Há uma diversidade enorme de sintomas psicológicos que variam desde os graus mais leves até os mais severos, sendo avaliados de acordo com a sua intensidade, frequência, período de duração e prejuízos envolvidos. O tratamento dos sintomas psicológicos é realizado através da psicoterapia. Em outros casos requer o tratamento combinado, aliando psicoterapia e uso medicamentoso indicado.
Mas o que acontece quando o paciente opta por fazer um tratamento exclusivamente com medicação para tratar os sintomas psicológicos?
As medicações agem de forma rápida no organismo. Podem levar poucos minutos até quinze dias em média para mostrar o efeito desejado; causam certo alívio ou até fazem com que os sintomas psicológicos desapareçam por um tempo. O que ocorre é que os remédios alteram a constituição química do cérebro. As chamadas medicações psicotrópicas atuam sobre o sistema nervosos central (SNC) do indivíduo, nas áreas da consciência, senso percepção, humor, comportamento. Em alguns aspectos cognitivos, o alívio dos sintomas pode ser imediato. No entanto, não será permanente, isso porque a medicação não atua na causa do problema!
Como o próprio nome já diz, os sintomas psicológicos têm sua origem nos aspectos emocionais da pessoa. É preciso compreender o que desencadeou esses sintomas. Afinal, foram constituídos por nós mesmos, em diversas situações e conflitos do nosso dia a dia, sem que nos déssemos conta, ao longo da vida. Para se chegar a causa e ao tratamento da doença psicológica é necessário expandir a consciência; mudar o jeito antigo de pensar, sentir e agir, repensando as nossas relações interpessoais e mudando hábitos que não saudáveis.
Através da psicoterapia é possível aprender a lidar de forma diferente com as emoções e alterar os padrões disfuncionais de pensamentos e comportamentos que estão causando os sintomas psicológicos e as doenças mentais.
A psicoterapia é indicada para o autoconhecimento, diante de algum tipo de prejuízo ou sofrimento, em momentos de crises existenciais, mudanças de vida e conflitos diversos. Propicia o desenvolvimento emocional, uma transformação mais positiva em relação a si mesmo e da percepção do mundo que nos cerca. Favorece o equilíbrio, a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos.
Já o tratamento exclusivamente medicamentoso causa a sensação de eficácia no tratamento dos sintomas emocionais. No entanto, eles não tratam a raiz do problema. Se a pessoa deixar de tomar os remédios, os sintomas voltam. Geralmente voltam de maneira ainda mais intensa do que apareciam anteriormente. Ou seja, não curam a doença, apenas aliviando o sintoma.
Na fase mais crítica dos sintomas psicológicos adota-se o tratamento combinado, unindo a psicoterapia e medicações em um período variável. A pessoa pode fazer a diminuição ou a retirada por completa do remédio após esse período; pode seguir somente com o tratamento psicológico.
A psicoterapia não tem efeitos colaterais e não causa nenhum tipo de dependência física ou psicológica. Ela traz efeitos permanentes e a longo prazo na vida da pessoa, tendo o foco nos sintomas. Tais fatores somente podem ser avaliados através de uma consulta com um psicólogo e com um psiquiatra. Para que assim o médico prescreva quais os remédios indicados, quando e como o paciente deve interromper o uso.
Lamentável que os antidepressivos têm sido o líder mundial em vendas na atualidade. Estudos questionam a sua eficácia no tratamento dos sintomas depressivos e apontam a psicoterapia como o principal tratamento indicado. Os medicamentos ansiolíticos e alguns antidepressivos também têm sido indiscriminadamente utilizados para os sintomas de ansiedade em vista dos efeitos rápidos e calmantes, mas esses remédios diminuem a atividade do cérebro como um todo, causando efeitos colaterais e até mesmo alguns riscos.
Os antipsicóticos da mesma forma, não curam a psicose, mas tranquiliza o paciente, afetando grande parte de suas emoções e pensamentos. Por esse motivo o tratamento dos sintomas psicológicos não deve ser somente medicamentoso, mas aliado a psicoterapia para ser efetivo. O tratamento só com remédio não funciona, não se mostra suficiente, eficaz e permanente no caso dos sintomas emocionais. Eles só farão sentido se associados a Terapia cognitivo comportamental, Psicoeducação, Terapia familiar em alguns casos, atividade física associada em outros, e mudança dos hábitos de vida para que sejam mais saudáveis.
Por Márcia Moraes – Psicóloga da Psicotér