma patologia. A mitomania, por exemplo, é uma doença psicológica com consequências graves e às vezes irreversíveis; afetando não apenas o individuo mentiroso, mas a todos em sua volta.
A pessoa que sente a necessidade de mentir tem um comportamento insistente , persistente e voluntario, há casos que a pessoa se sente tão confortável com sua mentira, que para ela sua invenção se torna real em seus pensamentos. Diferente do mentiroso psicopata, que mente pelo prazer de manipular a situação e as pessoas em sua volta. Devemos perceber quando a mentira é inocente ou maliciosa e tomar cuidado com ela. Se é uma mentira doentia, pode se tornar fatal para ambas as vítimas.